Um perigo à espreita: como EUA e China podem colocar a economia mundial em risco — de novo
Gita Gopinath diz que acontecimentos como a pandemia e a invasão da Ucrânia pela Rússia perturbaram as relações comerciais globais de uma forma nunca vista desde a Guerra Fria e mais pode estar por vir
Não é muito difícil de imaginar o que um choque entre EUA e China, as duas maiores economias do mundo, pode provocar — e, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI) essa é uma realidade cada vez mais próxima.
A vice-diretora-geral do FMI, Gita Gopinath, alertou que as diferenças entre os blocos econômicos ocidentais liderados pelos norte-americanos e os alinhados com os chineses ameaçam a cooperação comercial global e o crescimento econômico.
“Cada vez mais, os países de todo o mundo são guiados pela segurança económica e pelas preocupações de segurança nacional ao determinar com quem comercializam e em quem investem”, disse ela, acrescentando que esse movimento resultou em países cada vez mais escolhendo lados entre a China e os EUA.
- VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? A Empiricus Research está liberando uma carteira gratuita com 10 ações americanas pra comprar agora. Clique aqui e acesse.
Tensões entre EUA e China são cada vez maiores
As tensões entre os EUA e a China têm aumentado à medida que Washington amplia as restrições comerciais e as sanções contra Pequim, citando questões de segurança nacional, enquanto as preocupações com os avanços de Pequim no Mar da China Meridional e a retórica em torno de Taiwan também azedaram as relações.
A crescente tensão entre as duas maiores economias do mundo se refletiu globalmente, com mais de 3.000 restrições comerciais impostas por países de todo o mundo em 2022 e 2023 — mais que o triplo em comparação com 2019, de acordo com dados do FMI.
Já o comércio entre os blocos liderados por China e pelos EUA diminuiu em comparação com o comércio entre os países dentro dos grupos, segundo Gopinath.
O bloco dos EUA inclui principalmente Europa, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, enquanto os países inclinados à China incluem Rússia, Eritreia, Mali, Nicarágua e Síria.
- Leia também: O recado da China à Europa: o que o presidente Xi Jinping foi fazer na França após cinco anos — e não é só comércio
O que REALMENTE está acontecendo com CHINA: CATÁSTROFE é real?
Ainda tem a guerra no caminho
A vice-diretora-geral do FMI lembra também que acontecimentos como a pandemia e a invasão da Ucrânia pela Rússia perturbaram ainda mais as relações comerciais globais de uma forma nunca vista desde a Guerra Fria.
Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, o comércio entre os blocos caiu cerca de 12% e os investimentos estrangeiros diretos diminuíram 20%.
A China, em particular, tem lutado para manter o investimento estrangeiro em um contexto de tensões crescentes com o Ocidente. Os fluxos de investimento estrangeiro direto para o país caíram 26% nos primeiros três meses de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
- Seu WhatsApp pode ser uma “mão na roda” para suas finanças: entre na nossa comunidade gratuita, In$ights, e receba análises, recomendações de investimentos e notícias do Seu Dinheiro.
O efeito do choque entre EUA e China
Gopinath afirma que, embora a fragmentação econômica ainda não tenha atingido os mesmos níveis da Guerra Fria, o impacto potencial é muito maior devido à maior dependência da economia global no comércio.
Se as diferenças não forem superadas, o FMI estima que os custos econômicos para o Produto Interno Bruto (PIB) mundial poderão atingir os 7% no cenário de fragmentação extrema. O PIB será atingido em cerca de 0,2% em caso de divisões moderadas.
Os países de baixa renda serão provavelmente os mais atingidos devido à maior dependência das importações agrícolas e do investimento estrangeiro das economias mais avançadas, ainda de acordo com o FMI.
CEO do JP Morgan levou outros presidentes de bancos para pressionar Federal Reserve por normas mais frouxas
Agora, o Fed e dois outros reguladores querem um novo plano, que reduziria o aumento obrigatório de capital — de quase 20% — para os maiores bancos dos EUA
Membro do gabinete de Guerra de Israel ameaça pedir demissão caso não haja plano para conflito em Gaza
Benny Gantz reconheceu o impacto prejudicial que a guerra está tendo sobre os civis, mas insistiu que a “decisividade” é necessária
Helicóptero que levava presidente e ministros do Irã faz pouso forçado; equipes tentam acessar o local
Houve registro de chuva forte e neblina com algum vento, o que poderia ter causado uma instabilidade na aeronave
Vai fechar o banco central, Milei? A nova declaração do presidente da Argentina sobre o futuro do BC do país
O presidente argentino está na Espanha e deu diversas declarações polêmicas a um público que o aplaudiu calorosamente; veja o que mais ele disse
Xi Jinping na Rússia: o presidente da China está disposto a pagar o preço pela lealdade de Putin?
O líder chinês iniciou nesta quinta-feira (16) uma visita de Estado de dois dias à Rússia e muito mais do que uma parceria comercial está em jogo, mas o momento para Pequim é delicado
Os juros continuarão altos nos EUA? Inflação de abril traz alívio, mas Fed ainda tem que tirar as pedras do caminho
O índice de preços ao consumidor norte-americano de abril desacelerou para 3,4% em base anual assim como o seu núcleo; analistas dizem o que é preciso agora para convencer o banco central a iniciar o ciclo de afrouxamento monetário por lá
Boas notícias para Milei: Argentina tem inflação de um dígito e Banco Central promove corte de juros maior que o esperado
Os preços tiveram alta de 8,8% em abril, em linha com o esperado pelo mercado, que estimavam um avanço de preços entre 8% e 9%
A vingança da China: EUA impõem pacote multibilionário de tarifas a carros elétricos chineses e Xi Jinping quer revanche
O governo chinês disse que o país tomaria medidas resolutas para defender os seus direitos e interesses e instou a administração Biden a “corrigir os seus erros”
Vitória para Milei: FMI anuncia novo acordo para desembolsar quase US$ 1 bi em pacote de ajuda à Argentina
Segundo o fundo, a Argentina apresenta “desempenho melhor que o esperado”, com queda na inflação, reconstrução da credibilidade, programas de consolidação fiscal, entre outros
Em busca de capital estrangeiro, Macron atrai gigantes como Amazon para impulsionar investimentos na França
O presidente francês garantiu investimentos da Amazon, Pfizer e Astrazeneca, enquanto Morgan Stanley prometeu adicionar empregos no país
Leia Também
-
Xi Jinping na Rússia: o presidente da China está disposto a pagar o preço pela lealdade de Putin?
-
A vingança da China: EUA impõem pacote multibilionário de tarifas a carros elétricos chineses e Xi Jinping quer revanche
-
Vitória para Milei: FMI anuncia novo acordo para desembolsar quase US$ 1 bi em pacote de ajuda à Argentina