O ouro na encruzilhada: proximidade de ‘cruz da morte’ ameaça levar o metal precioso a cair ainda mais
Cotação do ouro encontra-se no nível mais baixo desde março, mas pode cair ainda mais se taxas das Treasuries continuarem em alta e o dólar se fortalecer
A cotação do ouro encontra-se no nível mais baixo desde março em meio à turbulência que sacode os mercados globais.
A cada pregão que passa, o metal precioso fica cada vez mais distante dos novos recordes de preço dos quais esteve tão próximo em meses recentes.
No fim de agosto, analistas do Morgan Stanley recomendavam investimentos em ouro como uma oportunidade de médio prazo.
Mas a bonança da commodity reverteu-se quase de uma hora para outra, segundo os gráficos.
Isso porque o histórico recente do ouro nas telas dos terminais de mercado está próximo de desenhar a chamada “cruz da morte”.
Os últimos movimentos do ouro
Na segunda-feira (2), os contratos futuros de ouro mais líquidos, com vencimento em dezembro, fecharam em queda de 1%, a US$ 1.847,20 por onça-troy.
Hoje (3), o metal oscilou em leve queda, apesar de as taxas das Treasuries de 10 anos terem renovado os níveis mais elevados desde 2007.
O metal precioso não visita níveis tão baixos desde março, quando eclodiu uma crise nos bancos regionais norte-americanos, mas recuperou-se em seguida.
No início de maio, o ouro registrou seu segundo mais alto preço de fechamento na história, cotado a US$ 2.055,70 por onça-troy.
Somente em setembro, porém, o ouro acumulou queda de mais de 5%.
O que é a “cruz da morte”
A “cruz da morte” é detectada da seguinte maneira: traça-se uma linha com a média móvel de preço dos últimos 200 dias e outra linha com a média móvel de preço dos últimos 50 dias.
Quando a cotação observada na linha dos 50 dias atravessa e vai abaixo da média móvel de 200 dias, forma-se uma “cruz da morte”.
De acordo com especialistas, trata-se de um ponto de não-retorno — pelo menos no curto prazo. Quando um ativo cruza essa linha, ocorre uma queda abrupta na cotação.
Como é praticamente impossível detectar uma “cruz da morte” sem a ajuda de um gráfico, esta é a situação do ouro neste início de outubro, segundo a FactSet.
Em termos técnicos, a cruz da morte indica um mercado de baixa, uma vez que a tendência de curto prazo mostra-se muito mais fraca que a de longo prazo.
Quando ela é observada apenas graficamente, existe o risco de se estar diante de um alarme falso.
É preciso então ir em busca de informações que confirmem ou desmintam a sinalização.
A “criptonita” do ouro
Na avaliação de Edward Moya, analista de mercado sênior da OANDA, há outros sinais corroborando um iminente colapso da cotação do ouro.
De acordo com ele, a alta dos juros projetados dos títulos da dívida dos Estados Unidos e um dólar mais forte são como “criptonita” para o ouro.
“Wall Street está passando por uma grande redefinição dos fluxos e eles claramente não estão indo na direção do ouro”, disse ele, citado pelo MarketWatch.
“A renda fixa tornou-se repentinamente atraente e isso acabou com as perspectivas de curto prazo para o ouro.”
A última cruz da morte do ouro
A última vez que o mercado de ouro viu uma cruz da morte foi em julho de 2022.
A situação levou a quatro meses seguidos de queda dos preços da commodity.
Segundo Moya, o ouro encontra-se atualmente em uma “zona de perigo” de repetir a cruz da morte.
Para ele, a cotação do metal perderá o suporte de US$ 1.800 se o rendimento das Treasuries de 10 anos passar de 5%.
Na tarde de hoje, a taxa encontrava-se na faixa de 4,78%.
Diante das sinalizações do Fed de juros mais altos por ainda mais tempo, o risco de as taxas atravessarem o limiar de 5% é visto como real por participantes do mercado.
*Com informações do MarketWatch.
Membro do gabinete de Guerra de Israel ameaça pedir demissão caso não haja plano para conflito em Gaza
Benny Gantz reconheceu o impacto prejudicial que a guerra está tendo sobre os civis, mas insistiu que a “decisividade” é necessária
Helicóptero que levava presidente e ministros do Irã faz pouso forçado; equipes tentam acessar o local
Houve registro de chuva forte e neblina com algum vento, o que poderia ter causado uma instabilidade na aeronave
Vai fechar o banco central, Milei? A nova declaração do presidente da Argentina sobre o futuro do BC do país
O presidente argentino está na Espanha e deu diversas declarações polêmicas a um público que o aplaudiu calorosamente; veja o que mais ele disse
Xi Jinping na Rússia: o presidente da China está disposto a pagar o preço pela lealdade de Putin?
O líder chinês iniciou nesta quinta-feira (16) uma visita de Estado de dois dias à Rússia e muito mais do que uma parceria comercial está em jogo, mas o momento para Pequim é delicado
Os juros continuarão altos nos EUA? Inflação de abril traz alívio, mas Fed ainda tem que tirar as pedras do caminho
O índice de preços ao consumidor norte-americano de abril desacelerou para 3,4% em base anual assim como o seu núcleo; analistas dizem o que é preciso agora para convencer o banco central a iniciar o ciclo de afrouxamento monetário por lá
Boas notícias para Milei: Argentina tem inflação de um dígito e Banco Central promove corte de juros maior que o esperado
Os preços tiveram alta de 8,8% em abril, em linha com o esperado pelo mercado, que estimavam um avanço de preços entre 8% e 9%
A vingança da China: EUA impõem pacote multibilionário de tarifas a carros elétricos chineses e Xi Jinping quer revanche
O governo chinês disse que o país tomaria medidas resolutas para defender os seus direitos e interesses e instou a administração Biden a “corrigir os seus erros”
Vitória para Milei: FMI anuncia novo acordo para desembolsar quase US$ 1 bi em pacote de ajuda à Argentina
Segundo o fundo, a Argentina apresenta “desempenho melhor que o esperado”, com queda na inflação, reconstrução da credibilidade, programas de consolidação fiscal, entre outros
Em busca de capital estrangeiro, Macron atrai gigantes como Amazon para impulsionar investimentos na França
O presidente francês garantiu investimentos da Amazon, Pfizer e Astrazeneca, enquanto Morgan Stanley prometeu adicionar empregos no país
Guerra dos chips: Coreia do Sul anuncia pacote de mais de US$ 7 bilhões para a indústria de semicondutores
O ministro das Finanças sul-coreano, Choi Sang-mok, disse que o programa poderia incluir ofertas de empréstimos e a criação de um novo fundo
Leia Também
-
Suzano (SUZB3) vai captar R$ 5,9 bilhões em emissão de debêntures — e você pode investir sem pagar IR
-
Bolsa hoje: Petrobras (PETR4) limita ganhos do Ibovespa; dólar cai a R$ 5,10 e recua mais de 1% na semana
-
A Positivo pode mais? As ações POSI3 já subiram 50% este ano e esse banco gringo conta para você se há espaço para mais
Mais lidas
-
1
Vale (VALE3), BHP e Samarco fazem nova proposta de R$ 127 bilhões para compensar tragédia em Mariana, mas acordo não deve evoluir agora
-
2
8 maneiras de aumentar a sua restituição do imposto de renda na declaração de IR 2024
-
3
Justiça de SP suspende embargo das obras do principal projeto da JHSF (JHSF3) após mais de um mês de paralisação