Vale se defende de acusações sobre falta de independência de indicados ao conselho
Mineradora também anunciou a recondução da maioria dos diretores, promovendo ajustes em algumas posições
Sob pressão de um grupo de acionistas por conta das indicações ao conselho de administração, a Vale (VALE3) defendeu sua governança corporativa e os nomes sugeridos para o colegiado, afirmando que eles possuem qualificação e experiência comprovada, e anunciou ainda a reeleição de sua diretoria, promovendo ajustes em algumas posições.
A mineradora foi criticada em carta aberta por um grupo de investidores de longa data, que lançou quatro candidatos alternativos ao conselho de administração, dentre os quais o atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
Os acionistas irão decidir sobre a composição do conselho de administração e outros temas em 30 de abril.
Profundo e rigoroso trabalho
Na sua resposta, divulgada na segunda-feira (15), a Vale informou que a escolha dos indicados partiu de um “profundo e rigoroso trabalho” promovido pelo comitê de nomeação, com o auxílio de consultorias especializadas na prospecção de executivos e escutando os diferentes acionistas no Brasil e no exterior.
Ela destacou que a lista levou em consideração que o colegiado passou por um processo de renovação nas duas últimas assembleias ordinárias de acionistas, com a incorporação de nove novos membros, e que o comitê está propondo uma renovação de cinco membros, dentre os 12 que serão eleitos.
Segundo a Vale, a maioria dos candidatos, de oito entre os 12 membros, é formada por conselheiros independentes, em estrito cumprimento aos parâmetros e requisitos estabelecidos pelo Novo Mercado, segmento de listagem da B3, com regras rígidas de governança corporativa.
Sobre a recondução de sete membros, a Vale informou que “o número é desejável e tem em vista a importância em garantir que o novo conselho possa operar sem trazer riscos à continuidade dos negócios e das diversas iniciativas em andamento relacionadas a Brumadinho”.
Ela ressaltou que, somadas às cinco novas candidaturas propostas na lista aprovada pelo conselho, dez das 12 posições no conselho já foram renovadas desde maio de 2019.
“O resultado desses trabalhos foi, no entendimento do comitê de nomeação, uma lista de candidatos com qualificações e experiências balanceadas, diversificadas e complementares, adequadas à estratégia de negócios da Vale e de suas necessidades no futuro”, diz trecho da resposta da Vale.
Governança como pilar
A mineradora também respondeu às críticas sobre sua governança corporativa, afirmando que desde 2017, vem implementando, “sem retrocesso e de forma consistente”, uma série de medidas para aprimoramento desta frente.
Entre as medidas que tomou estão a conversão das ações preferenciais em ações ordinárias, com a migração para o Novo Mercado; a abertura de espaço para o ingresso no conselho de dois membros independentes ainda em 2017, no meio do mandato, e a criação de comitê de auditoria estatutário, coordenado por conselheiro independente.
A criação de um comitê de nomeação, no ano passado, também foi citada pela Vale como um avanço na parte de governança corporativa. A iniciativa foi adotada após a dissolução do acordo de acionistas que formava um bloco de controle, com a empresa se tornando uma corporation, companhia com capital social pulverizado.
E o comitê, de acordo com a Vale, promoveu uma série de alterações estatutárias, consideradas essenciais, levando em conta a realidade da empresa, de ser uma corporation, aumentando o número de membros independentes no conselho, a eleição de presidente e vice-presidente do colegiado pela assembleia geral de acionistas e a eleição dos membros por eleição individual, e não mais por chapa.
“As alterações recomendadas pelo comitê tiveram ampla aceitação pelos acionistas na assembleia geral realizada em 12 de março, tendo sido aprovadas com mais de 98% dos votos dos presentes, demonstrando o apoio da maioria significativa da base acionária da Vale ao resultado dos trabalhos do comitê e do conselho e o alinhamento que há entre a administração e todos os acionistas da Vale”, diz trecho da resposta.
Não gostaram
Acionistas de renome, como Argucia, Dust Fundo de Investimento, Geração Futuro, Sparta, Tempo Capital, VIC DTVM e Victor Adler, criticaram a Vale em carta aberta, afirmando que a mineradora precisa de uma guinada urgente em sua cultura corporativa, após ficar no centro das duas maiores tragédias ambientais da história,
Para eles, a lista de candidatos proposta pela companhia para compor o conselho de administração no período 2021-2023 não seria capaz de implementar a mudança no ritmo e intensidade necessários.
Uma das principais críticas diz respeito à independência dos nomes, que até recentemente estavam vinculados ao acordo de acionistas da mineradora, extinto em novembro.
Eles também apontam que a lista de indicados não promove a necessária renovação do colegiado, sobretudo em relação aos nomes que já participavam do conselho de administração na época das tragédias com as barragens de Mariana e Brumadinho.
Velha nova direção
Em paralelo, a Vale anunciou a recondução da maioria dos atuais diretores da companhia, com Eduardo de Salles Bartolomeo permanecendo como diretor-presidente e Luciano Siani Pires como diretor de finanças e relações com investidores. O mandato deles será de três anos.
As mudanças feitas foram na estrutura dos diretores das áreas jurídica e de pessoas, para igualar os cargos às outras posições executivas, “igualando o nível de responsabilidade e accountability pelo todo”.
Fusão da moda: Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3) acertam termos e condições para incorporação que criará gigante do varejo
De acordo com as informações mais recentes dos respectivos balanços, as empresas, juntas, faturam algo em torno de R$ 12,765 bilhões
Justiça nega pedido por assembleia na Petrobras (PETR4) que atrasaria posse de Magda Chambriard
Em sua reclamação na Justiça, o deputado do Novo alega que, eventualmente reconhecida a queda do CA em efeito dominó após a saída de Prates
Vale (VALE3), BHP e Samarco fazem nova proposta de R$ 127 bilhões para compensar tragédia em Mariana, mas acordo não deve evoluir agora
Valor de R$ 127 bilhões oferecido na última proposta, do final de abril, foi mantido, mas as empresas retomariam agora obrigações que tinham ficado de fora
Volta da febre das “meme stocks”: GameStop cai quase 20% em um único pregão, mas fecha semana com ganhos de 23%
Também pressionaram os papéis da mais famosa “ação meme” a divulgação de dados trimestrais preliminares da empresa
Óleo no chope da bolsa: como ficam seus investimentos após mais uma intervenção na Petrobras (PETR4)
O podcast Touros e Ursos recebeu Karina Choi, sócia da Cordier Investimentos, para comentar os possíveis impactos da decisão do presidente Lula de demitir Jean Paul Prates da presidência da estatal
Justiça de SP suspende embargo das obras do principal projeto da JHSF (JHSF3) após mais de um mês de paralisação
O relator do documento é Ruy Alberto Leme Cavalheiro, da 1ª Câmara Reservada ao Meio Ambiente
Rumo: por que o Goldman Sachs calcula um potencial de ganho menor para as ações RAIL3
O banco norte-americano reduziu o preço-alvo dos papéis de R$ 27 para R$ 24,50 — o que representa um potencial de valorização de 16,5% com relação ao último fechamento
Com mais de R$ 395 milhões em dívidas, Polishop pede recuperação judicial, mas bancões tentam reter valores
Além da recuperação judicial, a Polishop vem tentando se blindar dos credores financeiros por meio de cautela tutelar
A Positivo pode mais? As ações POSI3 já subiram 50% este ano e esse banco gringo conta para você se há espaço para mais
Os papéis da empresa sobem cerca de 5% nesta sexta-feira (17), embalados pela nova recomendação do UBS BB; confira se chegou o momento de colocar ou tirar esses ativos da carteira
Seguro mais seguro: por que o JP Morgan elevou recomendação para IRB Re (IRBR3) mesmo com catástrofe no RS?
Nas contas do banco norte-americano, o IRB é a companhia de seguros mais exposta ao RS, podendo ter um impacto de 15% a até 30% nos lucros até o fim de 2024
Leia Também
-
Vale (VALE3), BHP e Samarco fazem nova proposta de R$ 127 bilhões para compensar tragédia em Mariana, mas acordo não deve evoluir agora
-
Queridinhas do mercado: Vale (VALE3), Petrobras (PETR4), Itaú (ITUB4), Cyrela (CYRE3) e Weg (WEGE3) são as ações mais recomendadas de maio
-
Juiz livra Vale (VALE3), BHP e Samarco de bloqueio de ativos e bens pedido pela AGU por desastre de Mariana
Mais lidas
-
1
Vale (VALE3), BHP e Samarco fazem nova proposta de R$ 127 bilhões para compensar tragédia em Mariana, mas acordo não deve evoluir agora
-
2
Justiça de SP suspende embargo das obras do principal projeto da JHSF (JHSF3) após mais de um mês de paralisação
-
3
8 maneiras de aumentar a sua restituição do imposto de renda na declaração de IR 2024