Chegou a hora de vender a renda fixa e migrar todo o seu patrimônio para as ações?
O mercado de ações dá sinais de retomada, dada a recuperação dos indicadores macroeconômicos e a possibilidade de corte de juros em breve
Os últimos dias têm sido de grande euforia para os investidores. Na quinta-feira (1) vimos diversas ações subirem 10% ou mais, com um PIB bem acima das expectativas, além de novos sinais de que estamos mais próximos do início do ciclo de corte dos juros.
Aqueles papéis mais sensíveis aos juros simplesmente voaram, e eu já comecei a ver muita gente eufórica, querendo resgatar todos os investimentos em renda fixa para aproveitar essa animação.
Mas será que já chegou a hora fazer essa mudança drástica no portfólio?
Ainda tem bastante espaço
Não é de hoje que falamos sobre o fato de a bolsa estar barata e precisar de apenas alguns sinais positivos para engatar valorizações, o que ficou bem mais claro nos últimos dias, especialmente com relação ao aumento da probabilidade de corte de juros ainda em 2023.
Mas repare que a queda na Selic nem começou e, consequentemente, a economia e as companhias não tiveram tempo de aproveitar essa mudança — para falar a verdade, a temporada de resultados do 1T23 mostrou uma queda de quase 28% nos lucros das companhias do Ibovespa.
Ou seja: a situação não só não melhorou como segue bastante desafiadora.
Mas o mercado sempre tenta antecipar uma melhora das condições, e se os juros realmente começarem a cair nos próximos meses, a tendência é que os resultados futuros evoluam bastante, o que tem provocado uma forte valorização dos ativos de renda variável nos últimos dias.
Há espaço para mais altas no mercado de ações?
Se você está se perguntando se ainda há espaço para altas adicionais depois dos pregões recentes, a resposta é um sonoro "sim".
O Ibovespa negocia hoje por 7,5 vezes lucros, sendo que a média dos dez anos anteriores é de aproximadamente 13 vezes/lucros. O índice Small Caps, mesmo depois da alta recente, ainda negocia por 8 vezes lucros, bem abaixo da sua média.
Ou seja, mesmo depois das altas recentes, ainda estamos falando de ativos que seguem bastante descontados e que têm amplo espaço de valorização.
Mas é preciso ter um bom filtro, porque nem todas as ações que têm subido são realmente bons investimentos. Aliás, o mais comum é justamente o oposto: nesses dias de euforia, as maiores altas são normalmente das empresas em situações mais delicadas — e colocar seu dinheiro nelas costuma terminar mal.
Por isso, mesmo que o humor tenha melhorado, fuja das ideias mirabolantes e das empresas com problemas de endividamento e baixa geração de caixa. Para falar a verdade, dados os valuations ainda bastante descontados dos nossos ativos, você nem precisa desse tipo de aventura para conseguir ganhar dinheiro caso as coisas realmente entrem nos eixos.
E se as coisas não entrarem nos eixos, como ficam as ações?
Como já deve ter ficado claro, o mercado sempre tenta antecipar as mudanças. Mas quem disse que ele acerta sempre? Pode ser que a inflação volte a ser um problema, ou que a economia brasileira desacelere rapidamente e entre em recessão; ou então, que uma crise dos bancos lá fora volte a azedar o sentimento.
Neste momento, isso parece improvável. Mas isso não significa que essas coisas não podem acontecer — e se elas acontecerem, as ações vão voltar a mergulhar.
Por isso, se por algum momento passou pela sua cabeça vender todos os seus investimentos em renda fixa e migrar tudo para ações, não faça isso!
Por mais que as perspectivas para a renda variável tenham melhorado, os títulos do tesouro ainda rendem mais de 10% por ano, um retorno polpudo, sem risco e que merece um espaço de pelo menos 50% em seu portfólio — uns 30%, se o seu perfil for mais agressivo.
Se, por algum motivo, o mercado piorar, você ainda terá metade dos seus investimentos rendendo mais de 10% ao ano, sem risco algum, o que ajudará na preservação do seu patrimônio.
Por outro lado, se as coisas realmente entrarem nos eixos, as ações estão tão baratas neste momento que mesmo 1/3 ou 1/4 do seu dinheiro investido nelas já será o suficiente para trazer ótimos ganhos. Se quiser uma dica de onde investir uma parte desse montante destinado à renda variável, o fundo Microcap Alert é uma boa pedida.
Disponível na plataforma da corretora Empiricus Investimentos, ele replica a carteira da série da Empiricus Research dedicada às small caps e mostrou uma ótima valorização no mês de maio.
Se quiser conferir um pouco mais, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
Felipe Miranda: Dez anos de “O Fim do Brasil”
Dez anos de lançamento de “O Fim do Brasil” e, afinal, a que fim chegou a economia do Brasil? Estamos em queda livre em direção ao pior?
Me mudei para Portugal, mas não entreguei a Declaração de Saída Definitiva do País; como regularizar a situação?
Documento serve para encerrar as obrigações fiscais do contribuinte no Brasil, mas este leitor não a entregou e agora recebeu uma herança
A Petrobras (PETR4) desabou mais uma vez: surge uma barganha na bolsa com dividendos bilionários?
Nas últimas várias trocas no comando da Petrobras, não tivemos grandes mudanças no dia a dia da companhia, o que inclusive permitiu ótimos pagamentos de dividendos nos últimos anos, mesmo com CEOs distintos — será que agora também vai ser assim?
Os sinais favoritos para entender o curto prazo do bitcoin (BTC)
A tendência macroeconômica é de expansão de liquidez, e os indicadores de curto prazo que mais gosto estão favorecendo a tese de que estamos próximos do fundo local para a mais recente correção do mercado
Vai piorar antes de melhorar? Milei começa a arrumar uma Argentina economicamente destruída
Em poucos meses, Milei conseguiu diminuir inflação, cortar os juros e aumentar reservas do Banco Central da Argentina, mas custo social é alto
Felipe Miranda: O real vai morrer aos 30?
A decisão do Copom na semana passada foi inequivocamente ruim. Quando você tem um colegiado dividido entre os “novos” e os “velhos”, alimentam-se os piores medos. O Copom deveria saber disso.
Dúvidas cruéis sobre declaração de ações no IR: isenção, retificação, mudança de ticker, prejuízos e investimento no exterior
A Dinheirista responde algumas das suas dúvidas mais cabeludas sobre como declarar ações no imposto de renda
Bolsa barata não basta: enquanto os astros locais não se alinham, esses ativos são indispensáveis para a sua carteira
Eu sei que você não tem sangue de barata para deixar todo o patrimônio em ações brasileiras – eu também não me sinto confortável em ver os meus ativos caindo. Mas há opções para amenizar as turbulências internas.
Rodolfo Amstalden: Selic — uma decisão com base em dados, não em datas
Hoje em dia, ao que parece, tudo tem que terminar cedo, e bebidas alcoólicas são proibidas. Por conseguinte, os debates deram lugar a decisões secas e comunicados pragmáticos
Divididos entre o conservadorismo salutar e a cautela exagerada, Copom e Campos Neto enfrentam um dilema
Os próximos passos do Copom dependem, em grande medida, da reação da economia norte-americana à política monetária do Fed
Leia Também
-
Dona da bolsa, B3 (B3SA3) mira ETFs pagadores de dividendos em nova versão do índice IDIV
-
Segredo revelado: Yduqs (YDUQ3) apresenta projeções para os próximos cinco anos e ações sobem mais de 11% na B3
-
Ação da Suzano não para de cair na B3 — e esse bancão vê dois futuros possíveis para SUZB3. É hora de abocanhar os papéis?