O ‘pacifista’ Galípolo, os bilhões do Itaú (ITUB4) e o embate entre Lula e Eletrobras (ELET6); confira os destaques do dia
O movimento pacifista não é uma instituição milenar, mas pelo menos desde a década de 20 do século XIX é uma pauta presente em diversos momentos de crise da humanidade — e, apesar das evoluções e revoluções, na maior parte do tempo o movimento organizado é menos celebrado do que a atuação célebre de alguns de seus participantes.
Não é raro que a imagem de um pacifista esteja atrelada com a figura de uma pomba branca e, em alguns casos, uma ave pronta para oferecer um ramo de oliveira — uma espécie de aceno de que o fim de um conflito é um desejo de pelo menos uma das partes — e cabe sempre ao outro lado aceitá-la ou não.
No início da tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o seu número 2 dentro da pasta, o secretário-executivo Gabriel Galípolo, será o indicado do governo para o cargo vacante de diretor de política monetária do Banco Central — um assento de grande importância política e capaz de pautar as mudanças que o governo federal tanto pregou nos últimos meses.
Juros baixos, revisão da meta de inflação e, quem sabe, um olhar mais carinhoso voltado aos números da atividade econômica e crescimento do País. Pontos que entram em conflito no momento de definição do caminho da taxa básica de juros.
Se aprovado pelo Senado, Galípolo entrará em campo ao lado de uma pomba branca, com uma visão mais dovish do que o BC vem enfrentando hoje. Com origem na palavra inglesa “dove”, que significa pombo, o que se espera é que o novo diretor dê mais importância ao crescimento econômico do que à trajetória dos preços.
Galípolo não tem uma missão fácil, mas deve chegar ao BC como um pacifista — um adjetivo utilizado até mesmo pela ministra do Planejamento, Simone Tebet. Ainda assim, o mercado começa a temer um Copom cada vez mais dividido no futuro.
O Ibovespa surfou o bom desempenho do minério de ferro e do petróleo e encerrou o dia em alta de 0,85%, aos 106.042 pontos. Mas há dúvidas sobre o que esperar nos próximos anos — se um diálogo ou uma mudança de 180 graus na forma como a política monetária será conduzida.
Até que não se saiba a extensão do papel pacifista do futuro diretor do BC, a tendência é de pressão — e cautela. E se hoje ela não pode ser vista na bolsa, sobrou para os juros futuros e o dólar à vista, que avançou 1,37%, a R$ 5,0115.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta segunda-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
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DESTAQUE DO TRIMESTRE
Itaú lucra quase “dois Bradescos”, controla inadimplência e lidera rentabilidade entre bancos privados. Sem surpresas, a instituição financeira mostrou melhor gestão da carteira de crédito do que seus pares.
MAIS UM EMBATE
Eletrobras (ELET3) confirma que Lula não está para brincadeira e, desta vez, questiona poder de voto do Estado na companhia. Hoje, a União é dona de 43% dos papéis ordinários da companhia, mas seu poder de voto é limitado a 10% — e o governo quer mudar isso.
MONEY TIMES
Construtoras: O que esperar das preferidas Direcional, Cury e Cyrela? No mês passado, as empresas do setor divulgaram prévias operacionais vistas por analistas como mistas, principalmente as do segmento de baixa renda, considerado ‘bola da vez’.
QUE CONFUSÃO!
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CAMINHO PERIGOSO
Após fúria de Putin, vem aí a fúria da China: o recado de Pequim para a Europa que pode dividir o mundo. A União Europeia está considerando sancionar oito empresas chinesas por ligações com a guerra da Rússia na Ucrânia — Xi Jinping não gosta e envia mensagem contundente aos europeus.
A MELHOR OPORTUNIDADE DA BOLSA
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