🔴 META: ATÉ R$ 2 MIL DE RENDA EXTRA POR DIA – VEJA COMO

Danielle Fonseca
OPORTUNIDADES E RISCOS

Bolsa barata ou renda fixa confortável? Saiba como os peixes grandes da Faria Lima estão se movimentando no mar revolto dos mercados

Piora externa leva à proteção e favorece a renda fixa no curto prazo, mas gestoras como Alaska, Galápagos, Asa e Trígono estão otimistas com a bolsa para 2024

Danielle Fonseca
20 de outubro de 2023
6:56 - atualizado às 20:36
Investidor olha para tela de cotações e gráficos da bolsa | Opções, ações, Armínio Fraga
Gestores e estrategistas veem riscos no cenário, mas bolsa barata -

O mar não está para peixe para os investimentos em renda variável, com a bolsa de valores voltando a amargar quedas em meio à tensão geopolítica e os movimentos nos juros nos Estados Unidos.

E até mesmo os tubarões do mercado têm dificuldades para nadar nesse cenário. Afinal, de um lado a renda fixa oferece o conforto de taxas altas — mesmo com o processo de corte da Selic em curso — e baixo risco.

Mas a tentação de nadar nas águas revoltas da bolsa é grande. Afinal, as ações brasileiras estão baratas e perto dos menores níveis históricos quando se considera a relação entre o preço e o lucro das empresas.

Para saber como os investidores estão encarando o atual momento do mercado, eu conversei com grandes gestores e estrategistas que estiveram no 44º Congresso Brasileiro de Previdência Privada nesta semana.

Bolsa x renda fixa

As aplicações em renda fixa seguem sendo as preferidas dos investidores, especialmente quando se fala de um tipo de investidor que traz muito dinheiro para o mercado de capitais no Brasil, os fundos de pensão e previdência, disse Gabriela Santos, estrategista de mercados globais do JP Morgan Asset Management.

Recentemente, a estrategista disse que as mudanças nas alocações dos fundos de pensão ainda foram no sentido de reduzir riscos, mas buscando diversificar opções dentro da renda fixa e de olho em ativos que possam se beneficiar de uma inflação mais alta.

Porém, isso não exclui a possibilidade de os fundos voltarem a olhar investimentos de maior risco e que tenham apetite por ações, principalmente a partir do ano que vem.

Bolsa: cautela no curto prazo e otimismo no médio prazo?

Para os peixes grandes do mercado financeiro, o momento ainda pede cautela, mas não dá para ignorar que há ações brasileiras já muito descontadas e que a trajetória da Selic é de queda.

“O cenário ainda é muito nebuloso e faz diminuir o risco, traz uma cautela de curto prazo, mas, por outro lado, há taxas de retorno muito atrativas na bolsa”, disse Marcos Kawakami, responsável por renda variável da BNP Paribas Asset Management.

Kawakami acredita que o momento “é bem atrativo” para a bolsa, principalmente se o investidor comprar ações pensando em um horizonte um pouco mais longo, de três a cinco anos, já que há perspectiva de valorização do mercado acionário conforme cai a Selic.

Completando a visão do head de renda variável, o diretor de investimentos (CIO) da asset do BNP, Gilberto Kfouri Júnior, reforçou que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, tem indicado que deve manter o ritmo de queda da Selic mesmo com a piora no cenário externo.

“O juro real está elevado e existe espaço. Acredito que nas próximas duas, três reuniões do Copom o ritmo de que não vai mudar”, afirmou.

Kfouri também segue acreditando que a Selic pode cair para em torno de 9% ao fim do ciclo, apesar de parte do mercado já apostar que ela vai parar antes, perto dos 10%.

Um dos mais otimistas com as perspectivas para a bolsa e que também destaca a influência da Selic é Luiz Alves Paes de Barros, sócio-fundador e chairman da Alaska Asset Management, umas das gestoras mais conhecidas do país.

Para o lendário investidor da bolsa brasileira, agora não é o momento de migrar o portfólio para ações com a Selic ainda em 12,75% ao ano, mas essa hora vai chegar em apenas algumas semanas ou meses.

“Quando ficar claro para o mercado que os juros vão cair, a bolsa vai subir rápido, ela antecipa movimentos”, afirmou.

Preparando o terreno para a demanda em renda variável

Apesar de algumas alocações mais defensivas nas estratégias de gestoras e assets agora, uma demanda por investimentos em renda variável já começou a ser sentida e tem gestoras preparando o terreno para aproveitar o potencial de melhora.

É o caso da Galapagos Capital, que acabou de investir na ampliação da equipe e produtos da área, com oito pessoas e dois produtos.

“Na semana passada, começou uma nova equipe de renda variável na Galapagos. Uma das motivações foi que sentimos o interesse do varejo com o início da queda de juros”, disse Fabio Guarda, sócio e gerente de portfólio da Galapagos.

Por enquanto, porém, Guarda acredita que o principal índice da bolsa, o Ibovespa, pode seguir negociado na faixa dos 115 mil pontos. A Galápagos inclusive está diminuindo a exposição ao risco, já que o cenário “ganhou complexidade” com alta das Treasurys e mais uma guerra.

A gestora também está mantendo algumas estratégias e operações que já garantem alguma segurança em caso de uma piora lá fora, como estar comprado em Petrobras (PETR4), mas vendido em petróleo.

Quais setores da bolsa estão mais atrativos e de quais manter distância?

Os gestores e estrategistas com que conversei apontaram ações descontadas e atrativas em todos os setores, mas alguns têm chamado mais a atenção, embora cada gestora tenha preferências e estratégias específicas para gerir seus fundos.

Na Asa Investments, por exemplo, Ricardo Almeida, head de renda variável, conta que depois de o fundo ter registrado a menor exposição ao risco da história da gestora em setembro, já começou a retomar posições mais arriscadas aos poucos e está otimista.

Essas posições ocorreram até em ações de empresas ligadas ao consumo doméstico, que vinham enfrentando dificuldades, mas no que chamou de “consumo mais defensivo”.

“Adicionamos Assaí, Grupo Mateus, RD, Totvs e Intelbras. A MRV também passou a ter 2% de representatividade no fundo”, afirmou.

Para entrar nessas companhias, saíram de small caps e um pouco de empresas do setor elétrico, por exemplo.

A Asa também reduziu um pouco a alocação em empresas ligadas a commodities, embora continuem com uma grande fatia do fundo na Vale e Petrobras, com 11% cada uma.

Almeida ainda vê um alívio para as empresas e para a bolsa principalmente a partir do ano que vem em função da queda dos juros por aqui.

“Se a Selic sair dos atuais 12,75% para 10,75%, o juro médio de 2024 já vai ser significativamente menor do que o de 2023.”

Novo índice de dividendos da B3 (IDIV) não é a melhor escolha para buscar renda extra mensal na bolsa; entenda

O dilema do varejo

Uma das apostas mais controversas na bolsa neste momento de incerteza é no setor de varejo, apesar dos preços atrativos das ações.

“Não é toda empresa que está barata que vale arriscar comprar, ainda tem companhia com risco até de quebrar. Dentro do varejo, por exemplo, há muitas empresas alavancadas e que podem sofrer impacto negativo da reforma tributária”, afirmou Yuhzô Breyer, analista de renda variável da Trígono Capital.

Entretanto, o analista também vê a bolsa barata em geral e diz que poucas vezes viu tantas empresas com múltiplos (indicadores usados para analisar uma companhia) tão baixos. 

Ele afirma que empresas que em 2019 mostravam um P/L — indicador financeiro formado pela relação entre o preço atual de uma ação e o dividida pelo lucro por ação desse ativo — de 7, 8 vezes o lucro, agora, estão a 3, 4 vezes o lucro.

Nesse cenário, a Trígono, que tem como estratégia investir em small caps, está avaliando empresas no setor de petróleo, onde atualmente tem posição comprada na PetroRecôncavo (RECV3).

Além de ter uma visão mais positiva sobre petrolíferas, a gestora segue com foco em small caps principalmente do setor industrial, como Mahle Metal Leve (LEVE3) e Tupy (TUPY3).

Mas também tem posições na mineradora Ferbasa (FESA4), por exemplo.

Compartilhe

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa se recupera do tombo de Petrobras (PETR4) e fecha em alta; dólar cai a R$ 5,13

16 de maio de 2024 - 17:40

RESUMO DO DIA: Após um dia de tensão por conta das mudanças na Petrobras (PETR4), o Ibovespa conseguiu conter as perdas embalado pelas máximas em Wall Street. O principal índice da bolsa brasileira terminou a sessão com alta de 0,20%, aos 128.283 pontos. O dólar fechou a R$ 5,13, com baixa de 0,13% no mercado […]

TEMPOS DE GLÓRIA CHEGARAM?

Nas alturas: Dow Jones ultrapassa os 40 mil pontos pela primeira vez na história 

16 de maio de 2024 - 16:30

Quando começou a operar, Dow Jones era composto apenas por 12 ações. Hoje, o índice tem ações das 30 maiores empresas dos Estados Unidos

DESTAQUES DA BOLSA

De malas prontas: Presidente e dois membros do conselho da CVC (CVCB3) renunciam; ações caem mais de 7% na B3 

16 de maio de 2024 - 13:41

Valdecyr Maciel Gomes renunciou ao cargo depois de três anos na função; movimentação acontece uma semana após balanço do primeiro trimestre

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Petrobras (PETR4) rouba as atenções e Ibovespa fecha em queda em dia de NY nas máximas; dólar sobe a R$ 5,13

15 de maio de 2024 - 17:16

RESUMO DO DIA: Sinal vermelho para os mercados: a repentina demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras (PETR4) pegou os investidores de surpresa e as atenções se voltaram para os desdobramentos da mudança no comando da companhia. Dado o peso de Petrobras no principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa terminou o pregão […]

VOLATILIDADE

Opções de venda de ações da Petrobras (PETR4) disparam mais de 1000% com ruído em torno da demissão de CEO

15 de maio de 2024 - 15:06

Investidores com posições em opções de venda de ações da Petrobras lucram com o estrago provocado pelo anúncio da saída de Jean Paul Prates

O QUE VOCÊ PRECISA SABER

Magda Chambriard vai virar a Petrobras (PETR4) de ponta-cabeça? Veja o que pensa a indicada de Lula para suceder Prates

15 de maio de 2024 - 14:06

Compilamos as opiniões da Magda Chambriard sobre os investimentos, os dividendos e o futuro da Petrobras

DANÇA DAS CADEIRAS

Prates não sai sozinho: Petrobras (PETR4) anuncia demissão de CFO e nomeia presidente interina 

15 de maio de 2024 - 13:22

A estatal confirmou Clarice Coppetti, atual diretora executiva de assuntos corporativos, como presidente interina

O DIA QUE NÃO TERMINOU

O que fazer com as ações da Petrobras (PETR4) agora? Saiba se é hora de vender ou se a queda abriu oportunidade

15 de maio de 2024 - 12:42

O ruído em torno da saída de Jean Paul Prates na presidência da estatal já custou a perda de mais de R$ 60 bilhões em valor de mercado

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa avança com ata do Copom, enquanto dólar cai a R$ 5,13; Hapvida (HAPV3) e Natura (NTCO3) chamam atenção após balanços

14 de maio de 2024 - 17:27

RESUMO DO DIA: Dizem que para toda pergunta há uma resposta. Pois bem, o mercado finalmente recebeu a sua hoje, com a divulgação da ata do Copom, após a decisão dividida sobre o corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic. No documento, a explicação foi resumida por uma decisão “técnica”, nada além disso. Afastando […]

RESULTADOS 1T24

Hapvida (HAPV3) reverte prejuízo em lucro e alcança Ebitda recorde de mais de R$ 1 bilhão; ações saltam 10% na B3

14 de maio de 2024 - 16:16

A companhia superou as expectativas do mercado e reportou lucro líquido de R$ 83,4 milhões no primeiro trimestre

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar