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Camille Lima
Camille Lima
Repórter no Seu Dinheiro. Estudante de Jornalismo na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.
MERCADO DE CAPITAIS

Tchau, bolsa: Por que as empresas trocaram as ofertas de ações por debêntures com juros em alta

As emissões de renda variável despencaram 57,8% de um ano para o outro, para R$ 52 bilhões. Ao mesmo tempo, as captações da renda fixa cresceram 25,6% na mesma base, a R$ 331 bilhões

Camille Lima
Camille Lima
13 de outubro de 2022
16:16 - atualizado às 19:24
Relógio com gráfico de cotações da bolsa e moedas; B3
Relógio com gráfico de cotações da bolsa e moedas - Imagem: Freepik

Fechada há mais de um ano, a janela de abertura de capital (IPOs, na sigla em inglês) na B3 deve aguardar um bom tempo para voltar a abrir. Isso porque, em meio às incertezas do cenário macroeconômico atual e o patamar elevado dos juros, a renda fixa voltou a atrair os olhos dos investidores — as empresas preferiram trocar as ofertas de ações por debêntures em 2022.

É o que mostra o balanço do mercado de capitais até o terceiro trimestre divulgado nesta quinta-feira (13) pela Anbima, a associação que representa as instituições que atuam no mercado de capitais.

O volume total das emissões do mercado financeiro brasileiro chegou a R$ 402 bilhões no acumulado do ano até setembro, uma leve queda de 5,5% na comparação anual. Porém, as emissões de renda variável despencaram 57,8% de um ano para o outro, para R$ 52 bilhões.

Ao mesmo tempo, as captações da renda fixa cresceram 25,6% na mesma base, encerrando setembro a R$ 331 bilhões. 

Vale destacar que, deste total, as debêntures — isto é, os títulos de dívida emitidos pelas empresas — lideraram as captações e foram responsáveis pela emissão de R$ 203,5 bilhões entre janeiro e setembro de 2022.

“Eu sou otimista. A gente está tendo um ano muito melhor do que a gente imaginava, dadas todas as dificuldades”, disse José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima, durante coletiva de imprensa.

Até mais, IPOs. Olá, debêntures

Você já leu aqui no Seu Dinheiro que, diante de inúmeras variáveis incertas no cenário macroeconômico, a janela de ofertas públicas iniciais (IPOs, em português) se fechou em 2022.

Afinal, pense no combo caótico do mercado: uma inflação enraizada na economia brasileira e a tendência de altas consistentes na taxa básica de juros combinadas com tensões geopolíticas causadas pela invasão da Ucrânia pela Rússia e o novo fantasma da recessão global.

Não há investidor ou empresa que não se assuste pelo menos um pouco — e, ao todo, 27 empresas desistiram de se listar na B3 através de ofertas de ações desde janeiro deste ano. 

Por consequência, o apetite das empresas por emissões de renda variável e de ações diminuiu drasticamente, causando uma queda da ordem de 60% na captação do segmento no acumulado de 2022 até setembro.

Acontece que, na visão de Flavia Palacios, CEO da Opea e coordenadora da Comissão de Securitização da Anbima, muitas empresas não conseguem esperar por uma redução da Selic para captar recursos.

“Acredito que, no primeiro momento da elevação de taxas de juros, as empresas podem até esperar para entender se é algo provisório. Mas, à medida que a subida foi consistente e bem sinalizada e que o nível de atividade econômica seguiu aquecido, a captação ainda fazia mais sentido do que o ‘não captar’”, disse a coordenadora aos jornalistas.

Desse modo, para não deixar de captar durante esse período, as companhias optaram por instrumentos de dívida, como as debêntures. 

O crescimento de 25,6% da captação da renda fixa compensou, em parte, a queda do apetite pelas emissões de capital e ações, com ênfase nos títulos de dívida, que lideraram as emissões.

Não à toa, as emissões de debêntures atingiram nível recorde para um terceiro trimestre, acumulando R$ 203,5 bilhões em captação.

Do total de emissões, aproximadamente R$ 39 bilhões foram provenientes do setor de energia elétrica, que liderou a lista de captações nos nove primeiros meses de 2022.

Leia também:

O brilho dos CRIs e CRAs

É importante ressaltar que as debêntures não foram os únicos instrumentos de renda fixa que se destacaram neste ano: Os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e os CRAs (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) também brilharam no acumulado de 2022 até setembro.

As emissões dos CRIs avançaram em torno de 50,1% de janeiro a setembro deste ano, para R$ 32,6 bilhões.

Por sua vez, os CRAs viram a captação disparar 112% em relação aos nove primeiros meses do ano passado, para R$ 33,3 bilhões em 2022.

Um produto relativamente novo no mercado, o Fiagro, também começa a mostrar vigor e acumulou um volume de R$ 6,1 bilhões entre agosto de 2021 e setembro deste ano. 

Na visão de Flavia Palacios, o desempenho dos fiagros ajuda a explicar o desempenho dos certificados do agronegócio, em um movimento bem semelhante ao visto pelo mercado no setor imobiliário, quando falamos dos FIIs que investem em CRIs.

“A gente vê esse mesmo caminho se repetindo no mundo do agronegócio."

O que esperar do mercado brasileiro e de ações?

Então, a dúvida que fica é: a renda variável sofreu em 2022 quando comparada à renda fixa. Mas o que devemos esperar do mercado de capitais para o próximo ano? 

Para José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima, o cenário futuro para o mercado financeiro no Brasil é positivo, mas dependerá de certos fatores para se fortalecer. Entre as condições, o executivo cita a situação macroeconômica brasileira, o nível da bolsa brasileira e o cenário externo.

“Eu vejo com otimismo, mas precisa ter estabilidade para que o mercado continue se desenvolvendo”, disse Laloni.

Isso porque, quando se trata do setor de renda variável, o mercado é extremamente ligado ao desempenho das bolsas de valores, tanto no Brasil quanto lá fora.

“Por um lado, você precisa ter preços das empresas atrativos, e uma bolsa mais barata pode estar em um momento desses. Por outro lado, você tem o empresário e as empresas, que também querem encontrar um momento de emissão mais favorável aos seus valuations. Então, muitas vezes, preços mais baratos não atraem as empresas a fazerem captação”, destacou o vice-presidente da Anbima.

Na visão de Laloni, tanto no final deste ano quanto em 2023, a bolsa brasileira continuará enfrentando a pressão do aperto monetário no Brasil e no mundo — o que não é lá tão favorável para a B3 subir, diga-se de passagem. 

Apesar destes fatores, a perspectiva para o futuro do mercado de capitais, tanto na renda fixa como na variável, é otimista.

“Nós tivemos boas notícias sobre a inflação e a perspectiva de juros do ano que vem. Talvez haja um processo de diminuição da taxa de juros de longo prazo e melhora do risco do Brasil no início do ano que vem. Isso possibilitaria o crescimento ainda maior das operações”, projetou o vice-presidente da associação.

O cenário macroeconômico pode ajudar o Brasil?

Durante coletiva de imprensa, o vice-presidente da Anbima disse que o conturbado cenário geopolítico pode atrair o olhar estrangeiro para o Brasil, especialmente quando o assunto é energia elétrica.

“A gente está vendo uma oportunidade de investimento no Brasil”, afirmou Laloni.

Isso porque, com os recorrentes cortes de fornecimento de gás pela Rússia para a Europa como forma de retaliação às sanções aplicadas pelo Ocidente por conta da guerra na Ucrânia, o continente europeu enfrenta uma verdadeira e agravada crise energética.

“A questão geopolítica pode atrair a atenção do mundo para nós, um país que tem energia barata, com investimentos sendo feitos nas energias alternativas e capacidade de exportar energia através das novas tecnologias.”

A troca das ações e da renda variável pela renda fixa é uma tendência no mercado de capitais brasileiro?

É inegável que, diante das taxas de juros galopantes, a renda fixa tornou-se, com larga vantagem, a escolha preferida das empresas brasileiras para captação de recursos ante as ofertas de ações.

Afinal, enquanto as emissões de renda variável desabaram quase 60% na comparação ano a ano, a captação da renda fixa aumentou mais de 25% na mesma base. Então, esse movimento pode ser um indicativo de que a captação da renda fixa veio para ficar? 

Para o vice-presidente da Anbima, apesar de o mercado de capitais brasileiro ter visto uma troca da renda variável em 2022, a mudança não é necessariamente uma tendência para os próximos anos.

“A gente não viu uma interrupção durante o ano. Teve um movimento natural de acomodação de portfólio de ativos, mas as operações continuaram a funcionar bem. Eu não vejo nenhum tipo de ‘solução de continuidade’ no mercado de renda fixa”, afirmou. 

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