Rodolfo Amstalden: Onde os CEOs acontecem?
Troca de comando da Disney diz menos sobre os Bobs envolvidos na história e mais sobre a real capacidade de um CEO fazer milagres por uma empresa diante de um cenário profundamente anticíclico
Gostamos de ler Bob Iger em "Onde os Sonhos Acontecem" — sua autobiografia profissional dos 15 anos como CEO da Disney.
Parece ser um cara realmente legal, inovador, perfeitamente capaz de inspirar 200 mil colaboradores rumo a um mesmo propósito.
Isso dito, não é fácil entender a alta de +6% de DIS no dia em que Iger, já aposentado, aos 71 anos, aceita um convite inusitado para voltar ao cargo máximo da empresa.
Em tese, Bob Chapek — o substituto escolhido a dedo por Iger — prometia um perfil muito mais adequado aos tempos bicudos da macroeconomia atual.
De formação parecida com a de Tim Cook, da Apple, Chapek fez sua fama na Disney por controlar as operações dos parques na palma da mão. Decisões difíceis, envolvendo corte de custos e realocação de capital, seriam rapidamente processadas por sua mente racional e lógica.
Por outro lado, Iger construiu a maior parte de suas formidáveis conquistas à frente da Disney num mundo criativo de baixa inflação, juros mínimos e crescimento econômico.
- Leia também: Rodolfo Amstalden — A mesma história
Não é nada trivial reconhecer com justiça os devidos méritos pessoais em meio a graves deméritos sistêmicos.
Para confundir ainda mais o cenário, a principal crítica do mercado em relação aos últimos resultados trimestrais é direcionada ao streaming do Disney+, que queimou US$ 1,5 bilhão, e sempre foi uma das grandes bandeiras de inovação da gestão Iger.
Mesmo na possível hipótese de uma troca injusta de CEOs, motivada puramente pela queda de -40% das ações year to date, não precisamos ter tanto dó de Bob Chapek: seu pacote total de remuneração ao sair deve ultrapassar os US$ 23 milhões.
- ESTÁ GOSTANDO DESTE CONTEÚDO? Tenha acesso a ideias de investimento para sair do lugar comum, multiplicar e proteger o patrimônio.
A questão é menos sobre os Bobs envolvidos na história e mais sobre a real capacidade de um CEO — qualquer CEO — fazer milagres por uma empresa diante de um cenário profundamente anticíclico.
O que Sergio Rial pode fazer em prol de Americanas, afundada em prejuízos, e com alavancagem de 6x ebitda?
Pedro Zinner vai devolver à Stone as promessas do IPO roadshow, ou está indo "apenas" para arrumar a casa, numa due dilligence de luxo antes de a empresa ser vendida?
Algumas das melhores cabeças do País hoje estão dedicadas à sobrevivência corporativa, e gostaríamos que outras melhores cabeças também estivessem dedicadas à sobrevivência fiscal.
Me mudei para Portugal, mas não entreguei a Declaração de Saída Definitiva do País; como regularizar a situação?
Documento serve para encerrar as obrigações fiscais do contribuinte no Brasil, mas este leitor não a entregou e agora recebeu uma herança
A Petrobras (PETR4) desabou mais uma vez: surge uma barganha na bolsa com dividendos bilionários?
Nas últimas várias trocas no comando da Petrobras, não tivemos grandes mudanças no dia a dia da companhia, o que inclusive permitiu ótimos pagamentos de dividendos nos últimos anos, mesmo com CEOs distintos — será que agora também vai ser assim?
Os sinais favoritos para entender o curto prazo do bitcoin (BTC)
A tendência macroeconômica é de expansão de liquidez, e os indicadores de curto prazo que mais gosto estão favorecendo a tese de que estamos próximos do fundo local para a mais recente correção do mercado
Vai piorar antes de melhorar? Milei começa a arrumar uma Argentina economicamente destruída
Em poucos meses, Milei conseguiu diminuir inflação, cortar os juros e aumentar reservas do Banco Central da Argentina, mas custo social é alto
Felipe Miranda: O real vai morrer aos 30?
A decisão do Copom na semana passada foi inequivocamente ruim. Quando você tem um colegiado dividido entre os “novos” e os “velhos”, alimentam-se os piores medos. O Copom deveria saber disso.
Dúvidas cruéis sobre declaração de ações no IR: isenção, retificação, mudança de ticker, prejuízos e investimento no exterior
A Dinheirista responde algumas das suas dúvidas mais cabeludas sobre como declarar ações no imposto de renda
Bolsa barata não basta: enquanto os astros locais não se alinham, esses ativos são indispensáveis para a sua carteira
Eu sei que você não tem sangue de barata para deixar todo o patrimônio em ações brasileiras – eu também não me sinto confortável em ver os meus ativos caindo. Mas há opções para amenizar as turbulências internas.
Rodolfo Amstalden: Selic — uma decisão com base em dados, não em datas
Hoje em dia, ao que parece, tudo tem que terminar cedo, e bebidas alcoólicas são proibidas. Por conseguinte, os debates deram lugar a decisões secas e comunicados pragmáticos
Divididos entre o conservadorismo salutar e a cautela exagerada, Copom e Campos Neto enfrentam um dilema
Os próximos passos do Copom dependem, em grande medida, da reação da economia norte-americana à política monetária do Fed
Tony Volpon: Mantendo a esperança nas bolsas americanas
Começamos maio de forma bem mais positiva do que foi abril — sigo uma regra que, se não infalível, tem uma taxa de acerto bastante alta: se o payroll for positivo, o mês será positivo para as bolsas americanas
Leia Também
-
Fundo imobiliário listado na B3 começa a receber aluguel atrasado da Americanas (AMER3), mas com "desconto" de 50%
-
Após caso Americanas, B3 propõe colocar selo do Novo Mercado em revisão para empresas com problemas
-
Adeus, Bartolomeo? Vale (VALE3) já definiu os próximos passos para a sucessão do comando da mineradora
Mais lidas
-
1
8 maneiras de aumentar a sua restituição do imposto de renda na declaração de IR 2024
-
2
Justiça de SP suspende embargo das obras do principal projeto da JHSF (JHSF3) após mais de um mês de paralisação
-
3
A Petrobras (PETR4) desabou mais uma vez: surge uma barganha na bolsa com dividendos bilionários?