Conseguiu uma boa grana: Cemig (CMIG4) pode pagar mais dividendos após acordo bilionário com a Vale (VALE3), diz XP
Para a corretora, anúncio de venda da Aliança Energia para a Vale não surpreende, mas valor obtido pode turbinar dividendos da Cemig
Um negócio do tipo ganha-ganha fechado na última quarta-feira (27) entre Cemig (CMIG4) e Vale (VALE3) rendeu uma boa grana à estatal mineira de energia elétrica, que pode, com isso, potencializar seu pagamento de dividendos, diz a XP Investimentos em relatório publicado nesta quinta (28).
Ontem, as companhias anunciaram que a Cemig vendeu a sua participação de 45% na Aliança Energia para a Vale por R$ 2,7 bilhões. O acordo ainda deverá ser aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Após a venda, a elétrica passou também a deter o direito de receber 45% das indenizações futuras que podem ser recebidas pela Aliança, estimadas em R$ 223 milhões, relativas aos prejuízos causados pela ruptura da barragem de rejeitos do Fundão envolvendo a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga).
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Este preço implica um múltiplo de 8,3 vezes EV/Ebitda [valor de firma sobre Ebitda, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] de 2023, avalia a XP.
"Esse desinvestimento já estava nos planos da Cemig e não nos surpreendeu. O valor obtido, porém, parece positivo para a Cemig e poderá potencializar o pagamento de dividendos nos próximos períodos", escreveram os analistas Vladimir Pinto e Maíra Maldonado, em relatório.
A XP reafirmou sua recomendação de compra para CMIG4, com preço-alvo de R$ 16 por ação, uma alta de 27% ante o fechamento de ontem. Hoje, os papéis avançam pouco mais de 1% na B3. Acompanhe nossa cobertura completa de mercados.
Por que a Cemig (CMIG4) vendeu a Aliança Energia para a Vale (VALE3)?
A Vale já era dona de 55% da Aliança Energia, uma geradora com 1.438 MW de capacidade instalada e 755 MW de energia assegurada entre sete usinas hidrelétricas e três parques eólicos (um deles ainda em construção).
Do lado da Cemig, a venda faz parte do plano de desinvestimentos implementado em 2020. A elétrica inclusive já havia informado que vender sua participação de 45% na empresa fazia parte desse plano.
Já o racional para Vale é que, além de já deter uma fatia relevante da empresa, a mineradora utiliza a maior parte da energia gerada pela Aliança.
"A venda para a Vale poderá gerar valor para ambas as empresas visto que, na Vale, a Aliança poderá obter sinergias relevantes", diz a XP.
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