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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Investimento de presente

Dia das Crianças: Quanto você precisa investir para pagar a faculdade do seu filho com o Tesouro Educa+? Fizemos as simulações

Título público lançado recentemente pelo Tesouro Direto cairia como uma luva como presente de Dia das Crianças, pensando no futuro dos filhos

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
12 de outubro de 2023
8:30 - atualizado às 15:09
Imagem: Shutterstock

As datas comemorativas são boas ocasiões para presentear as crianças com bonecas, videogames e bicicletas, mas também com uma grana para engordar o cofrinho. De uns tempos para cá tornou-se comum a ideia de que os pais podem presentear seus filhos com investimentos no Dia das Crianças. E, em agosto, os brasileiros ganharam uma nova opção de ativo que parece feita sob medida para desempenhar este papel: o Tesouro Educa+.

O novo título público voltado para a poupança para a educação superior – basicamente faculdade, curso técnico ou pós-graduação – pode servir como um ótimo presente neste 12 de outubro, uma vez que crianças e adolescentes têm o tempo a seu favor, o que potencializa os ganhos dos investimentos de longo prazo.

Assim como outros títulos públicos, como o Tesouro Selic, o Tesouro IPCA+ e o Tesouro RendA+, o Tesouro Educa+ é negociado via Tesouro Direto, a plataforma do Tesouro Nacional para as pessoas físicas venderem e comprarem esse tipo de investimento.

O Tesouro Educa+ permite ao investidor guardar dinheiro aos poucos, ao longo de vários anos, de forma a garantir, a partir de uma data futura pré-definida, uma mesada ao longo de cinco anos.

A ideia é que pais e responsáveis usem o título para investir em nome de seus filhos, netos ou sobrinhos, por exemplo, e que essa renda mensal futura seja usada para custear as mensalidades de um curso profissionalizante ou superior para esses jovens quando eles terminarem o Ensino Médio.

Mesmo no caso daqueles que conseguirem ingressar em uma instituição de ensino pública e gratuita, essa mesada pode servir de ajuda de custo durante os anos em que o jovem tiver que estudar e não puder trabalhar.

O foco do Tesouro Nacional com essa iniciativa é a população de renda mais baixa, que tem menos acesso às universidades públicas e, com isso, acaba recorrendo ao ensino particular.

Além disso, são pessoas que muitas vezes deixariam de fazer um curso superior ou técnico por necessidade de começar a trabalhar cedo, mas que são as mais favorecidas quando conseguem continuar os estudos, com possibilidade real de ascensão social.

Mas nada impede que brasileiros de renda mais alta também se beneficiem do Tesouro Educa+, inclusive aqueles que quiserem mandar seus filhos para universidades privadas de ponta ou cursos mais caros, como Medicina. Tudo depende de quanto a família consegue poupar por mês e se já dispõe de um valor de reserva inicial para este objetivo.

Fato é que o Tesouro Educa+ é muito acessível, pois o valor de investimento inicial é de apenas R$ 30. Nas suas comunicações, o Tesouro Nacional inclusive destaca que uma família que começasse a poupar cerca de R$ 80 por mês neste título a partir do nascimento do filho conseguiria já pagar a mensalidade de uma faculdade à distância para ele no futuro, cujos valores partem de cerca de R$ 500 hoje.

Mas qual o tamanho do esforço de poupança para de fato conseguir pagar faculdades presenciais e mais caras? Realmente é possível? Vamos fazer algumas simulações.

Como funciona o Tesouro Educa+

Antes de mais nada, convém entender como o Tesouro Educa+ funciona. O título conta com um prazo de acumulação e uma data de conversão, a partir da qual começam a ser pagos os rendimentos mensais, durante cinco anos.

Hoje, há títulos com 16 datas de conversão disponíveis, com prazos de acumulação que variam de três a 18 anos, contemplando desde o jovem que está ingressando no Ensino Médio hoje até o bebê que acabou de nascer.

Cada título conta com uma rentabilidade constituída de uma taxa prefixada (conhecida no ato do investimento) mais a variação da inflação medida pelo IPCA. Esse retorno destina-se a capitalizar o valor investido no título ao longo do tempo. Após a data de conversão, os rendimentos pagos continuam sendo corrigidos pela inflação.

Hoje, os diferentes vencimentos de Tesouro Educa+ estão pagando acima de 5% ao ano mais IPCA, uma rentabilidade alta, mas a tendência é que esse retorno caia com o tempo, com a perspectiva de cortes nas taxas de juros. Então, quem começar a investir agora, consegue garantir uma rentabilidade mais gorda, pelo menos neste início da poupança.

Quanto maior a taxa de juros, menos o investidor precisa poupar para o mesmo objetivo, pois mais títulos ele consegue comprar. Quando os juros caem, os títulos ficam mais caros, então é preciso poupar mais para comprar a mesma quantidade de títulos.

Não é obrigatório investir mensalmente, mas essa constância diminui o esforço de poupança com o tempo. Além disso, quanto antes você começar a poupar – quanto maior o prazo de acumulação –, mais fácil é conseguir poupar o valor necessário.

Você pode ainda fazer aportes extraordinários quando entrar um dinheiro a mais, por exemplo. Em breve, o Tesouro Nacional também deve lançar a possibilidade de várias pessoas conseguirem, com facilidade, fazer investimentos em nome de um mesmo jovem, o que reduzirá ainda mais o esforço de poupança, pois vários membros de uma mesma família e até mesmo amigos poderão contribuir para um mesmo objetivo.

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Simulando as mensalidades da faculdade do seu filho

O processo de investimento no Tesouro Educa+ começa com a simulação no site do Tesouro Direto. Basta informar a idade do jovem hoje, a idade em que ele deve começar a faculdade, a renda mensal pretendida (o valor da mensalidade mais eventuais custos com alimentação, transporte etc.) e o valor do investimento inicial, se houver.

Caso você esteja partindo do zero, deixe o valor do investimento inicial zerado. Mas se você já tiver uma poupança para destinar a esse objetivo, ela pode ser uma boa mão na roda para ajudar a atingir o objetivo mais rápido.

Informados esses dados, o simulador mostra a data de conversão que você deve escolher, quantos títulos Tesouro Educa+ com aquela data de conversão você precisa comprar ao longo do tempo e quanto precisa investir mensalmente com o patamar de rentabilidade atual para atingir o objetivo.

Já mostramos que, com o patamar de juros atual, é possível conseguir uma renda mensal equivalente a R$ 500 durante cinco anos poupando-se cerca de R$ 80 por mês por 18 anos, isto é, desde o nascimento do seu filho até a idade de ele entrar na faculdade.

Para um jovem que está ingressando no Ensino Médio, porém, esse investimento mensal sobe para pouco mais de R$ 600 por três anos, com o patamar de rentabilidade de hoje, para se obter a mesma renda. Um indicativo da diferença brutal que o prazo faz.

Mas e para faculdades mais caras, como os cursos presenciais? Vamos a algumas simulações, feitas no site do Tesouro Direto para jovens de diferentes idades e que devem começar o curso aos 18 anos. Lembre-se de estas são apenas simulações, com base em projeções de mercado.

Recém-nascido

  • Prazo de poupança: cerca de 17 anos e meio
  • Título para comprar: Tesouro Educa+ 2041
Sem investimento inicialCom investimento inicial de R$ 20 mil
Valor da mensalidade do cursoQuantos títulos devem ser adquiridos?Aporte mensalQuantos títulos devem ser adquiridos?Aporte mensal
R$ 1.00014,47R$ 152,12O investimento inicial já é suficiente para atingir a renda desejadaR$ 0
R$ 1.50021,7R$ 228,137,05R$ 74,11
R$ 2 mil28,93R$ 304,1414,28R$ 150,12
R$ 2.50036,16R$ 380,1521,51R$ 226,13

Criança de 10 anos de idade

  • Prazo de poupança: cerca de 8 anos e meio
  • Título para comprar: Tesouro Educa+ 2032
Sem investimento inicialCom investimento inicial de R$ 20 mil
Valor da mensalidade do cursoQuantos títulos devem ser adquiridos?Aporte mensalQuantos títulos devem ser adquiridos?Aporte mensal
R$ 1.00014,47R$ 423,325,81R$ 169,97
R$ 1.50021,7R$ 634,8413,04R$ 381,48
R$ 2 mil28,93R$ 846,3520,27R$ 593,00
R$ 2.50036,16R$ 1.057,8727,5R$ 804,52

Adolescente de 15 anos de idade

  • Prazo de poupança: 3 anos e meio
  • Título para comprar: Tesouro Educa+ 2027
Sem investimento inicialCom investimento inicial de R$ 20 mil
Valor da mensalidade do cursoQuantos títulos devem ser adquiridos?Aporte mensalQuantos títulos devem ser adquiridos?Aporte mensal
R$ 1.00014,47R$ 1.240,037,94R$ 680,43
R$ 1.50021,7R$ 1.859,6215,17R$ 1.300,02
R$ 2 mil28,93R$ 2.479,2122,4R$ 1.919,61
R$ 2.50036,16R$ 3.098,8029,63R$ 2.539,20

Repare que, para quem começa a poupar ainda na primeira infância do filho, as metas são bem factíveis. Mas se a poupança começa com o jovem já no Ensino Médio, a coisa pode se tornar inviável. Note também como ter um valor de investimento inicial faz diferença no processo de acumulação, no patamar de juro atual.

Como há correção pela inflação, na hora de simular você pode considerar os valores das mensalidades de hoje. O ideal é considerar alguma gordura, simulando uma meta de renda superior ao valor desejado, uma vez que o aumento de preços das instituições de ensino pode superar o IPCA no longo prazo.

Além disso, a simulação do Tesouro não leva em conta a eventual taxa de custódia, nem o imposto de renda.

No caso do Tesouro Educa+, o investidor que ficar com o título até o vencimento e receber uma renda de até quatro salários mínimos (R$ 5.280 em valores de hoje) fica isento da taxa de custódia cobrada pela B3 pela guarda dos títulos. Ou seja, nos casos simulados, não haveria essa cobrança.

Para quem receber acima de quatro salários mínimos, há cobrança de uma taxa de custódia de 0,10% proporcional ao que exceder esse teto.

Já o imposto de renda é obrigatório e cobrado apenas sobre a rentabilidade, não sobre o principal. Para investimentos de longo prazo, de mais de dois anos, o que seria o caso nessas simulações, a alíquota é de 15%.

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Dá para pagar um curso de Medicina?

Como você pode ver, o Tesouro Educa+ é uma tremenda mão na roda, mas para cursos de graduação mais caros, como o de Medicina, o esforço de poupança seria tão grande que ficaria restrito a pessoas que, possivelmente, teriam renda suficiente para pagá-los sem necessitar de uma poupança específica de longo prazo.

Ainda assim, nada impede que a família poupe mirando uma renda mais baixa, ao menos para ter uma ajuda de custo durante os anos de faculdade dos jovens.

Mesmo assim, vamos fazer esse exercício, para uma poupança com prazo de 18 anos – até porque, quando o investimento coletivo em um mesmo jovem ficar disponível, esses objetivos ficarão mais acessíveis.

No caso de Medicina, entre os melhores cursos privados do país, as mensalidades costumam ficar entre R$ 8 mil e R$ 10 mil.

Já se estivermos falando de outros cursos em instituições renomadas, os valores são um pouco mais baixos. Pensando em instituições que divulgam em seu site os valores das mensalidades, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), por exemplo, costuma cobrar entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, e a PUC-Rio, entre R$ 4 mil e R$ 6 mil.

Vamos fazer duas simulações então, mirando rendas de R$ 6 mil e R$ 10 mil por mês:

Sem investimento inicialCom investimento inicial de R$ 20 mil
Valor da mensalidade do cursoQuantos títulos devem ser adquiridos?Aporte mensalQuantos títulos devem ser adquiridos?Aporte mensal
R$ 6 mil86,77R$ 912,2272,12R$ 758,20
R$ 10 mil144,61R$ 1.520,29129,96R$ 1.366,28

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