🔴 META: ATÉ R$ 2 MIL DE RENDA EXTRA POR DIA – VEJA COMO

Liliane de Lima
É repórter do Seu Dinheiro. Jornalista formada pela PUC-SP, já passou pelo portal DCI e setor de análise política da XP Investimentos.
ERA CILADA!

McDonald’s vende McPicanha sem picanha; veja outras empresas que criaram histórias sobre seus produtos

O McDonald’s já se pronunciou sobre o caso e admitiu que o sanduíche não tem carne de picanha. Procon-SP e Conar ainda não se manifestaram

Liliane de Lima
28 de abril de 2022
12:05 - atualizado às 16:17
propaganda enganosa do McDonald's sobre o McPicanha; mcdonalds
Apresentação dos novos sanduíches em peça publicitária - Imagem: Reprodução/McDonald's

O McDonald’s sempre cativou o cliente pela propaganda, despertando a fome pelos olhos. Mas, dessa vez, o olhar traiu a vontade de comer, confundiu os sabores e a história pegou mal. A rede de fast-food admitiu que o novo sanduíche, o McPicanha, não tem a carne bovina prometida.

A “farsa” do lanche, lançado recentemente, foi descoberta após a denúncia da página do Instagram sobre resenhas de sanduíches “Coma com os olhos” sobre possível caso de propaganda enganosa.

O McDonald's, porém, já se manifestou, antevendo a repercussão do caso. Em nota, a rede de restaurantes afirmou que, na verdade, os lanches foram desenvolvidos com molho sabor picanha e que a carne, na verdade, é “produzida com um blend de cortes selecionados”. 

“Lamentamos que a comunicação criada sobre os novos produtos possa ter gerado dúvidas e informamos que haverá novas peças [publicitárias] destacando a composição dos sanduíches de maneira mais clara”, disse o McDonald's.

Além disso, a rede retirou o vídeo de campanha do ar no início da manhã desta terça-feira, que estava sendo veiculado nas redes sociais e meios de comunicação.

Procon-SP e Conar notificam campanha do McDonald's

Os órgãos de regulação e defesa do consumidor, Conar e Procon-SP respectivamente, se pronunciaram sobre a propaganda da McPicanha do McDonald's.

O Procon-SP notificou a empresa e pediu explicações sobre a campanha, que deve responder ao órgão até 2 de maio. Já o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) abriu processo para verificar a veracidade da peça publicitária, no último dia 26, a partir de uma reclamação de um consumidor.

Até o momento, o McDonald's não se manifestou sobre as notificações dos órgãos.

Além do McDonald's: outras empresas que inventaram histórias 

Publicidade enganosa ou “storytelling” —  técnica publicitária que visa encantar e persuadir o cliente? O caso do McPicanha sem picanha do McDonald’s chamou mais uma vez a atenção para a “criatividade” nas estratégias de marketing das empresas.

O caso mais recente a ganhar repercussão foi o da Netbags. A varejista online de bolsas de luxo divulgou uma promoção depois que a fundadora teria morrido de câncer.

A empresa reconhece no próprio site, porém, que a história sobre a fundadora não é verdadeira.  Depois de ser notificada pelo Procon-SP, a Netbags tirou a propaganda do ar.

Conheça a seguir outros casos de empresas questionadas pelas narrativas “criativas”: 

1. Diletto

A sorveteria paulistana fundada em 2008 por Leandro Scabin é um dos clássicos sobre um storytelling comovente, mas falso. 

A inspiração para criar picolés teria vindo do avô de Leandro, o italiano Vittorio Scabin. A imagem do nonno estampava as embalagens da Diletto, remetendo à história de uma tradição familiar na fabricação de sorvetes. E isso foi o que impulsionou as vendas e a consolidação da marca, conquistando até o bilionário Jorge Paulo Lemann como sócio em 2012. 

Contudo, o senhor Vittorio nada tinha a ver com sorvete e não era o nome do avô de Leandro. A única parte verdadeira da história era a origem italiana da família Scabin. 

2. Abercrombie & Fitch

A varejista de vestuário americana também usou das técnicas “exageradas” do storytelling para promover uma outra marca do grupo: a Hollister.

Fundada em 2000, o presidente da varejista, Mike Jeffries, criou uma bela história. A Hollister teria sido fundada em 1922 pelo americano John Hollister, formado na Universidade de Yale e filho de um banqueiro. 

John foi um jovem que trabalhava numa plantação de borracharia na Indonésia e que se tinha encantado com o artesanato do sul do Pacífico. Com isso, resolveu abrir uma galeria para vender as obras, a Hollister, que depois se tornou uma loja de roupas inspiradas no surfe pelo filho John Jr. 

Contudo, a história verdadeira é outra. A primeira loja da Hollister, em Ohio (EUA) foi aberta como parte da holding Abercrombie & Fitch, para atingir o público mais jovem - crianças e adolescentes - que praticam algum tipo de esporte. 

3. Sucos do Bem

A fabricante de sucos orgânicos Do Bem, fundada em 2007 no Rio de Janeiro, foi outro exemplo de empresa que inventou uma história como parte da estratégia de marketing do produto, com a impressão de manifestos nas caixinhas de bebidas. 

Em uma delas, a história é que as laranjas são “colhidas fresquinhas todos os dias, vêm da fazenda do senhor Francesco do interior de São Paulo, um esconderijo tão secreto que nem o Capitão Nascimento poderia descobrir”. 

Porém, as frutas não são do Francesco, mas sim de outras empresas fornecedoras. Em nota, a empresa afirmou que o personagem foi “inspirado em pessoas reais”. 

“Foi uma mentira pequena ou uma meia-verdade romanceada, mas o suficiente para estragar a história”, afirma Adilson Xavier, publicitário e escritor do livro “Storytelling - Histórias que deixam marcas”.

No caso do “Sucos do Bem”, o Conar não considerou a propaganda enganosa e absolveu a marca da acusação. “Mesmo assim, o dano à reputação aconteceu”, comentou o publicitário. 

Caso McDonald's: repercussão para as marcas e empresas

Tanto a história “inventada” quanto a prática do storytelling — que não deve induzir a uma propaganda enganosa — podem afetar as marcas de forma momentânea, quando justificada, ou até resultar na perda da credibilidade. Casos de propaganda enganosa, como esse do McDonald's, também são passíveis de sofrer recursos judiciais.

Para Adilson Xavier, “os erros cometidos no storytelling repercutem imediatamente na reputação das empresas e marcas. Descuidos ainda que minúsculos podem causar grandes prejuízos, e nem sempre conseguem ser sanados”. 

“Estamos vivendo uma perigosa onda do ‘fake’, que rebatiza ‘mentira’ como ‘fato alternativo’, e tenta se agarrar em conceitos limpos como ‘storytelling’ e ‘liberdade de expressão’ para confundir os desavisados e desqualificar a verdade”, disse. 

Para ele, o grande desafio e — ao mesmo tempo, o que torna o terreno fértil para tais práticas, como a do McDonald's —  “é fazer com que as narrativas das marcas se insiram na infinidade de outras que inundam as redes sociais”. 

Leia também

*Com informações de Exame e Uol

Compartilhe

O AGRO NÃO É MAIS POP?

Ações da AgroGalaxy (AGXY3) tombam 16%, mas esse banco diz que é hora de comprar — e explica por quê

16 de maio de 2024 - 14:50

O Citi manteve a indicação de compra para os papéis da companhia, com preço-alvo para 12 meses de R$ 6 a ação — o que representa um potencial de valorização de 259,3% em relação ao último fechamento

ZUCKERBERG NA MIRA

Meta vira alvo de investigação na União Europeia sobre riscos à segurança infantil no Facebook e Instagram

16 de maio de 2024 - 14:07

A União Europeia suspeita que a Meta não vem fazendo o suficiente para proteger jovens e crianças, mas não é a primeira vez que dona do Facebook enfrenta investigações do tipo

PAGOU CARO?

CEO da Auren afirma que “não poderia ter transação melhor do que a aquisição da AES Brasil” — mas AURE3 cai forte na bolsa, enquanto AESB3 dispara

16 de maio de 2024 - 12:44

A Auren abocanhou na noite passada as operações AES no Brasil, em um acordo que dará origem à terceira maior empresa geradora de energia do país

DEPOIS DA TEMPESTADE

Quando Magda Chambriard assumirá o lugar de Prates? Conheça o cronograma da sucessão na Petrobras (PETR4)

16 de maio de 2024 - 10:11

A indicação precisa seguir os ritos estatutários da Petrobras até que seja apreciada pelo Conselho de Administração da companhia

RENOVADAS

Uma gigante da geração de energia no Brasil: Auren (AURE3) compra a AES Brasil (AESB3) em combinação que gera R$ 30 bilhões em valor

15 de maio de 2024 - 19:54

Pelo acordo, a AES Brasil será transformada em subsidiária integral da Auren, com a unificação das bases acionárias das duas empresas no Novo Mercado

O PREÇO DA (RES)CISÃO

Perdeu uma Hapvida (HAPV3): demissão de Prates faz Petrobras (PETR4) fechar o dia valendo R$ 34 bilhões a menos

15 de maio de 2024 - 19:01

A petroleira saiu de R$ 543 bilhões em valor de mercado para R$ 509 bilhões ao final da sessão de hoje

O mundo será o bastante?

‘100 milhões é pouco, é só 1,25% da população global’: o que vem a seguir para o Nubank (ROXO34), segundo o CEO, David Vélez

15 de maio de 2024 - 18:30

Após bater marca histórica em número de clientes, Nubank quer o mundo: “Ainda estamos no primeiro minuto do primeiro tempo”, diz Vélez

O PRÓXIMO PASSO

Martelo batido: Governo de São Paulo marca o mês para o leilão de privatização da Sabesp (SBSP3)

15 de maio de 2024 - 16:55

Tarcísio de Freitas disse que São Paulo busca dobrar os investimentos com uma agenda de privatizações e concessões

Após balanço

Quando o Nubank (ROXO34) vai pagar dividendos? CFO diz o que o banco digital pretende fazer com os lucros

15 de maio de 2024 - 15:50

Nubank teve lucro líquido de US$ 379 milhões no 1T24, e diretor financeiro falou sobre os planos do roxinho para o seu resultado positivo

SOB NOVA DIREÇÃO

O que pode dar errado para a Petrobras (PETR4) com a mudança de CEO? Esses são os 4 maiores temores do mercado

15 de maio de 2024 - 15:44

Com a saída de Prates, o Ministério de Minas e Energia (MME) indicou Magda Chambriard para chefiar a petroleira a partir de agora

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar