Desativando a bomba-relógio: o que está por trás da mudança que a China quer fazer nos juros
O presidente do Banco do Povo da China (PBoC), Pan Gongsheng, anunciou nesta quarta-feira (19) que está estudando uma série de alterações na estrutura de política monetária; entenda o que pode acontecer na segunda maior economia do mundo
Não faz muito tempo que o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que a China era “uma bomba-relógio” — e havia motivos para isso. A segunda maior economia do mundo foi inundada por uma série de notícias negativas: crescimento lento, desemprego recorde entre os jovens, baixo investimento estrangeiro, exportações e moeda fracas e um setor imobiliário em crise.
Esse combo explosivo fez os críticos do modelo chinês argumentarem que o colapso econômico do país era iminente. Mas o presidente Xi Jinping não assistiu a tudo isso de braços cruzados e não demorou muito para que o governo anunciasse uma nova rodada de reforma institucional fiscal e tributárias, além de uma reforma financeira.
A aceleração da construção de um novo modelo de desenvolvimento imobiliário e a coordenação da resolução dos riscos das dívidas locais também faziam parte do plano de retomada econômica.
Nesta quarta-feira (19), a China deu mais um sinal de mudança. O presidente do Banco do Povo da China (PBoC), Pan Gongsheng, anunciou que está estudando uma série de alterações na estrutura de política monetária.
- Como proteger os seus investimentos: dólar e ouro são ativos “clássicos” para quem quer blindar o patrimônio da volatilidade do mercado. Mas, afinal, qual é a melhor forma de investir em cada um deles? Descubra aqui.
O que vem por aí
Entre as medidas avaliadas, estão alterações na estrutura de fornecimento de crédito, ferramentas de transmissão dos juros, uso do mercado de títulos e maior transparência nas operações e comunicação do banco central.
Um dos pontos principais destacados pela autoridade chinesa é a questão das diversas taxas de juros do PBoC, que lidam com ferramentas monetárias diferentes e tornam a transmissão monetária "complexa".
Leia Também
"Podemos considerar transformar uma taxa de juros de curto prazo a principal referência da política monetária, apontou Pan Gongsheng, citando a taxa de recompra de 7 dias e acrescentando que outros juros podem ser diluídos para "endireitar" a transmissão monetária.
"Algumas taxas cotadas [pelo mercado] desviam significativamente da taxa real mais favorável ao consumidor. Vamos nos concentrar em melhorar a qualidade da LPR para refletir isso."
Sobre a estrutura de crédito, o presidente do PBoC afirma que será difícil manter um crescimento de empréstimos no mesmo ritmo de anos anteriores.
O que realmente está acontecendo com China?
China: a busca por uma expansão de qualidade
O estudo da mudança na estrutura de política monetária na China tem endereço certo: a busca por um crescimento de qualidade e não necessariamente elevado.
Nesse contexto, Pan lembra que os empréstimos dos setores imobiliário e financeiro locais estão em queda — cenários que podem afetar a estrutura de crédito se o formato atual for mantido.
Além disso, o PBoC almeja explorar modos de ampliar ferramentas para áreas, entidades e propósitos específicos, capazes de impulsionar a economia e também aliviar impactos de choques econômicos, a exemplo dos recentes problemas gerados pela pandemia.
Pan observa que algumas reformas de regulação de mercado já estão em prática e devem ajudar na condução "eficiente" de transmissão monetária no curto prazo, embora não alterem a estrutura em si.
O mercado venceu a China?
O objetivo das alterações em avaliação pelo PBoC seria ir além, explorando "teorias e práticas" testadas sob uma perspectiva global para melhorar as ferramentas no longo prazo.
Pan cita que o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão (BoJ) já reformularam as estruturas de política monetária, enquanto o Banco da Inglaterra (BoE) avalia medida semelhante.
"E se consideramos ter um papel maior na regulação das taxas de juros no futuro, precisamos ser capazes de mandar sinais claros para o mercado, para que ele tenha maior confiança e efetividade em tomada de decisões", diz o presidente do PBoC.
Depois de empate com sabor de vitória, Ibovespa reage à Vale em meio a aversão ao risco no exterior
Investidores repercutem relatório de produção da Vale em dia de vencimento de futuro de Ibovespa, o que tende a provocar volatilidade na bolsa
Ninguém vai escapar de Trump: a nova promessa do republicano caso vença a eleição de novembro
Uma nova pesquisa divulgada nesta terça-feira (15) mostra por que o ex-presidente está endurecendo ainda mais os já contundentes discursos em busca de votos em novembro
A Vale (VALE3) driblou a queda do minério de ferro? Produção sobe 5,5% no 3T24; confira os números da mineradora
Assim como no trimestre passado, a expectativa em torno do desempenho da companhia entre julho e setembro era grande por conta da desaceleração da economia chinesa, que afeta diretamente a demanda pela commodity
Rússia quer se livrar do dólar e lança documento para criar criptomoeda comum aos BRICS — e critica forma como FMI trata emergentes
Alguns problemas impedem o lançamento de uma CBDC que englobe todo o bloco e os detalhes você confere a seguir
É possível lucrar na bolsa mesmo com a Selic alta — e Santander revela 15 ações para driblar os juros elevados no Brasil
O portfólio do Santander agora prioriza papéis com potenciais revisões positivas de lucro por ação e momentum de lucros positivos, além de players de valor
O que fez o bitcoin (BTC) recuperar o patamar de US$ 67 mil e se aproximar das máximas históricas? Veja criptomoedas hoje
O mercado espera que os novos estímulos da China, somados ao aumento da liquidez global em virtude do corte de juros nos EUA, ajude no desempenho das criptomoedas
O (mercado) brasileiro não tem um dia de sossego: Depois da alta da véspera, petróleo ameaça continuidade da recuperação do Ibovespa
Petróleo tem forte queda nos mercados internacionais, o que tende a pesar sobre as ações da Petrobras; investidores aguardam relatório de produção da Vale
Louis Vuitton, Gucci, Dior: como a China pode destruir o mercado de luxo — e não é só com réplicas mais baratas
As ações das grandes marcas de luxo estão passando por uma montanha-russa este ano e a segunda maior economia do mundo tem muito a ver com isso
O retorno de 1% ao mês voltou ao Tesouro Direto: títulos públicos prefixados voltam a pagar mais de 12,7% ao ano com alta dos juros
Títulos indexados à inflação negociados no Tesouro Direto também estão pagando mais com avanço nos juros futuros
Harmonia com Haddad, meta de inflação e desafios do BC: as primeiras declarações públicas de Gabriel Galípolo como sucessor de Campos Neto
Galípolo, que teve seu nome aprovado pelo Senado Federal na semana passada para assumir o Banco Central, participou do Itaú BBA Macro Vision
Obrigado, China (ou quase isso): bitcoin (BTC) e outras criptomoedas sobem mesmo sem detalhes sobre novos estímulos à segunda maior economia do mundo
Ainda nesta semana, os investidores aguardam números de atividade econômica chinesa e balanços das empresas de tecnologia
Sinais de mais estímulos à economia animam bolsas da China, mas índices internacionais oscilam de olho nos balanços
Enquanto isso, os investidores aguardam o relatório de produção da Vale (VALE3) enquanto a sede da B3, a cidade de São Paulo, segue no escuro
Agenda econômica: Prévia do PIB no Brasil divide holofotes com decisão de juros do BCE e início da temporada de balanços nos EUA
A agenda econômica desta semana ainda conta com relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e PIB da China
O que esperar dos resultados do 3T24? Analista revela quais empresas devem decepcionar e quais vão agradar o investidor
Larissa Quaresma, da Empiricus Research, mantém otimismo com a economia, mas alerta para algumas empresas que devem entregar números ruins; veja na íntegra no podcast Touros e Ursos
Se fosse um país, esta gestora seria a 3ª maior economia do mundo
Com US$ 11 trilhões de ativos sob gestão, empresa só ficaria atrás do PIB dos Estados Unidos e da China
Um início à moda antiga: Ibovespa reage a serviços em meio ao começo da temporada de balanços nos EUA
Enquanto os números dos serviços saem por aqui, mercado também repercute inflação na porta das fábricas nos EUA
Um “empurrãozinho” para o mercado de ações: China lança mecanismo de swap de 500 bilhões de yuans
Medida vai permitir que empresas de valores mobiliários, fundos e seguros obtenham ativos líquidos para suas compras de ações
Salvaram o Ibovespa? Por que os dados de inflação e emprego nos EUA ajudam a bolsa aqui, mas fecham a porta para Wall Street
No câmbio, o dólar à vista perde força depois de ter encostado e R$ 5,60 na máxima da sessão anterior; entenda o que mexe com os mercados aqui e lá fora
Vamos ao que interessa: Depois de perder o suporte de 130 mil pontos, Ibovespa tenta recuperação em dia de inflação nos EUA
Além dos números da inflação ao consumidor norte-americano, o Ibovespa também reage hoje aos dados do varejo no Brasil
Quanto os juros vão cair agora? O que a ata não contou sobre a próxima decisão do Fed em novembro
O documento divulgado nesta quarta-feira (09) mostrou a divisão entre os membros do comitê de política monetária sobre o corte de 50 pontos-base e a incerteza sobre o futuro da economia, mas escondeu pontos importantes para a decisão do mês que vem