Ata do Fed joga balde de água fria nas bolsas — entenda o que acabou de vez com o apetite por risco dos investidores hoje
Dirigentes do Fed estão descontentes com o ritmo da queda da inflação nos EUA e veem juros no atual nível por mais tempo
![Montagem de homem de cabelos brancos, camiseta branca e uma camisa marrom segurando um balde azul com água e um fundo gráfico do mercado de ações](https://media.seudinheiro.com/uploads/2024/02/Jerome-Powell-Balde-Agua-Fria-Mercados-Grafico-Stock-Market-Montagem-Andrei-Morais-Adobe-Firefly-Federal-Reserve-v2-715x402.jpg)
A ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) acabou com qualquer apetite por risco que ainda existia nos mercados financeiros na tarde desta quarta-feira (22).
Parte dos investidores esperava que os integrantes do Fomc, como é chamado o Copom do Fed, proporcionasse algum indício de que a taxa de juros nos EUA poderia começar a cair a partir de setembro.
Em vez disso, os dirigentes do Fed não emitiram nenhum sinal de que as taxas de referência começarão a cair tão cedo. Pelo contrário.
Em reação, as bolsas de valores de Nova York mantiveram-se no vermelho e o Ibovespa atingiu as mínimas da sessão.
No mercado de juros futuros, as taxas projetadas dos Treasuries e dos DIs reforçaram a trajetória de alta. Confira aqui a reação dos mercados.
Fed está descontente com o ritmo da queda da inflação
A atual política monetária "permanece bem posicionada para responder à evolução das condições econômicas e aos riscos existentes", avaliam os dirigentes do Fed.
No entanto, isso não significa que eles estejam contentes com o ritmo da queda da inflação nos Estados Unidos.
Embora reconheçam que a alta dos preços perdeu força ao longo do último ano, eles não enxergaram progresso em direção à meta de 2% ano nos últimos meses.
Eles alertaram para uma alta significativa da inflação de bens e serviços em meses recentes e também para o avanço dos núcleos do CPI no decorrer do primeiro trimestre.
- As melhores recomendações da Empiricus na palma da sua mão: casa de análise liberou mais de 100 relatórios gratuitos; acesse aqui.
Os técnicos do banco central norte-americano até consideram que a inflação deve seguir em desaceleração, mas em um ritmo mais lento do que o atual.
Simultaneamente, a atividade econômica continua se expandindo em ritmo sólido e a geração de empregos segue firme, com taxa de desemprego baixa.
Em contrapartida, as expectativas para o avanço dos preços no médio e no longo prazos continuam ancoradas.
Os dirigentes do Fed afirmam ainda enxergar agora um melhor equilíbrio entre as metas de emprego e inflação.
Mas os dirigentes do Fed foram além.
Se o cenário não é tenebroso e os dirigentes do Fed consideram que as expectativas de inflação estão ancoradas, por que a reação dos investidores foi tão negativa?
Uma das respostas é que, na visão do colegiado, a inflação deve retornar à meta de 2% ao ano no médio prazo, mas os dados mais recentes sugerem que o processo desinflacionário vai demorar mais do que se esperava.
Diante disso, as taxas de juros de referência precisariam permanecer por mais tempo na banda atual, entre 5,25% e 5,50% ao ano.
Mas não é só isso. Parte dos dirigentes do Fed deixou claro que não vai hesitar em voltar a elevar a taxa de juros nos EUA se os riscos à inflação se materializarem.
Juntas, essas observações foram suficientes para acabar de vez com o pouco de apetite por risco que ainda existia no mercado hoje.
Olimpíadas de Paris: investigação de gastos bilionários e ataque coordenado marcam a abertura dos jogos na capital da França
A cerimônia desta sexta-feira (26) acontece sob um forte esquema de segurança e sob uma investigação dos gastos bilionários do evento
O que significa o apoio do casal Obama à candidatura de Kamala Harris
Barack e Michelle Obama romperam o silêncio na manhã desta sexta-feira e endossaram a candidatura de Kamala Harris à presidência dos Estados Unidos
Após o “boom” de preços pós-pandemia, passagens aéreas ficam mais baratas em todo o mundo – e a tendência deve continuar. O que explica esse fenômeno?
Tarifas de passagens em companhias aéreas nos Estados Unidos, Europa e Austrália já caíram mais de 11% em 2024
Os juros vão cair mesmo? Por que o mercado comemorou o PIB dos EUA, mas não deveria
Indicadores econômicos divulgados nesta quinta-feira (25) reforçaram a crença dos investidores de que o primeiro corte de juros nos EUA em quatro anos vai acontecer em setembro
O que Biden deixou de dizer em discurso é mais importante do que o que ele realmente disse
Presidente norte-americano faz um balanço de sua administração, fala de manutenção da democracia, mas é vago sobre os motivos que o levaram a abandonar a disputa
Dólar livre na Argentina: Banco Central do país anuncia regras para aliviar controle sobre moeda norte-americana
Um dos objetivos da gestão Milei é unificar essas cotações em uma só e adotar o modelo de câmbio flutuante, como o do Brasil
Kamala Harris usa passado como promotora para se contrapor a Trump e seus problemas com a justiça — e já aparece em vantagem em pesquisa
Pesquisa Reuters/Ipsos mostra Kamala Harris com 2 pontos de vantagem sobre Donald Trump no voto popular, mas não é ele que decide a eleição
Acabou para Maduro? Venezuela vive dias “quentes” antes de eleição que será teste de fogo para o chavista
Faltando poucos para a eleição de domingo (28), o presidente venezuelano trabalha mais arduamente do que nunca para reforçar a lealdade das Forças Armadas
Kamala Harris já dispõe de apoio suficiente entre os democratas, mas ainda tem um caminho a percorrer até ser a candidata oficial do partido
Candidatura de Kamala Harris precisa ser ratificada pelos delegados do Partido Democrata, o que só deve acontecer em agosto
Discurso inesperado: Biden fala pela primeira vez após desistência; Harris também se pronuncia
Biden convocou uma reunião de campanha para agradecer à sua equipe pelo trabalho árduo e para reforçar o apoio à campanha presidencial de Harris