Poupança ainda compõe a carteira de 40% dos brasileiros com alta renda e conhecimento financeiro
Entre aqueles que são investidores de perfil arrojado, caderneta de poupança está presente na carteira de 27% deles
![Dinheiro na carteira, reforma tributária](https://media.seudinheiro.com/uploads/2019/09/shutterstock_1293002896-715x402.jpg)
Apesar da perda de recursos da caderneta de poupança nos últimos anos, o produto não mantém o status de aplicação financeira mais popular do Brasil à toa.
Mesmo entre os brasileiros de renda mais alta e maior conhecimento financeiro, a poupança ainda aparece em peso nas carteiras de investimento.
É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Itaú Personnalité com pessoas de alta renda (com renda individual mensal de mais de R$ 10 mil), em parceria com o Instituto Locomotiva.
Segundo o levantamento, mesmo entre aqueles que declararam ter conhecimento avançado ou que se consideram especialistas em finanças, 41% ainda mantêm aplicações na caderneta de poupança.
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Daqueles que são investidores, 39% têm dinheiro na poupança; e dos que têm perfil de investidor arrojado, do tipo mais afeito a tomar risco, 27% mantêm recursos aplicados na caderneta.
A pesquisa evidencia também que esta não é a única característica aparentemente contraditória deste público no que diz respeito às finanças.
Segundo o Itaú Personnalité, 89% dos brasileiros de alta renda consideram que estão se preparando financeiramente para o futuro de maneira adequada, e 93% deles afirmam ter objetivos de curto, médio e longo prazos.
Além disso, 77% afirmam ter conhecimento suficiente (médio ou avançado) para tomar decisões sobre o futuro financeiro.
Entretanto, poucos realmente se organizaram financeiramente para isso. De acordo com um indicador elaborado pelo próprio Itaú, apenas 20% dos brasileiros de alta renda estão no patamar considerado de alto planejamento financeiro.
O índice avalia e pontua os comportamento financeiros recomendáveis. Dentre os listados estão, por exemplo, estabelecer metas de longo prazo, esforçar-se para alcançá-las, controlar ganhos e despesas, formar reserva para emergências e aposentadoria e não estar inadimplente.
A pesquisa revela uma lacuna entre conhecimento e prática. “As pessoas estão mais interessadas na gestão e planejamento de suas vidas financeiras, mas ainda não conseguem organizar todas as informações que recebem para transformá-las em decisões. Por isso, ainda vemos uma participação da poupança relevante nas opções de investimento, mesmos entre os que se descrevem como arrojados", explica, em nota, Adriana dos Santos, diretora do Itaú Personnalité.
Ela ressalta que, nas carteiras de investimento montadas pelo segmento de alta renda do Itaú, essa proporção é significativamente menor.
Otimismo e insegurança
Os brasileiros de alta renda também demonstraram um certo otimismo em relação à vida financeira, porém com algumas inseguranças em relação ao futuro: 80% se dizem otimistas quanto à própria situação financeira, mas 68% têm medo de perder renda ou patrimônio com crises econômicas, 71% com golpes na internet e 59% com investimentos equivocados.
Até por esse medo de errar, mesmo com a renda mais elevada, esses brasileiros ainda tendem a fazer escolhas mais conservadoras. Entre os investidores, 51% preferem aplicações de renda fixa.
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Mais mulheres demonstram interesse em aprender sobre finanças
No recorte por gênero, mais mulheres do que homens demonstraram interesse em aprender mais sobre finanças e investimentos: 43% versus 34% do público masculino.
Ambos os gêneros, no entanto, admitem que conversar sobre dinheiro com companheiros ou familiares ainda gera desconforto e estresse.
Metodologia
A pesquisa Itaú Personnalité: Brasileiros e a alta renda ouviu 1.216 pessoas com mais de 18 anos e renda individual mensal a partir de R$ 10 mil no último trimestre de 2023.
Foram utilizados métodos quanti e qualitativo, por meio de questionários de autopreenchimento e grupos de discussão.
O objetivo do levantamento era compreender a relação desse público com o dinheiro e quais são as suas principais preocupações no que se refere ao bem-estar financeiro, investimentos e planejamento para o futuro. A margem de erro da pesquisa é de 2,8 pontos percentuais.
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