Quem vai ocupar o lugar de Campos Neto? Presidente do Banco Central revela o que é necessário em seu sucessor
O mandato de Roberto Campos Neto no BC chega ao fim em dezembro — e o economista já deixou claro que não possui intenção de estender sua permanência por lá
![Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central; o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne a cada 45 dias para definir a taxa básica de juros da economia, a Selic](https://media.seudinheiro.com/uploads/2022/06/PIX-Campos-Neto-BC-Raphael-RibeiroBCB-628x353.jpg)
Se os agentes do mercado financeiro esperavam que o presidente do Banco Central fornecesse na manhã desta quarta-feira (3) pistas sobre os próximos passos da política monetária no Brasil, a participação de Roberto Campos Neto no Brazil Investment Forum, evento promovido pelo Bradesco BBI, veio para frustrar as expectativas.
O chefe do BC brasileiro não trouxe qualquer indicação sobre onde irá parar a Selic ao fim do ciclo de cortes — e muito menos sobre quem deve assumir a presidência da autarquia após o fim de seu mandato, em dezembro deste ano.
Porém, Campos Neto destacou a principal característica que espera em seu sucessor: resistência à pressão externa.
“A coisa mais importante para quem senta na cadeira hoje é ter firmeza de dizer não quando for necessário. E vai ser necessário”, afirmou, durante painel no evento.
Segundo o presidente do Banco Central, os entendimentos sobre “o que é bom” para a economia brasileira são diversos e os interesses também — por isso, será necessário preservar a autonomia do BC.
“É importante defender e explicar que os ciclos de política monetária têm um prazo diferenciado. O pior problema que a gente tem no país é a inflação, que corrói muito o poder de compra de quem está embaixo. Então o melhor plano econômico é ter inflação baixa e estável.”
- [Evento online e 100% gratuito] Luis Stuhlberger, Daniel Goldberg, Marcos Troyjo e outros grandes economistas e gestores debatem cenário macro e oportunidades de investimentos; saiba como participar
A sucessão de Roberto Campos Neto
Relembrando, desde 2021, a lei de autonomia do Banco Central garante mandatos fixos ao presidente e diretores da autarquia de quatro anos, não coincidentes com o mandato do Presidente da República, com direito a uma recondução.
No caso de Roberto Campos Neto, esse prazo vence no final deste ano — e o economista já deixou claro que não tem a intenção de estender sua permanência como presidente do Banco Central até 2028.
Na manhã de hoje, Campos Neto defendeu que a sabatina do novo nome deve acontecer ainda em 2024 para garantir a continuidade do processo de transição, uma vez que o indicado ao cargo deveria assumir a partir de janeiro.
“Porque se passa para o próximo ano, temos um problema que o meu mandato termina no dia 31 [de dezembro]. Se um diretor for presidente interino, ele também tem que passar por sabatina, mas aí isso não acontece porque o Congresso vai estar fechado”, disse.
“Eu vou fazer a transição mais suave possível”, disse Campos Neto, quando questionado sobre o processo de sucessão no BC. “Essa coisa de ver uma transição não civilizada é muito ruim.”
- Quer aprender a investir melhor com Luis Stuhlberger, Daniel Goldberg e outros grandes nomes do mercado de forma 100% online e gratuita? Retire aqui o seu ingresso para o Macro Summit Brasil 2024
Quem assumirá a presidência do Banco Central
Ainda ontem durante o evento do Bradesco BBI, os antigos diretores do Banco Central, Fabio Kanczuk e Alexandre Schwartsman, traçaram suas apostas para quem deve substituir Campos Neto no comando do BC.
Para Kanczuk, quem deverá ocupar o lugar de presidente é Gabriel Galípolo, o atual diretor de política monetária do Banco Central. Já segundo Schwartsman, atualmente existe um “conjunto vazio” no leque de possibilidades de novos diretores do BC.
“A sinalização não é que o governo vai encaçapar alguém que queira seguir a regra do jogo”, disse Alexandre, destacando a possibilidade de que o Banco Central possa “reescrever o jogo” dos juros.
“Teve diretoria do BC que jogou o livro de regras pela janela, então pode ser que, sob nova direção, a gente veja uma política monetária mais agressiva, mas é complicado imaginar que a expectativa de inflação vai ficar parada.”
No painel, os ex-BCs projetaram até onde o Copom deve cortar a Selic — e nem mesmo eles estão em harmonia sobre onde a taxa básica de juros vai parar ao fim do ciclo de cortes.
Afinal, na última reunião do Copom, Campos Neto mudou a sinalização da trajetória dos juros no país. A comunicação do colegiado trouxe a confirmação de apenas mais um corte de meio ponto percentual na Selic, e não mais uma sequência de reduções naquela magnitude, como era visto nas atas anteriores.
Como os trens do Rio de Janeiro se transformaram em uma dívida bilionária para a Supervia que o BNDES vai cobrar na Justiça
O financiamento foi concedido à concessionária em 2013, para apoiar a concessão do serviço de transporte via trens urbanos na região metropolitana do estado
Lula sanciona criação de título de renda fixa isento de IR para pessoa física para estimular indústria
O projeto apresentado pelo governo federal que institui a LCD foi aprovado neste ano pelo Congresso Nacional
Casa própria ameaçada no Minha Casa Minha Vida? Com orçamento pressionado, governo deve voltar a apertar regras e limitar financiamentos de imóveis usados
O governo estuda alterar as regras para priorizar o financiamento de imóveis novos
Mega-Sena acumula e Lotofácil faz mais um milionário, mas o maior prêmio da noite vem de outra loteria
Enquanto a Mega-Sena e a Quina “se fazem” de difíceis, a Lotofácil continua justificando o nome e distribuindo prêmios na faixa principal
Tributação dos super ricos é prioridade para o Brasil, diz Haddad na reunião do G20
Cooperação internacional é a aposta da área financeira nesta edição do encontro das 20 maiores economias do mundo
Compras na internet: como a “fraude amigável” está gerando um prejuízo de US$ 100 bilhões por ano para o varejo dos EUA
O golpe acontece quando o consumidor faz uma compra na internet com cartão de crédito e, quando recebe o produto ou serviço, solicita o estorno
A privatização da Sabesp (SBSP3) não foi suficiente? Tarcísio agora fala em vender a Petrobras (PETR4) e o Banco do Brasil (BBAS3), mas não tem a caneta
O governador de São Paulo acredita que há espaço para avançar nas privatizações de companhias estatais no Brasil inteiro
Eleições nos EUA não devem afetar relações com o Brasil, diz Haddad; ministro busca parceiros ‘além da China’ e fala em acordos com União Europeia
Haddad destacou que não existe transformação ecológica sem novos instrumentos financeiros e cita os ‘green bonds’ do governo
Depois de mais de 2 anos encalhada, loteria mais difícil de todos os tempos sai pela primeira vez e paga o segundo maior prêmio da história
Abandonado numa caderneta de poupança, o segundo maior prêmio individual da história das loterias no Brasil renderia cerca de R$ 1,5 milhão por mês
Banco Central vai seguir na regulação independente do PL sobre os criptoativos, diz técnico da autoridade monetária
Segundo Nagel Paulino, BC pretende concluir a sua estratégia regulatória de criptoativos até o início de 2025