Inflação mais fraca em junho tira pressão do dólar e dos DIs, mas ainda não afeta projeções para Selic
IPCA mensal desacelerou de 0,46% para 0,21% na passagem de maio para junho; analistas esperavam inflação de 0,32%
O Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) veio mais fraco do que se esperava em junho. O mais recente dado da inflação oficial já tira pressão do dólar e dos juros projetados no pregão desta quarta-feira.
No entanto, o indicador ainda é insuficiente para que os analistas antecipem para 2024 a retomada dos cortes da taxa Selic pelo Banco Central (BC).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA mensal desacelerou de 0,46% para 0,21% na passagem de maio para junho. Analistas esperavam alta de 0,32%, segundo o Broadcast.
Já no acumulado em 12 meses, a inflação oficial acelerou de 3,93% em maio para 4,23% em junho. Apesar do avanço, o indicador veio aquém da estimativa prévia de alta de 4,34%. Além disso, o indicador vinha de uma base de comparação baixa.
- LEIA MAIS: Analista libera relatório gratuito com recomendações na renda fixa – títulos podem render até IPCA + 7,1%.
Dólar e juros reagem em queda
A inflação de junho tem impacto imediato sobre o dólar e a curva de juros.
A moeda norte-americana é cotada abaixo dos R$ 5,40 no fim da manhã de hoje. É importante lembrar que, há apenas uma semana, o dólar bateu os R$ 5,70.
Leia Também
Investir em títulos IPCA+ agora pode significar trocar um Chevrolet Onix por um Audi A3 0km; entenda o raciocínio
No crédito ou no débito? Ibovespa reage a balanços, Wall Street e expectativa com cortes de gastos
Já as taxas dos juros projetados do título da dívida brasileira recuavam ao longo de toda a curva na manhã desta quarta-feira.
André Valério, economista sênior do Inter, afirma que o resultado desfaz a pressão sobre a taxa de câmbio ao mesmo tempo em que acomoda as expectativas para a inflação.
Inflação sozinha não deve fazer a Selic cair
Embora o arrefecimento da inflação definitivamente tire a pressão por novas elevações da Selic pelo BC, o movimento ainda é insuficiente para mexer com as projeções dos analistas em relação à taxa básica de juros no curto prazo.
No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) interrompeu o ciclo de cortes nos juros iniciado em agosto de 2023.
Com isso, a taxa Selic encontra-se atualmente em 10,50% ao ano — e assim deve permanecer pelos próximos meses.
A principal preocupação do Copom é o gerenciamento das expectativas de inflação.
Analistas consideraram “benignos” os indicadores de junho como um todo — desde os números principais às variações de preços por setor.
“O processo desinflacionário está consistente, com efeitos para reduzir as perspectivas de altas na curva de juros”, disse Étore Sanchez, da Ativa Investimentos.
No entanto, os dados de junho sozinhos parecem insuficientes para que o Copom retome os cortes na Selic no segundo semestre de 2024.
Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, afirma que, embora a inflação esteja bem controlada, a possibilidade de queda da Selic ainda depende de uma desaceleração econômica nos Estados Unidos em escala suficiente para que o banco central de lá comece a cortar antes os juros. Questões fiscais também são parte importante dessa equação, segundo Barbosa.
Para André Valério, do Inter, a expectativa é de que o Copom mantenha a Selic em 10,50% até o fim do ano, “com a eventual retomada do ciclo de cortes podendo ocorrer no primeiro trimestre de 2025”.
CEO do Santander (SANB11) responde: a alta da Selic vai afetar os próximos resultados do banco?
Mario Leão, presidente do Santander Brasil, admitiu que o banco tem “sensibilidade negativa para juros altos”, mas que tentará neutralizar esse efeito
Campos Neto em Londres: PIX por aproximação, crítica à moeda dos Brics e necessidade de choque fiscal positivo; veja o que disse o presidente do Banco Central
Em evento, o presidente do Banco Central aborda também a queda de produtividade mundial, open finance e o avanço dos meios de pagamento instantâneo; veja os destaques
O tempo parece voar: A uma semana das eleições nos EUA, Ibovespa repercute balanço do Santander e relatório de produção da Petrobras
Ibovespa subiu pouco mais de 1% ontem na esteira da expectativa com novas medidas de cortes de gastos pelo governo
Fortes emoções à vista nos mercados: Investidores se preparam para possível vitória de Trump às vésperas de decisão do Fed sobre juros
Eventual vitória de Trump pode levar a desaceleração de ciclo de cortes de juros que se inicia em grande parte do mundo desenvolvido
O que falta para a Selic voltar a cair? Campos Neto responde o que precisa acontecer para os juros baixarem no Brasil
O presidente do Banco Central também revelou as perspectivas para a questão fiscal mundial e os potenciais impactos das eleições dos EUA no endividamento norte-americano
Campos Neto vai estourar a meta de inflação? Projeções para o IPCA ficam acima do teto pela primeira vez em 2024; veja os números da Focus
Se as projeções se confirmarem, Gabriel Galípolo herdará de Campos Neto a missão de explicar ao CMN os motivos da inflação fora da meta
O saldão da eleição: Passado o segundo turno, Ibovespa se prepara para balanços dos bancões
Bolsas internacionais repercutem alívio geopolítico, resultado eleitoral no Japão e expectativa com eleições nos Estados Unidos
O que será do Japão agora? Iene derrete após sinal de que governo ficará sem a maioria pela primeira vez em 15 anos
O resultado preliminar só aumenta a incerteza sobre a composição do governo da quarta maior economia do mundo e ainda coloca em risco os planos do Banco Central para os juros
Concorrente da Embraer à beira da falência, novas regras de previdência, a ‘mágica’ de Elon Musk e o futuro dos juros no Brasil
Além disso, Inter Asset revelou 5 ações para investir na bolsa até o final de 2024; veja os destaques de audiência do Seu Dinheiro nesta semana
Campos Neto fala que o Brasil precisa de ‘choque’ na política fiscal para voltar a atrair investimentos e reduzir prêmio de risco da bolsa
Em evento do Itaú em Washington, diretor do Banco Central também fala sobre meta de inflação e dá pistas sobre o futuro após ‘passar o bastão’ para Gabriel Galípolo em 2025
A história não acaba: Ibovespa repercute balanço da Vale e sinalizações de Haddad e RCN em dia de agenda fraca
Investidores também seguem monitorando a indústria farmacêutica depois de a Hypera ter recusado oferta de fusão apresentada pela EMS
É o fim do cartão pré-pago? Travelex Confidence, corretora de câmbio tradicional, lança conta em moeda estrangeira em parceria com a Wise
Antes focada na compra e venda de papel-moeda e na comercialização de cartões pré-pagos, casa de câmbio agora tem conta digital internacional, modelo que vem se popularizando no mercado, liderado por fintechs e bancos
Por que o iene está mais fraco? Entenda o ‘paradoxo econômico’ que faz a moeda japonesa se desvalorizar frente ao dólar
No passado, a fraqueza do iene em relação ao dólar foi justificada pela diferença das taxas de juros definidas pelo Banco Central do Japão (BoJ) e pelo Federal Reserve (Fed); saiba o que há por trás do movimento das duas moedas agora
Campos Neto tem razão? IPCA-15 encosta no teto e reforça apostas de que BC vai acelerar alta da Selic para conter inflação
IPCA-15 acelera em outubro e vai a 4,47% no acumulado em 12 meses; prévia da inflação foi puxada por alta dos gastos com habitação e alimentação
Uma carona para o Ibovespa: Mercados internacionais amanhecem em alta, mas IPCA-15 ameaça deixar a bolsa brasileira na beira da estrada
Além do IPCA-15, investidores tentam se antecipar hoje ao balanço da Vale para interromper série de cinco quedas do Ibovespa
A eleição nos EUA vem aí: como ficam o dólar, o Brasil e a bolsa lá fora
O CIO da Empiricus Gestão faz um diagnóstico do mercado e apresenta os possíveis cenários em caso de vitória de Trump ou de Kamala Harris
Tudo incerto, nada resolvido: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho e dificultam a vida do Ibovespa em dia de agenda vazia
Fora alguns balanços e o Livro Bege do Fed, investidores terão poucas referências em dia de aversão ao risco lá fora
A Selic não vai parar mais de subir? Campos Neto fala sobre o futuro dos juros no Brasil para a TV americana
RCN também comentou sobre a independência do Banco Central, ciclo político e da economia dos EUA; confira os principais pontos
Cenário de juros altos não preocupa e CEO do Nubank (ROXO34) comenta taxa de inadimplência do banco
Especialmente o Nubank (ROXO34) vive um momento em que a inadimplência pode pesar nos seus resultados futuros, na visão de parte do mercado.
FMI eleva projeção de crescimento do Brasil neste ano, mas corta estimativa para 2025; veja os números
Projeções do FMI aparecem na atualização de outubro do relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), divulgado hoje