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Como Scarlett Johansson e sua voz me ensinaram a lidar com a frustração (muito antes da inteligência artificial)

A seguir, o diálogo que me ensinou na prática sobre comunicação e como recusar a um pedido – talvez com um leve toque de deboche por parte da atriz

25 de maio de 2024
12:13 - atualizado às 7:52
A atriz Scarlett Johansson
A atriz Scarlett Johansson - Imagem: Wikimedia Commons

É a primeira vez que falo publicamente sobre o maior fora da minha vida. E ele foi dado, por ninguém mais, ninguém menos, que Scarlett Johansson

Coincidentemente (ou não!), a anedota que compartilharei sobre a atriz começou pelo reconhecimento da voz dela. Sim, a voz. Se não tem acompanhado as últimas notícias envolvendo a atriz e a OpenAI, a criadora do ChatGPT, aqui está um bom resumo.

Estava em NY com meu marido, sentados em um Diner completamente aleatório, bem próximo ao PS1 do MoMA, logo após uma visita ao local. Pausa para dica cultural: se curte arte contemporânea, já coloque o museu na sua lista.

O filme "Ela", em que a voz de Scarlett Johansson era uma das personagens principais do filme, tinha sido lançado na mesma época. Ou seja, a fala da atriz ainda estava cristalina em meus ouvidos.

Bastaram alguns minutos para eu reconhecê-la pela VOZ. Nunca imaginei que fosse capaz de identificar alguém assim.

"André, eu acho que é a Scarlett Johansson na outra mesa."

"Não viaja, Thiago. O que ela estaria fazendo neste restaurante no meio do nada em NY?"

Não convencido, fiz um contorcionismo e consegui ver a mesa atrás da nossa. BINGO! Era a Scarlett.

Eufórico, já falei para o André: "vou pedir uma foto."

"Tem certeza? Eu jamais pediria." Sábio André. 

Tomei coragem, esperei o sinal de quando ela começaria a se preparar para sair, de forma a incomodar menos, levantei e fui até a mesa vizinha.

Como lidar com a frustração

A seguir, vem o diálogo que me ensinou na prática sobre COMUNICAÇÃO, COMO RECUSAR A UM PEDIDO (talvez com um leve toque de deboche por parte da atriz) e como lidar com a FRUSTRAÇÃO DE NÃO SER ATENDIDO em uma demanda.

"Are you Scarlett?" (você é a Scarlett?)

"Sometimes." (às vezes)

…primeiro golpe aqui. Poderia ter voltado para a minha mesa? Poderia. Mas uma vez no fluxo da vida, é difícil apertar o botão do Stop/PARAR, né?

"I'm from Brazil, I'm here on vacation, and I'm a big fan of your movies. I would be very happy to take a picture with you. Are you up for it?" (Sou fã dos seus filmes, estou aqui de férias e ficaria feliz em poder tirar uma foto com você. Topa?)

"No, but thanks for asking." (Não, mas obrigado por perguntar/pedir).

Atordoado com a resposta – não esperada, claro –, voltei para a minha mesa.

O André estava vermelho, parecia um pimentão. Acho que absorveu a vergonha por mim e por ele.

Amável, como sempre, logo me perguntou: 

"Você está bem?"

A pergunta foi interrompida pela voz de Scarlett, que passava ao meu lado, em direção à saída do restaurante: 

"Have a safe trip back to Brazil." (tenha uma boa viagem de volta ao Brasil).

Não consegui responder. Nem por raiva, tampouco vingança, simplesmente porque ainda estava processando o que tinha acontecido.

Uma lição de vida (e carreira) com Scarlett Johansson

Hoje, com uma certa maturidade e o aparato psíquico mais desenvolvido, vejo que a atriz usou de uma arma potente na comunicação que é o de poder declinar com respeito a qualquer pedido feito.

Eu tinha o direito de perguntar e ela tinha o direito de dizer não. O resto era como eu reagiria emocionalmente a isso. Não tinha nada a ver com ela. Apenas comigo.

O que eu tenho a aprender com meu interlocutor quando saio do meu eixo por ter sido confrontado a sentir o que não gostaria de sentir?

Obrigado, Scarlett. Hoje tenho uma história divertida para contar e ainda fazer dela um grande caso de observação e reflexão. Não à toa, virou um texto hoje.

Até a próxima,

Thiago Veras

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