🔴 DIVIDENDOS DE ATÉ 13% COM ESTE FUNDO IMOBILIÁRIO – VEJA QUAL

Liliane de Lima
É repórter do Seu Dinheiro. Jornalista formada pela PUC-SP, já passou pelo portal DCI e setor de análise política da XP Investimentos.
RENDA VARIÁVEL

O mercado errou? Aqui estão os quatro motivos para a queda de mais de 4% do Ibovespa no primeiro trimestre — e o que esperar da bolsa para o resto do ano

Apesar da frustração do começo do ano, a bolsa ainda está barata e tem espaço para avançar

Liliane de Lima
1 de abril de 2024
6:03 - atualizado às 20:41
Montagem do touro dourado encarando urso dourado na frente da B3 | Ibovespa
Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock

Sabe aquela festa sobre a qual todos estão comentando, mas que acaba sendo um fiasco quando você chega lá? Foi mais ou menos o que aconteceu com o Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira, nos primeiros meses de 2024.

Após atingir o nível dos 134 mil pontos no fim de 2023, praticamente todas as projeções apontavam para novos recordes nos primeiros meses do ano, o que, de fato, aconteceu — mas lá nos Estados Unidos. 

Os índices S&P 500 e Dow Jones renovaram os recordes históricos. O Ibovespa, porém, não acompanhou o rali das bolsas norte-americanas e acumulou queda de 4,53% do trimestre

O desempenho é ainda mais surpreendente porque o cenário de dezembro para cá não mudou substancialmente. Ou seja, os investidores ainda apostam na continuidade do ciclo de cortes nos juros no Brasil e no início do afrouxamento monetário nas principais economias do mundo.

Com esse fato, difícil é não surgir a pergunta: ‘Será que o mercado estava errado ou otimista demais?’

Segundo os analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro, a resposta não é tão simples. Velhos conhecidos fizeram com que os investidores puxassem o freio de mão entre janeiro e março de 2024. 

1 - Juros no Brasil e nos EUA

Um dos principais motivos para a queda do Ibovespa nos três primeiros meses do ano, contrariando as expectativas do mercado, é justamente um dos temas mais comentados nos últimos meses: a política monetária, seja do Brasil seja dos Estados Unidos. 

Lá fora, a expectativa era de que o início dos cortes de juros começasse em março. Enquanto isso, aqui no Brasil parte do mercado apostava em uma Selic abaixo dos 9%. 

“Hoje, o cenário é um pouco diferente. Nos Estados Unidos, a redução dos juros deve ser metade do esperado, de 0,75 ponto percentual, e aqui a projeção é [Selic terminal] abaixo dos 10% ao ano”, afirma Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos.

Vale lembrar que a relação juros e renda variável é uma forma de medir a atratividade dos ativos. Em linhas gerais, quando a taxa de juros é menor, os rendimentos da renda fixa — como os títulos do Tesouro Direto — também ficam menores. Esse cenário proporciona a tomada de mais risco dos investidores e a aposta em renda variável como as ações na bolsa de valores. 

Na visão de Villegas, o cenário atual ainda pode ajudar a bolsa daqui para frente. 

Mas, para ele, é necessário pelo menos duas condições: se o mercado conseguir estimar que existe espaço para uma redução maior no Brasil e, a trajetória da inflação, que segue acima da meta do Banco Central. 

2 - A debandada do investidor estrangeiro 

A mudança na política monetária esbarra em outro fator que impediu a alta do Ibovespa entre janeiro e março deste ano: a debandada do capital estrangeiro. 

Após a forte entrada de R$ 45 bilhões na B3, o investidor gringo bateu em retirada neste início de ano e vendeu mais de R$ 20 bilhões em ações desde janeiro.

Fonte: Genial Investimentos/B3

O motivo para saída do fluxo estrangeiro está relacionado com o primeiro item desta matéria. Ou seja, a menor expectativa de corte de juros nos Estados Unidos. 

“Quando a gente tiver um pouco mais de visibilidade em relação ao ciclo de cortes, a tendência é que comece a ter um fluxo positivo de capital estranegeiro e os ativos, aqui, comecem a andar”, disse Frederico Nobre, líder de análise da Warren Investimentos. 

Vale lembrar que a forte alta do Ibovespa entre novembro e dezembro do ano passado foi justamente patrocinada pelo capital do exterior alocado no Brasil. Assim, há grandes chances de o Ibovespa engrenar uma nova alta se esse dinheiro voltar à B3.

3 - A China, mais uma vez, e Vale (VALE3) 

Por mais um ano, a economia chinesa continua sendo um fator de preocupação. Isso porque, além de ser a segunda maior economia do mundo, o gigante asiático é um dos maiores compradores de produtos brasileiros. 

Os estímulos econômicos anunciados até agora ainda são considerados insuficientes para alavancar o consumo do país — perspectiva que é também validada pelos dados recentes, que pouco contribuem para um cenário otimista. 

Para este ano, a China manteve a meta de crescimento econômico de cerca de 5%, a mesma de 2023. Para o mercado, a expansão nesse nível é um grande desafio considerando a crise imobiliária. 

Com efeitos práticos, o desempenho da China, além de ser relevante para a economia global, também pesa sobre os ativos brasileiros, principalmente os ligados às commodities. 

O minério de ferro tem sofrido uma forte desvalorização desde janeiro deste ano e derrubou as ações das companhias do setor de mineração e siderurgia, entre elas, a da Vale (VALE3). 

Dada a participação de quase 12% na composição no Ibovespa, qualquer movimento com as ações da Vale (VALE3) mexe com o principal índice da bolsa brasileira. E nos primeiros três meses de 2024, os papéis da mineradora acumulam queda de quase 18% na B3. 

Além da dúvida sobre a China, a Vale vive um dilema em relação à governança após a tentativa de o governo emplacar o nome do ex-ministro Guido Mantega para o comando da companhia.

O mandato do atual CEO acabou sendo prorrogado até o fim deste ano, mas os acionistas de referência da Vale ainda divergem sobre quem vai suceder Eduardo Bartolomeo no cargo.

Além disso, os analistas mencionam os processos ambientais que envolvem a Vale, em relação com a Samarco, que estão em andamento na Holanda, Londres e no Brasil. “Em algum momento, a empresa pode ter que fazer uma provisão maior de passivo judicial no balanço”, afirma Frederico Nobre, da Warren.

4 - Efeito ‘Petrobras (PETR4)’

Outra companhia que tem participação relevante no principal índice da bolsa brasileira é a Petrobras (PETR4). 

E, assim como no caso da Vale (VALE3), o desempenho dos papéis da estatal petrolífera também impactam — em grandes proporções — o Ibovespa. Por exemplo, no ano passado, cerca de 35% da alta do Ibovespa foi atribuída à performance da Petrobras. 

Mas nos últimos três meses, inúmeras notícias causaram aversão aos papéis da companhia. 

Mais recentemente, a companhia decidiu pelo não pagamento de dividendos extraordinários referentes ao quarto trimestre de 2023, com um montante na ordem de R$ 40 bilhões, segundo as estimativas do mercado. 

Além disso, a volatilidade do petróleo em meio às incertezas de demanda global e a escalada dos conflitos do Oriente Médio e entre a Rússia e Ucrânia também afetam diretamente a performance do setor em que a Petrobras está inserida no mercado. 

O que pode (voltar a) preocupar 

Com o recesso parlamentar do início do ano e feriados como Carnaval e Páscoa, os ruídos políticos envolvendo o Congresso Nacional e o governo deram uma trégua — e foi uma preocupação a menos para os investidores. 

Mas a partir de agora o mercado deve acompanhar mais de perto a relação do governo com o Legislativo e o desdobramento de temas como a segunda fase da Reforma Tributária. 

As preocupações com as contas públicas e o cumprimento da meta fiscal também estão no radar dos investidores. Lembrando que o novo arcabouço fiscal prevê a meta de déficit zero neste ano, mas os analistas não creem no cumprimento do objetivo.

Ibovespa: Os dias de glória do passado vão se repetir? 

Apesar da queda de mais de 4% nos primeiros três meses de 2024, os analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro mantêm a visão otimista para o Ibovespa do início do ano. 

Ou seja, o principal índice da bolsa brasileira deve voltar a subir e superar o nível dos 140 mil pontos até o fim do ano. Vale lembrar que em 2023, o índice acumulou alta de cerca de 22%, no patamar dos 134 mil pontos

Isso porque a bolsa ainda está barata na comparação entre o preço e o lucro (P/L) das ações que compõem o Ibovespa. Esse indicador procura mostrar em quantos anos o investidor tem de volta o valor investido com base nos lucros das companhias. Ou seja, quanto menor o P/L, mais baratas estão as ações. 

De acordo com os analistas, o P/L da bolsa brasileira segue abaixo da média histórica. 

“No cenário doméstico, temos uma dinâmica de queda de juros e de atividade econômica ainda resiliente. A bolsa brasileira também tem um valuation relativamente atrativo”, afirma Frederico Nobre, líder de análise da Warren Investimentos. 

Para ele, uma das saídas para o Ibovespa voltar a crescer, diante do cenário atual, é o desempenho das empresas listadas. 

“Tem bastante oportunidade, a questão é o tipo de empresa e setor que está sendo analisado”, diz Nobre. 

A visão é compartilhada pelo líder de Research da Guide Investimentos, Fernando Siqueira. 

“Os resultados fracos do 4T23 parecem estar impactando negativamente o Ibovespa. As empresas que tiveram maiores revisões de estimativas de lucros estão com o pior desempenho em 2024. Como no agregado os resultados divulgados este ano (referentes ao 4T23) foram mais negativos que positivos, os resultados contribuíram para ‘segurar’ o Ibovespa”.

Compartilhe

JUS AO NOME

Dividendos mais extraordinários: Petrobras (PETR4) atualiza remuneração a acionistas e avisa que valor ainda vai aumentar

3 de maio de 2024 - 11:04

Ajustado pela Selic, montante a ser distribuído pela Petrobras na forma de dividendos extraordinários subiu de R$ 21,9 bilhões para R$ 22,7 bilhões

GOVERNANÇA CORPORATIVA

Após caso Americanas, B3 propõe colocar selo do Novo Mercado em revisão para empresas com problemas

3 de maio de 2024 - 10:24

O objetivo de colocar o selo do Novo Mercado em revisão é fazer um alerta aos acionistas, de acordo com a B3. Saiba mais sobre a proposta

MERCADOS HOJE

Dólar opera abaixo de R$ 5,10 após dado de emprego nos EUA; Ibovespa sobe mais de 1% de olho nos juros

3 de maio de 2024 - 7:22

RESUMO DO DIA: A primeira sexta-feira de maio é um dia agitado nos mercados internacionais. O relatório de empregos nos Estados Unidos, o payroll, de abril, que veio abaixo do esperado. O Ibovespa acompanha de perto a reação ao payroll, enquanto aqui os balanços trimestrais são os que movimentam o mercado acionário brasileiro. Em destaque, […]

MAIOR DO ANO

Fundo imobiliário XP Malls (XPML11) quebra recorde e levanta R$ 1,8 bilhão com oferta de cotas na B3

2 de maio de 2024 - 18:47

A cifra é superior ao montante inicial previsto para a operação, de R$ 1,6 bilhão, e representa a maior soma levantada pelos FIIs neste ano

MERCADOS HOJE

Bolsa hoje: Ibovespa sobe quase 1% com ‘reação tardia’ a elevação de perspectiva de rating e a juros nos EUA; dólar cai a R$ 5,11

2 de maio de 2024 - 17:27

RESUMO DO DIA: Um dia sem pregão da B3 fez falta. Na volta do feriado do Dia do Trabalhos, os investidores tiveram que correr atrás da movimentação da véspera no exterior, que contou com a decisão sobre juros nos Estados Unidos e melhora na perspectiva de crédito do Brasil pela Moody’s. O Ibovespa fechou em […]

TERCEIRA (E ÚLTIMA) PRÉVIA

IFIX: Dez fundos imobiliários que devem entrar e três que podem sair da carteira do principal índice de FIIs da B3

2 de maio de 2024 - 15:51

A prévia de hoje confirmou a tendência de crescimento da carteira: apesar da saída de três FIIs, o índice deve ganhar nove novos integrantes

FIIs HOJE

Fundo imobiliário Riza Terrax (RZTR11) compra trio de imóveis por mais de R$ 130 milhões e já tem outros cinco ativos na mira

2 de maio de 2024 - 14:46

O FII, que é focado em propriedades agrícolas, anunciou a aquisição de três ativos em operações de sale & leaseback, no qual o próprio vendedor torna-se o locatário

SUCESSÃO PROGRAMADA

Adeus, Bartolomeo? Vale (VALE3) já definiu os próximos passos para a sucessão do comando da mineradora

2 de maio de 2024 - 10:39

A data de término do mandato de Eduardo Bartolomeo como CEO já estava definida desde março; uma lista tríplice será apresentada em setembro

NÃO DÁ MAIS

Casas Bahia (BHIA3) deixa o Ibovespa e vai para o ‘banco de reservas’ da bolsa; veja qual ação será a nova titular

2 de maio de 2024 - 9:38

Exclusão da ação da Casas Bahia do Ibovespa ocorre apenas alguns depois de anúncio de recuperação extradjudicial da varejista

BRIGA CAMBIAL

O dólar já era? Campos Neto diz quem vence a disputa como moeda da vez no mundo — e não é quem você pensa

1 de maio de 2024 - 18:14

O presidente do BC brasileiros avaliou a possibilidade de o yuan substituir a moeda norte-americana e sugere qual caminho o mundo vai escolher daqui para frente

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar