Bolsa em alta, disparada do bitcoin (BTC) e encontro com o FMI: 5 coisas que aconteceram um dia após Javier Milei vencer as primárias na Argentina
O candidato de extrema-direita recebeu 30,04% dos votos, superando a chapa Juntos por El Cambio
As eleições primárias argentinas chegaram ao fim e os candidatos que irão concorrer às eleições de 22 de outubro deste ano já estão definidos. O destaque das Paso (sigla em espanhol para Primárias Internas Simultâneas e Obrigatórias) foi a votação expressiva de Javier Milei, o candidato de extrema-direita pelo partido La Libertad Avanza.
Muitos analistas locais apostavam que a campanha de Milei perderia força, mas não foi o que aconteceu. No fim das contas, o candidato recebeu 30,04% dos votos, superando a chapa Juntos por El Cambio, de Patricia Bullrich e Horacio Rodríguez Larreta, que receberam 16,98% e 11,29% respectivamente, totalizando 28,27% para o partido.
No terceiro lugar, o governista e atual ministro da Economia, Sérgio Massa, ficou com 27,27%. O desempenho do representante do peronismo foi considerado bastante fraco nessa disputa.
A chegada de Milei à frente teve efeitos na bolsa, no dólar e até mesmo no bitcoin (BTC). Outros eventos não relacionados às Paso, porém, também mexeram com os mercados argentinos.
Veja a seguir 5 momentos no dia seguinte à vitória de Milei:
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1 — Bolsa dispara na Argentina
O índice Merval, o equivalente ao Ibovespa portenho, teve um dia de fortes ganhos após as Paso. A bolsa da Argentina chegou a registrar alta de mais de 5% hoje, mas perdeu força ao longo da tarde e encerrou o dia com ganho de 3,30%.
Isso porque a plataforma ultraliberal de Milei — que propõe privatizações de serviços públicos e enxugamento da máquina estatal — animou os investidores.
Mais do que um liberal, o deputado de 52 anos é partidário da teoria libertária, a mesma que deu origem ao projeto do bitcoin. Você pode ler um pouco mais sobre ela no nosso especial sobre a profecia do BTC.
Em linhas gerais, Milei defende o uso de criptomoedas e a redução do Estado, o que nos leva ao tópico seguinte.
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2 — Bitcoin atinge as máximas em peso argentino
A maior criptomoeda do mundo renovou as máximas históricas em relação ao peso argentino, atingindo a marca de 10,38 milhões de pesos, segundo o Coin Market Cap.
A disparada do BTC em relação à moeda argentina também tem a ver com a desvalorização do peso frente ao dólar.
Entretanto, é preciso dizer que os argentinos sempre utilizaram criptomoedas para se proteger dos choques inflacionários, o que explica o grande volume negociado no país.
3 — Ajuste nos juros e desvalorização do peso
Nesta segunda-feira (14), logo após o resultado das prévias, o Banco Central da Argentina (BCRA, na sigla em espanhol) elevou a taxa básica de juros em 21 pontos percentuais (pp). Dessa forma, a taxa da Letra de Liquidez (Leliq) de 28 dias avançou a 118%, com a taxa efetiva anual em 209%.
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4 — Dólar salta mais de 20% frente ao peso
Além de elevar a taxa de juros, o BCRA promoveu uma desvalorização forçada do peso hoje, o que fez o dólar dar um salto de cerca de 22%. Com isso, a moeda norte-americana passa a valer 350 pesos — uma cotação que a autoridade monetária manterá travada até as eleições de outubro.
Estamos falando do “dólar oficial”, uma das mais de 10 cotações da moeda norte-americana. Em comparação com o dólar blue, como é chamada a cotação mais próxima da realidade, a história é outra.
O dólar blue chegou a tocar o patamar de 695 pesos. A expectativa é que a desvalorização do dólar oficial promovida hoje afete as demais cotações.
Vale lembrar que a Argentina e o FMI conseguiram entrar em um “acordo inicial” sobre a dívida do país e uma das exigências envolve a desvalorização do peso para aumentar as exportações.
Entretanto, as medidas parecem ter surtido algum efeito.
5 — Encontro com o FMI
Para fechar o agitado dia dos nossos vizinhos latino-americanos — ao menos com uma boa notícia —, o Fundo Monetário Internacional anunciou que deve se reunir com membros do governo argentino para debater a renegociação da dívida.
O anúncio foi feito pela porta-voz oficial do FMI, Julie Kozack.
Em sua última viagem a Washington — onde fica a sede do fundo —, o ministro da Economia, Sérgio Massa, afirmou que a seca no campo drenou o equivalente a US$ 20 bilhões das exportações argentinas.
Com isso, ele conseguiu um ajuste das metas de acúmulo de reservas, exigidas pelo programa Programa de Facilidade Estendida (EFF, na sigla em inglês) do fundo. Na reunião do próximo dia 23, é esperado que Massa consiga algum avanço nas negociações após a forte desvalorização do peso.
*Com informações do La Nación, Clarín e FMI
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