🔴 AÇÕES, CRIPTOMOEDAS E MAIS: CONFIRA DE GRAÇA 30 RECOMENDAÇÕES

Felipe Miranda: Dez surpresas em bolsa, ações e mercado financeiro para 2024

No último Day One do ano, começamos a pensar em 2024. Confira dez “surpresas” que poder acontecer nos mercados financeiros no próximo ano

18 de dezembro de 2023
20:01 - atualizado às 18:06
mercado, ações, bolsa, 2024
Imagem: Freepik/Canva Pro

Este é meu último Day One do ano. Começamos a pensar em 2024 sem, no entanto, perder a atenção nestes últimos pregões do ano, em que tipicamente a liquidez se reduz e as movimentações de preço se ampliam — o gestor de fundo também é filho de Deus e merece uma cota um pouco mais apreciada para coletar performance.

Escrevo este texto meio dividido, naquela filosofia do surfista Peterson Rosa, “mantenho um olho no peixe, outro no gato, outro nas mina". Brincadeira do trilema impossível, claro (a minha esposa é uma das três leitoras, melhor fazer o registro do óbvio).

Como o alerta do personagem de Ethan Hawke para seu filho no filme Boyhood, “this needs a little explanation". O título da newsletter pede uma explicação.

Não há aqui tentativa de previsão, tampouco de penetrar um futuro impermeável. Muito menos incorremos naquela vergonha de adivinhar os “dez cisnes negros para o próximo ano”, uma impossibilidade lógica, dado que black swans são, por definição, eventos imprevisíveis.

Repetimos aqui o exercício de Byron Wien, da Blackstone, que desde 1986 publica suas “surprises for the year”. Nesse contexto, a definição de “surpresa" é positiva e se refere a um evento para o qual o consenso de mercado atribui uma probabilidade igual ou inferior a 33%, enquanto, na nossa opinião, ele goza de uma chance superior a 50% de ocorrência.

Ou seja, é um evento sobre o qual o mercado atribui baixa probabilidade, de modo que sua potencial materialização implica um bom payoff, mais ganho potencial do que perda potencial.

Leia Também

Se você acerta cinco e erra cinco, mas cada acerto paga mais do que cada erro lhe gera prejuízo, então você acaba saindo com lucro consolidado.

Como corolário óbvio, não se espera a realização de todas as surpresas. A rigor, dada a matriz de payoff, um acerto de metade dos eventos já seria bastante interessante. Pensamos em probabilidade e retornos potenciais associados a cada caso. Não é um exercício de futurologia.

Esclarecimentos feitos, vamos lá:

1- A bolsa em 2024

O Ibovespa terminará 2024 acima de 162 mil pontos, com alta superior a 25% frente aos patamares atuais, num retorno total composto, meio a meio, por re-rating (expansão de múltiplos) e aumento dos lucros.

A maior parte dos analistas está mais perto de 145/150 mil pontos, mas isso acontece por uma ávida tendência ao groupthinking e a se projetar nível de Bolsa a partir do “CDI mais um prêmio de risco”.

Boa parte das projeções foi feita antes do rali recente e desconsiderou o impacto que a queda dos juros pode ter tanto para expandir os múltiplos quanto para descomprimir os balanços.

Note que o consenso de mercado sugere um crescimento dos lucros do Ibovespa de 15% em 2024. Assim, bastaria um re-rating de 10% para chegarmos a uma valorização total de 25% no ano.

Poucas coisas são tão poderosas para as ações quanto um ciclo combinado de queda dos juros pelo Fed e pelo Copom.

2- Ações em 2024

Embora 25% já seja uma valorização bastante interessante, ações ligadas ao ciclo doméstico, sobretudo as grandes compounders (que compõem retorno ao longo de anos), terão destaque ainda maior, com valorizações beirando 35/40%, mesmo em nomes líquidos como Cosan, BTG Pactual e Localiza.

Como normalmente negociam com múltiplos mais altos, esses caras são particularmente sensíveis ao ciclo de juros.

Em reforço, são nomes típicos para serem comprados pelo institucional local, quando a captação voltar para multimercados e FIAs — sim, ela vai voltar, é cíclico.

E os gestores vão comprar aquilo que já conhecem e em que detêm confiança.

3- Os bancões no próximo ano

Os bancos tradicionais serão destaque negativo no ano, com destaque para Bradesco e Santander — Itaú será a exceção para comprovar a regra.

Como muito bem escreveu a gestora Absoluto, as várias mudanças regulatórias dificultaram bastante a preservação dos níveis históricos de ROE, sobretudo na baixa renda, em que a turma está rodando abaixo do custo de capital e isso parece estrutural.

Ao mesmo tempo, volta o jogo do financial deepening, que é vento contra bancão. Em banco de atacado, basicamente só sobrou BTG e BBA. Toda a diretoria do Bradesco está sendo reformulada, enquanto a cultura ainda é a de sempre.

Num mundo em alta velocidade e Chat GPT, pedir autorização para Madri para todas as decisões torna o jogo bem mais difícil para Santander.

A informação circula livremente e a tecnologia torna as agências uma enorme desvantagem competitiva. Itaú e BTG vão comer por cima (cada um a sua maneira, claro), Nubank vai devorá-los por baixo.

4- Consolidação no setor financeiro

Ainda no setor financeiro, teremos movimentos importantes de consolidação. BR Partners será comprado.

Candidatos mais óbvios seriam XP ou ABC Brasil, mas até mesmo ao Nubank ou a um player gringo isso poderia fazer sentido.

É plug and play, num valuation barato e com infinitas possibilidades de cross sell dentro de uma plataforma mais diversificada.

5- A venda da XP no ano que vem

XP também será vendida, mas as razões aqui são outras.

Começará a ficar clara a dificuldade de crescimento do grupo, cuja demonstração de expansão recente tem se dado a partir de artifícios bastante criativos.

A conta de um partnership enfraquecido, de uma cultura corporativa desfocada e da falta da presença dia a dia no escritório chega.

O mercado vai perceber como o crescimento anterior foi resultado de uma reunião de circunstâncias favoráveis e não de vantagens comparativas estruturais ou de uma cultura empresarial ou de um management particularmente brilhante.

Uma coisa é competir com corretoras antigas, daqueles cartórios pré-desmutualização, quando mordomos ainda serviam os donos de corretora, ou mesmo doleiros conhecidos, nos almoços na Bovespa.

Outra, bem diferente, é encarar a cultura da Sequoia e as vantagens de custos do Nubank (não se iluda: cedo ou tarde, esse cara vem para Investimentos); ou mesmo enfrentar o rolo compressor do BTG (desculpem, estou conflitado, todos nós sabemos disso, mas é realmente o que eu acho).

Os próprios bancões reagiram e são hoje bem mais competitivos, em especial o Itaú. Tudo isso vai ficar claro em 2024 e há uma série de lockups se encerrando em 2025.

Então, antecipamos o problema. A saída é o M&A, seja para o JP Morgan, para outro player gringo ou mesmo para um local.

6- As boas intenções da COP

Depois do conjunto de boas intenções da última COP, o mundo entenderá que precisaremos penetrar também o escopo das materializações concretas.

Palavras não pagam dívidas, nem eliminam carbono.

O tamanho do problema e o pouco tempo para resolvê-lo implicam usarmos todas as ferramentas disponíveis, em especial aquelas com maior potencial de geração de energia.

Voltaremos a avançar com energia nuclear e isso tornará o urânio particularmente especial.

7- O Brasil e os desafios da COP

O Brasil como um todo vai acordar para o desafio de realização da COP-30.

Isso terá duas implicações: Belém vai passar por um grande surto de modernização e desenvolvimento, o que dará bastante holofote ao competente governador Helder.

Faremos um mercado de carbono regulado e isso trará grande valorização para os créditos de carbono.

Na esteira, o hidrogênio verde vai ocupar grande espaço no debate nacional, implicando re-rating importante para Raizen — não se trata apenas de valorização da ação, mas de toda uma nova abordagem de tratamento e valuation da companhia.

8- As covas do investidor

“Antes de sair em vingança, cave duas covas.” A sua e a de seu inimigo. A frase é atribuída a Confúcio.

Depois de quase se matarem, 3R e Petroreconcâvo vão entender a sabedoria da recomendação e terminarão juntas.

Deal bom é tipo reforma tributária: aquele que dá pra ser feito.

9- Equatorial finalmente vai comprar a Coelce.

10- Méliuz será deslistado da B3.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SAÚDE FINANCEIRA

Dasa (DASA3) negocia venda de negócio de corretagem de seguros  por até R$ 245 milhões

6 de setembro de 2024 - 11:24

O comunicado vem após uma reportagem da revista Veja citar a venda do segmento de seguros, saúde ocupacional, genoma e home care

REVISÃO DE DADOS IMPORTA

A chance de um corte de juros mais intenso nos EUA aumentou? Economistas dizem o que esperar depois do payroll

6 de setembro de 2024 - 11:14

Reação do mercado leva em consideração a revisão dos dados de postos de trabalho criados em junho e julho, segundo o payroll

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ajuste seu alarme: Resultado do payroll define os rumos dos mercados, inclusive do Ibovespa; veja o que esperar

6 de setembro de 2024 - 8:11

Relatório mensal sobre o mercado de trabalho norte-americano será decisivo para antecipar o próximo passo do Fed

SEXTOU COM O RUY

Acabou a farra do Ibovespa? Setembro começou mal para a Bolsa, mas não é motivo para preocupação

6 de setembro de 2024 - 6:07

Alguns fatores parecem ter pesado no humor, como os velhos riscos fiscais que voltaram aos holofotes e o bloqueio da plataforma X

FUNDOS IMOBILIÁRIOS HOJE

E agora, BRCO11? Natura (NTCO3) quer devolver galpão do fundo imobiliário antes da hora; veja qual será o impacto na receita do FII

5 de setembro de 2024 - 13:12

A Natura enviou uma notificação ao FII informando a decisão em rescindir antecipadamente o contrato de locação no imóvel Bresco Canoas

DESTAQUES DA BOLSA

Ação da Light (LIGT3) dispara mais de 30% na B3 em meio a adiamento de assembleia com bondholders

5 de setembro de 2024 - 12:54

A companhia de energia elétrica anunciou mais um adiamento da assembleia de bondholders que visa a discutir os termos e condições do “scheme of arrangement”

FIM DA NOVELA?

Ambipar (AMBP3) cai forte na B3 após gestora supostamente ligada a Tanure indicar dois membros para o conselho da empresa; veja quem são os candidatos

5 de setembro de 2024 - 10:35

Após enfim realizar seu desejo de indicar novos conselheiros na Ambipar, a Trustee pediu a convocação de uma assembleia geral extraordinária para votar as nomeações

SINAL VERDE PRA COMPRAR?

UBS BB eleva preço-alvo de ação de dona da Centauro e Nike no Brasil

4 de setembro de 2024 - 17:52

Grupo SBF (SBFG3) passa por aceleração das vendas de seu estoque e alívio da dívida líquida; segundo banco, há espaço para ainda mais crescimento até 2026

Money Picks

Setor elétrico: BTG Pactual e Empiricus são unânimes nas recomendações para setembro; AURE3, TAEE11 e TRPL4 ficam fora do top 10

4 de setembro de 2024 - 16:12

As duas instituições optaram pelas mesmas companhias do setor elétrico em setembro; veja os motivos e por que o momento é favorável para essas empresas

SEM OTIMISMO

Não é hora de ter Vale (VALE3) na carteira? Bancão de investimentos rebaixa peso de ações da mineradora

4 de setembro de 2024 - 14:47

O Bank of America rebaixou a recomendação para a gigante da mineração no portfólio de América Latina, de “equal weight” para “underweight”

MERCADOS HOJE

Embraer (EMBR3), Yduqs (YDUQ3) e Petz (PETZ3) são as maiores altas da bolsa em dia de ganho de 1% do Ibovespa

4 de setembro de 2024 - 12:09

O mercado também devolve parte das perdas recentes; nas duas primeiras sessões de setembro, o principal índice de ações da B3 chegou a acumular queda de 1,21%

ACERTO DE CONTAS

Fundo imobiliário consegue liminar contra WeWork, que tem 15 dias para pagar aluguéis atrasados

4 de setembro de 2024 - 12:01

A liminar foi concedida na última terça-feira (3) ao Vinci Offices (VINO11). O fundo imobiliário já havia informado que entraria na Justiça contra a WeWork após três meses seguidos de inadimplência

SD Select

Onde investir em setembro? Bolsa brasileira tem 3 ‘gatilhos’ e analista aponta 10 ações que podem se beneficiar desse cenário

4 de setembro de 2024 - 12:00

Para Larissa Quaresma, mesmo com agosto positivo, a Bolsa brasileira ainda está barata e pode renovar máximas; veja onde investir em setembro

GIGANTE COM APETITE

Grupo árabe que tentou comprar Braskem investe nos EUA — e abocanha 35% de negócio de hidrogênio

4 de setembro de 2024 - 11:40

A Adnoc é o terceiro grande parceiro industrial a se juntar ao projeto da Exxon Mobil de uma usina de hidrogênio em larga escala no Texas

Conteúdo BTG Pactual

Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) ou Itaú (ITUB4)? Veja os bancos recomendados pelo BTG Pactual em setembro para buscar dividendos

4 de setembro de 2024 - 10:00

Carteira do BTG Pactual, que rendeu 266,2% do Ibovespa desde a criação, tem dois “bancões” recomendados para setembro – veja quais são

BILIONÁRIOS NA VAREJISTA

Lemann e sócios convertem bônus de subscrição e voltam a ter o controle de fato sobre a Americanas (AMER3)

4 de setembro de 2024 - 9:48

Com exercício parcial de bônus de subscrição, trio de bilionários passou a deter 50,01% do capital votante da Americanas (AMER3)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O mês do cachorro louco mudou? Depois das máximas históricas de agosto, Ibovespa luta para sair do vermelho em setembro

4 de setembro de 2024 - 8:15

Temores referentes à desaceleração da economia dos EUA e perda de entusiasmo com inteligência artificial penalizam as bolsas

ALONGAMENTO DE PERFIL

Petrobras (PETR4) lança títulos no exterior no valor de US$ 1 bilhão; confira quanto a estatal vai pagar aos investidores

4 de setembro de 2024 - 7:31

De acordo com o comunicado da petroleira, o rendimento ao investidor será de 6,25% ao ano e os recursos serão usados para recomprar até US$ 1 bilhão de outros títulos

LÍDER OUTRA VEZ

Itaú (ITUB4) é a ação mais recomendada (de novo) para investir em setembro; veja o ranking com recomendações de 14 corretoras

4 de setembro de 2024 - 6:12

Figurinha repetida no ranking de ações mais indicadas pelos analistas para investir no mês, o banco acumulou cinco indicações das 14 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro

MENOR SINISTRALIDADE

O plano de saúde ficou mais caro — e as empresas curtiram isso: Lucro do setor de saúde quase triplica no 1º semestre e tem melhor resultado desde 2021

3 de setembro de 2024 - 20:03

O setor de saúde teve um lucro líquido de R$ 5,6 bilhões no primeiro semestre de 2024, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar