🔴 AÇÕES, CRIPTOMOEDAS E MAIS: CONFIRA DE GRAÇA 30 RECOMENDAÇÕES

O curioso caso da Natura (NTCO3), ou como os acionistas podem atrapalhar a gestão e o preço das ações

A Natura (NTCO3) vendeu a Aesop, seu melhor ativo, em meio à pressão dos acionistas. Uma decisão que traz consequências no longo prazo

7 de abril de 2023
7:11 - atualizado às 15:17
Fachada de loja da Natura (NTCO3) com propagandas de promoção do dia dos namorados
Fachada de loja da Natura (NTCO3) com propagandas de promoção do dia dos namorados - Imagem: Divulgação/Natura

Se você acompanha o mercado financeiro há algum tempo, já deve ter visto vários casos de conflito de interesses entre a gestão de uma companhia e os seus acionistas — e, nesta semana, tivemos mais um, agora envolvendo a Natura (NTCO3).

Às vezes isso acontece quando a gestão decide se presentear com bônus multimilionários sem ter merecido isso. Às vezes, o conflito surge quando os executivos tentam fazer a empresa crescer a qualquer custo, sem avaliar se isso faz sentido e muito menos se os retornos dos acionistas serão afetados.

Fato é que, na grande maioria das vezes que os conflitos acontecem, os executivos utilizam seu poder para enfiar suas decisões goela abaixo dos acionistas, que no fim da história, acabam pagando o pato.

Natura e a dica quente não vingou

Duas semanas atrás, comentamos sobre o fato de a Natura estar prestes a vender sua subsidiária Aesop. Mais especificamente, sobre os "espertinhos" que tinham comprado NTCO3 em busca de um ganho rápido, e como eles acabaram tomando um prejuízo de quase 20% no dia da divulgação de resultados do 4T22.

Pois bem, nesta semana a Aesop finalmente foi vendida, o que renderá US$ 2,5 bilhões para os cofres da Natura.

Assim como o esperado, a reação inicial do mercado foi positiva, mas logo em seguida o humor com os papéis virou e NTCO3 fechou o pregão com -3% de queda. No dia seguinte, as ações ainda derreteram mais -9%.

Leia Também

Resumindo a história: na semana daquele que parecia ser o maior gatilho positivo para NTCO3 nos últimos 12 meses, a ação caiu mais de -10%. Isso só reforça o que conversamos na coluna do dia 24 de março: cuidado com as dicas quentes.

Mas nem sempre é assim que acontece. Algumas vezes, são os próprios acionistas que pressionam a gestão a cometer algum erro que pode custar caro para as ações.

Os acionistas nem sempre sabem o que é melhor

Mas eu não estou aqui para dar sermão em quem comprou NTCO3 por causa da venda da Aesop. Minha intenção aqui é outra: lembrar que os acionistas nem sempre sabem o que é melhor para a empresa.

A venda da aconteceu pela vontade dos acionistas verem o problema do alto endividamento resolvido — e rápido.

Com quase todas as subsidiárias passando por problemas e os acionistas pressionando por uma solução imediata, a saída encontrada pela gestão foi vender justamente a melhor empresa do grupo, a Aesop.

Mas por que as ações desabaram, afinal?

Agora que o endividamento está resolvido, o mercado parece ter começado a entender que a venda traz um problema bem mais profundo: sem a Aesop, o que sobra são várias subsidiárias com problemas, queimadoras de caixa ou com baixo potencial de crescimento.

E mesmo que a Natura consiga recuperar a Avon e a The Body Shop algum dia, dificilmente veremos os papéis negociando por múltiplos elevados novamente, porque a qualidade média do portfólio piorou.

Para resolver um problema no curto prazo, criou-se outro de longa duração — e muito mais estrutural, em minha visão.

Outros exemplos

Existem alguns outros exemplos de pressão que os acionistas fazem sem entender muito bem os impactos financeiros nocivos para as companhias.

As tentativas de acionistas ativistas forçarem companhias de petróleo a se tornarem mais "verdes" é um bom exemplo. Não é trivial para uma boa empresa de petróleo se transformar em uma boa empresa de energia limpa.

Os desafios são completamente diferentes e a expertise para tocar um tipo de negócio nem sempre será suficiente para ser bem sucedido no outro.

Um negócio que ainda poderia gerar mais quinze anos de excelentes resultados e, em seguida, "morrer em paz", acaba sendo forçado a mudar para uma rota desconhecida e fecha as portas dez anos mais cedo, com prejuízos destruidores para os acionistas e para a sociedade.

Outro exemplo é a transmissora Taesa (TAEE11), que tem sofrido uma pressão para vencer leilões de novas concessões já que praticamente metade de sua RAP vencerá nos próximos dez anos.

Para não deixar a peteca cair, a companhia tem disputado e "vencido" leilões extremamente competitivos com deságios absurdos, que superam os 50%.

Talvez isso faça os acionistas felizes no curto prazo, mas eu suspeito que o longo prazo trará um sentimento um pouco diferente para eles — voltaremos nesse assunto na Páscoa de 2033.

Por esse motivo, a nossa transmissora preferida na bolsa é a Alupar (ALUP11), que não tem sido tão agressiva nos últimos leilões e possui concessões que devem se mostrar bem mais rentáveis nos próximos anos.

Se quiser conferir a lista completa com boas ações pagadoras de dividendos, da qual a Alupar faz parte, deixo aqui  o convite.

Um grande abraço e até a semana que vem!

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SEXTOU COM O RUY

Acabou a farra do Ibovespa? Setembro começou mal para a Bolsa, mas não é motivo para preocupação

6 de setembro de 2024 - 6:07

Alguns fatores parecem ter pesado no humor, como os velhos riscos fiscais que voltaram aos holofotes e o bloqueio da plataforma X

DESTAQUES DA BOLSA

Ação da Light (LIGT3) dispara mais de 30% na B3 em meio a adiamento de assembleia com bondholders

5 de setembro de 2024 - 12:54

A companhia de energia elétrica anunciou mais um adiamento da assembleia de bondholders que visa a discutir os termos e condições do “scheme of arrangement”

FIM DA NOVELA?

Ambipar (AMBP3) cai forte na B3 após gestora supostamente ligada a Tanure indicar dois membros para o conselho da empresa; veja quem são os candidatos

5 de setembro de 2024 - 10:35

Após enfim realizar seu desejo de indicar novos conselheiros na Ambipar, a Trustee pediu a convocação de uma assembleia geral extraordinária para votar as nomeações

SINAL VERDE PRA COMPRAR?

UBS BB eleva preço-alvo de ação de dona da Centauro e Nike no Brasil

4 de setembro de 2024 - 17:52

Grupo SBF (SBFG3) passa por aceleração das vendas de seu estoque e alívio da dívida líquida; segundo banco, há espaço para ainda mais crescimento até 2026

Money Picks

Setor elétrico: BTG Pactual e Empiricus são unânimes nas recomendações para setembro; AURE3, TAEE11 e TRPL4 ficam fora do top 10

4 de setembro de 2024 - 16:12

As duas instituições optaram pelas mesmas companhias do setor elétrico em setembro; veja os motivos e por que o momento é favorável para essas empresas

SEM OTIMISMO

Não é hora de ter Vale (VALE3) na carteira? Bancão de investimentos rebaixa peso de ações da mineradora

4 de setembro de 2024 - 14:47

O Bank of America rebaixou a recomendação para a gigante da mineração no portfólio de América Latina, de “equal weight” para “underweight”

MERCADOS HOJE

Embraer (EMBR3), Yduqs (YDUQ3) e Petz (PETZ3) são as maiores altas da bolsa em dia de ganho de 1% do Ibovespa

4 de setembro de 2024 - 12:09

O mercado também devolve parte das perdas recentes; nas duas primeiras sessões de setembro, o principal índice de ações da B3 chegou a acumular queda de 1,21%

SD Select

Onde investir em setembro? Bolsa brasileira tem 3 ‘gatilhos’ e analista aponta 10 ações que podem se beneficiar desse cenário

4 de setembro de 2024 - 12:00

Para Larissa Quaresma, mesmo com agosto positivo, a Bolsa brasileira ainda está barata e pode renovar máximas; veja onde investir em setembro

Conteúdo BTG Pactual

Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) ou Itaú (ITUB4)? Veja os bancos recomendados pelo BTG Pactual em setembro para buscar dividendos

4 de setembro de 2024 - 10:00

Carteira do BTG Pactual, que rendeu 266,2% do Ibovespa desde a criação, tem dois “bancões” recomendados para setembro – veja quais são

BILIONÁRIOS NA VAREJISTA

Lemann e sócios convertem bônus de subscrição e voltam a ter o controle de fato sobre a Americanas (AMER3)

4 de setembro de 2024 - 9:48

Com exercício parcial de bônus de subscrição, trio de bilionários passou a deter 50,01% do capital votante da Americanas (AMER3)

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O mês do cachorro louco mudou? Depois das máximas históricas de agosto, Ibovespa luta para sair do vermelho em setembro

4 de setembro de 2024 - 8:15

Temores referentes à desaceleração da economia dos EUA e perda de entusiasmo com inteligência artificial penalizam as bolsas

ALONGAMENTO DE PERFIL

Petrobras (PETR4) lança títulos no exterior no valor de US$ 1 bilhão; confira quanto a estatal vai pagar aos investidores

4 de setembro de 2024 - 7:31

De acordo com o comunicado da petroleira, o rendimento ao investidor será de 6,25% ao ano e os recursos serão usados para recomprar até US$ 1 bilhão de outros títulos

LÍDER OUTRA VEZ

Itaú (ITUB4) é a ação mais recomendada (de novo) para investir em setembro; veja o ranking com recomendações de 14 corretoras

4 de setembro de 2024 - 6:12

Figurinha repetida no ranking de ações mais indicadas pelos analistas para investir no mês, o banco acumulou cinco indicações das 14 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro

Conteúdo Empiricus

Vale apostar na recuperação da Americanas (AMER3)? Analistas ‘botam mais fé’ no turnaround de outra varejista

3 de setembro de 2024 - 16:52

“Show de volatilidade” da Americanas nos últimos dias não empolga analistas, que veem outra varejista em processo de turnaround como um investimento mais atrativo para o momento

DESTAQUES DA BOLSA

Azul (AZUL4) arremete na bolsa em meio a negociações com bondholders — enquanto mercado continua de olho em potencial recuperação judicial nos EUA

3 de setembro de 2024 - 15:02

Os papéis reagem a rumores de que a empresa iniciaria hoje negociações com detentores de títulos de dívida da companhia emitidos no mercado internacional para captar recursos

RELUZ COMO NUNCA

Aumento das tensões internacionais faz Goldman Sachs recomendar ouro, mesmo com o metal perto das máximas históricas

3 de setembro de 2024 - 14:46

Há, contudo, um novo elemento que coloca ainda mais lenha na fogueira do rali do ouro, e ele vem da demanda — ou, melhor dizendo, a falta dela — da China

NA MODA

Ações das Lojas Renner (LREN3) sobem quatro vezes mais que Ibovespa desde o balanço do 2T24 — e este banco vê espaço para mais

3 de setembro de 2024 - 10:45

JP Morgan reiterou a recomendação equivalente a compra para Lojas Renner e elevou o preço-alvo para R$ 21,00, o que representa um potencial de alta de 24%

NA CONTA DOS INVESTIDORES

Vem dividendo extraordinário? Petrobras (PETR4) deve depositar mais de R$ 55 bilhões em proventos em 2025, diz XP; estatal lança captação no exterior

3 de setembro de 2024 - 10:09

Para os analistas, o valuation da estatal permanece “atraente”, com uma expectativa de dividend yield de cerca de 10%, considerando apenas os proventos ordinários

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O Ibovespa experimentou novos recordes em agosto — e uma combinação de acontecimentos pode ajudar a bolsa a subir ainda mais

3 de setembro de 2024 - 7:01

Enquanto o ambiente externo segue favorável aos ativos de risco, a economia brasileira tem se mostrado mais resistente que o esperado

REDUÇÃO DE CAPITAL

Após pagar milhões em dividendos hoje, esta empresa com ações na B3 quer depositar mais R$ 560 milhões na conta dos acionistas

2 de setembro de 2024 - 17:18

A companhia quer fazer uma redução de capital e depositar os recursos decorrentes da operação ainda este ano, até 31 de dezembro

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar