Quando Elon Musk comprou o Twitter, um dos temores que surgiram era sobre o grau de liberdade do conteúdo da plataforma — afinal, o bilionário era um dos críticos mais ferozes da retirada de conteúdo postado na rede social.
Pouco mais de um mês depois de Musk fechar definitivamente o negócio, Ella Irwin, nova chefe de confiança e segurança do Twitter, afirma que a plataforma conta cada vez mais com a automação para moderar o conteúdo, acabando com certas análises manuais e favorecendo as restrições de distribuição em vez de remover certos discursos.
Em entrevista para a agência Reuters, Irwin diz que nem as hashtags escaparam. O Twitter também está restringindo de forma mais agressiva hashtags e resultados de pesquisa propensos a abuso em áreas que incluem exploração infantil, independentemente dos impactos potenciais sobre "usos benignos" desses termos.
Na sexta-feira (03), Musk prometeu "reforço significativo da moderação de conteúdo e proteção da liberdade de expressão" em uma reunião com o presidente da França, Emmanuel Macron.
Mas pesquisadores têm relatado um aumento no discurso de ódio no serviço do Twitter, depois que o bilionário anunciou uma anistia para contas suspensas sob a liderança anterior da empresa.
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Musk fala do Twitter no Brasil
Em meio às discussões do que pode ser publicado e o que deve ser banido, Musk falou neste sábado (03) sobre as eleições no Brasil.
O bilionário afirmou que é possível que o Twitter tenha “dado preferência aos candidatos de esquerda” durante as eleições no Brasil.
“Tenho visto muitos tweets preocupantes sobre as recentes eleições no Brasil. Se esses tweets forem precisos, é possível que o pessoal do Twitter tenha dado preferência a candidatos de esquerda”, escreveu. Ele não apresentou evidências sobre a declaração.
A publicação de Musk foi feita em resposta a um seguidor que o questionava sobre quais eleições haviam sido “manipuladas” pela equipe anterior que administrava o Twitter, antes da rede social ser comprada por Musk.
Musk fechou a compra do Twitter por US$ 44 bilhões no final de outubro e, desde então, promoveu mudanças na estruturação da rede social e se envolveu em polêmicas.
Além de reativar contas de figuras polêmicas como a do ex-presidente dos EUA, Donal Trump, pouco depois de adquirir a plataforma, o bilionário demitiu cerca de 50% dos funcionários e depois readmitiu boa partes deles.
*Com informações da Reuters