Petrobras recusa proposta do BTG Pactual para compra da Braskem, diz colunista
Restam, agora, outros dois lances firmes pela compra da Braskem na mesa, um da Apollo Global e outro da Unipar
![Fábrica de cloro-soda da Braskem em Maceió](https://media.seudinheiro.com/uploads/2022/08/Planta-Cloro-Soda_Maceio-braskem-628x353.jpg)
Não foi dessa vez que a Petrobras (PETR4) conseguiu vender sua participação na Braskem (BRKM5). De acordo com o colunista Lauro Jardim, d'O Globo, a estatal recusou formalmente uma proposta do BTG Pactual pela petroquímica.
A estrutura societária da Braskem é dividida entre a Petrobras, que tem 47% da empresa, e a Novonor (ex-Odebrecht), cuja fatia é de 50,1%. A proposta do BTG Pactual incluía a compra das dívidas da Novonor que são garantidas por ações da Braskem.
Restam, agora, outros dois lances firmes na mesa.
Um deles foi proposto pela gestora americana Apollo Global por 100% da Braskem e inclui o fechamento do capital da companhia.
O outro é da Unipar, que diz respeito a apenas as unidades produtoras de nafta em São Paulo, que vai contra o desejo dos controladores de fatiar a Braskem.
A venda da Braskem se arrasta há cerca de quatro anos, num período marcado por tentativas que não vingaram. Em 2019, a holandesa LyondellBasell estava com tudo encaminhado para comprar a Braskem, mas acabou desistindo.
Desde então, volta e meia apareceram rumores no mercado de outros interessados na petroquímica, mas nada foi para frente.
A Braskem e o afundamento de Maceió
Quando a LyondellBasell desistiu formalmente de comprar a Braskem, não foi dada uma justificativa clara.
A nota da companhia holandesa dizia, apenas, que a compra era positiva devido a uma sinergia com o portfólio da empresa, mas que havia decidido não seguir adiante. Você pode ler a íntegra do comunicado (em inglês) aqui.
Mas vale lembrar que, na época, a Braskem estava sendo acusada de um afundamento de solo na cidade de Maceió (AL), o que causou uma séria crise de imagem para a companhia.
O caso começou com tremores de terra registrados em 2018 numa região de Maceió na qual a Braskem explorava sal-gema, insumo da cadeia produtiva do PVC. Os tremores provocaram rachaduras em casas e edifícios, além de crateras nas ruas de vários bairros da cidade, forçando milhares de moradores a se mudar por questões de segurança.
Em abril do ano seguinte, as autoridades brasileiras entraram com processo contra a Braskem e em maio o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) publicou um estudo que concluía que, de fato, a principal causa das rachaduras era a atividade da petroquímica. A desistência do negócio com a LyondellBasell veio em junho daquele ano.
A Braskem teve de encerrar a exploração de sal-gema e também as fábricas de cloro-álcali e dicloreto de etileno em Maceió. Desde então, a companhia gastou bilhões de reais para realocar as famílias atingidas pelas rachaduras.
Somando valores já desembolsados e provisionados, a conta da Braskem devido ao que ela chama de "evento geológico" chega a quase R$ 13 bilhões.
No prejuízo
No segundo trimestre de 2022, a Braskem reverteu o lucro e anotou prejuízo líquido de R$ 1,4 bilhão. De acordo com a petroquímica, o resultado foi impactado pela variação cambial no resultado financeiro e por um ajuste da provisão com o problema em Maceió.
Foram acrescentados R$ 1,25 bilhão ao saldo provisionado da empresa, que no final de junho chegava a R$ 7,7 bilhões. Desse total, R$ 2,7 bilhões dizem respeito a acordos de compensação financeira com as famílias afetadas e com a realocação delas.
De acordo com a Braskem, até 31 de julho, foram apresentadas 16.468 propostas de compensação financeira às famílias realocadas, com índice de aceitação de 99,6%.
Leia mais
Ações da Usiminas (USIM5) despencam 23% após balanço; é hora de fugir dos papéis ou aproveitar o desconto?
A performance reflete números abaixo do previsto pelo mercado para o segundo trimestre de 2024
Alívio para a BRF (BRFS3) e a JBS (JBSS3)? Brasil vai declarar fim do foco da doença de Newcastle no RS — mas há obstáculos no caminho
Apesar do fim do foco da doença no Rio Grande do Sul, as exportações não devem ser imediatamente retomadas; entenda o que está em jogo para o Brasil agora
Fundo imobiliário TRXF11 entra para o setor de saúde com acordo de R$ 621 milhões para construir novo hospital para o Einstein
O FII comprou um imóvel localizado no Morumbi, bairro nobre da cidade de São Paulo, que deve ser locado para o Einstein por 20 anos
PIB americano alimenta apetite do mercado por risco; confira o que o dado provocou na cotação do ouro em Nova York
Valorização do iene e do franco suíço contribuíram para o desempenho do metal precioso
Retorno de até 200% e dividendos isentos de IR: cinco fundos imobiliários que renderam mais do que imóveis residenciais nos últimos anos
Os FIIs se consolidaram como uma alternativa para lucrar com imóveis com mais liquidez e menos burocracia
R$ 570 milhões por uma fatia de um prédio: por que o fundo imobiliário KNRI11 aceitou desembolsar milhões por pouco mais da metade de um edifício corporativo em SP
O FII anunciou na última quarta-feira (24) a compra de 57% da Torre Crystal por R$ 570,8 milhões
Não vejo excesso de otimismo no mercado americano hoje, diz Howard Marks, o ‘guru’ de Warren Buffett
Em evento em São Paulo, gestor da Oaktree disse que euforia se concentra em um punhado de ações de tecnologia e que ações estão um pouco caras, mas nada preocupante
S&P 500 e Nasdaq têm o pior desempenho em dois anos e arrastam a Nvidia (NVDC34) — quem é o culpado por esse tombo?
Os vilões das baixas foram duas gigantes norte-americanas, que causaram um efeito dominó e pressionaram todo um setor; por aqui, dólar renovou máxima e Ibovespa terminou o dia em baixa
O mercado de ações dos EUA está caro, mas há oportunidades: veja as principais apostas da gestora do JP Morgan para o 2º semestre
Para Mariana Valentini, da JP Morgan Asset Management, é necessário diversificar a carteira de investimentos — e outros países além dos EUA podem ser uma boa pedida agora
Fiagro salta mais de 30% e registra o maior retorno do ano; confira o ranking dos fundos agro mais rentáveis de 2024 até agora
De acordo com um levantamento da Quantum FInance, oito fundos da classe acumulam um retorno positivo neste ano