Mera coincidência? Nas últimas cinco vezes em que isso aconteceu, os acionistas da Amazon ganharam muito dinheiro
Entenda por que o sexto programa de recompra de ações da história dessa ‘big tech’ abre uma grande oportunidade de investimento
Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia.
Por depender de um equilíbrio dinâmico com variáveis praticamente infinitas, o mercado financeiro é repleto de coincidências.
Por exemplo, os mais afeitos à análise gráfica considerarão que o cruzamento entre as médias de 200 e 50 dias, no cenário em que a primeira cruza acima da segunda, é um indicador de baixa.
Essa análise, aplicada ao S&P 500, o índice das 500 maiores empresas americanas, previu corretamente 11 das últimas 2 crises (risos).
Isoladamente, um indicador é apenas um indicador. Ele ganhará significância conforme outros indicadores se alinharem a ele.
Hoje, vou falar sobre uma coincidência envolvendo as ações da Amazon.
Leia Também
Como disse no título, nas últimas cinco vezes em que isso aconteceu, seus acionistas obtiveram retornos formidáveis.
Amazon popularizou o ‘non-profit tech’
Hoje, é batido que qualquer empresa de tecnologia que não dá lucros está em modo de crescimento. Investir hoje para colher lucros imensamente maiores no futuro.
Executar esse plano de ação depende do capital disponível: alguém precisa estar disposto a financiar esse sonho.
Em geral, esse "alguém" são os fundos de venture capital, cuja indústria alcançou uma escala inimaginável há 20 anos.
O exemplo mais marcante é o Softbank, que ficou famoso por abordar empresas de tecnologia, se oferecendo para fazer uma injeção milionária de capital.
Caso as empresas negassem o aporte, dizem as más línguas, o Softbank lhes daria bons incentivos para pensarem duas vezes, por exemplo cogitando financiar seu concorrente mais próximo.
Parênteses rápido: uma captação implica na diluição dos atuais acionistas, em geral os fundadores quando falamos de empresas de tecnologia. Naturalmente eles desejam minimizar sua diluição, captando apenas quando realmente necessário. Nem sempre é bom receber mais capital.
Antes dessa era de abundância, Jeff Bezos escreveu aos acionistas da Amazon na sua icônica "carta aos acionistas" de 1997, se comprometendo a reinvestir absolutamente todo lucro da companhia no seu crescimento.
Até hoje, todas as cartas anuais da Amazon se iniciam com uma cópia da carta original de 1997.
Lá atrás, Bezos instituiu um dos princípios mais básicos e intrincados na cultura da Amazon: investir, investir e investir.
Alguns exemplos recentes com a Amazon
O gráfico abaixo compila o volume de investimentos anual da Amazon, desde 2014.
Observe, especificamente, o salto exponencial entre 2020, 2021 e o esperado para 2022, após o início da pandemia.
Nos últimos dois anos as cifras são de US$ 40 bilhões e US$ 61 bilhões, aproximadamente. Isso é muito, muito, muito dinheiro.
Por exemplo, entre 2019 e 2021, a Amazon adicionou mais metros quadrados de centros de distribuição do que ela fez nos 20 anos seguintes à sua fundação.
Isso tudo para nos lembrar que as prioridades número 1, 2 e 3 da empresa são sempre investir.
- IMPORTANTE: liberamos um guia gratuito com tudo que você precisa para declarar o Imposto de Renda 2022; acesse pelo link da bio do nosso Instagram e aproveite para nos seguir. Basta clicar aqui
Ou será que não?
Como a política de alocação de capital da Amazon é destinada majoritariamente aos investimentos, qualquer desvio de rota faz os investidores se perguntarem o porquê.
Neste começo de ano, a empresa anunciou um raro programa de recompra de ações no montante de US$ 10 bilhões e um "split" de ações.
O split não tem um significado econômico em si. Forçando a barra, podemos dizer que ele aumenta a demanda pela ação, principalmente através do mercado de opções, tornando mais acessível o ticket médio para se operar.
Agora, a recompra de ações tem algumas possibilidades.
No geral, as empresas recompram suas ações por algum dos motivos a seguir:
- (i) para anular a diluição do seu programa de remuneração de ações para executivos;
- (ii) porque não possuem outras alternativas de investimento interessantes; ou
- (iii) porque, mesmo considerando outras boas alternativas de investimento, o preço da sua ação está tão barato que vale mais a pena recompra-la, do que investir na operação.
Como falei exaustivamente, nunca faltou apetite na Amazon para investir no crescimento da companhia (opção "ii").
O que nos deixa entre as opções (i) e (iii).
Considerando os últimos 12 meses, os US$ 10 bilhões são um volume financeiro em linha com o necessário para fazer frente à opção (i).
Porém, a Amazon poderia continuar recompensando seus executivos da mesma maneira que o vem fazendo a tanto tempo: com um pequeno volume de diluição anual.
Por exemplo, entre 2013 e 2021 a quantidade de ações em circulação aumentou cerca de 12%, sem nenhum dólar investido em recompras.
Sobra a opção (iii), pela sexta vez na história da Amazon.
O quadro abaixo, elaborado pelo banco de investimento Morgan Stanley, compila o retorno obtido pelos acionistas da Amazon nos períodos seguintes às outras cinco ocasiões em que a empresa recomprou ações.
Na média, os retornos foram de 42% em 6 meses, 100% em 1 ano e 135% em 2 anos, com desvio da média.
No limite, essa pode ser apenas mais uma das tantas coincidências do mercado.
Será?
Elon Musk e Jeff Bezos podem ficar para trás: quem é o empresário que pode se tornar o homem mais rico do mundo em um ano
A disparada das ações de uma empresa de tecnologia pode levar este bilionário a ultrapassar os atuais homens mais ricos do mundo
Não é a Nvidia: Amazon fecha parceria multibilionária com outra gigante para a fabricação de chips de IA
Parceria da Amazon Web Services (AWS) com esta outra big tech pode transformar um estado dos EUA em uma potência de inteligência artificial
Quem é Leo Kryss, o fundador da TecToy que entrou em uma briga com o bilionário da Amazon por uma mansão na Flórida
Considerado uma “lenda viva” por investidores, brasileiro processa corretor por ocultar compra de mansão por Jeff Bezos, reduzindo preço em US$ 6 milhões
Disclaimer nas bolsas: Wall Street ganha uma ajudinha da inteligência artificial, enquanto mercado aguarda corte de juros na Europa
Durante o pregão regular de ontem (11), a Nvidia, joia da coroa do setor, chegou a saltar mais de 8% e animou os índices internacionais nesta quinta-feira
Serviço de nuvem da Amazon anuncia investimentos de R$ 10 bilhões para expandir infraestrutura no Brasil
Segundo a AWS, o investimento vai atender à alta demanda por serviços em nuvem no Brasil e em toda a América Latina
O clube dos US$ 100 bilhões encolheu: por que esses três bilionários foram “chutados” para fora do grupo de super-ricos
Em meio à saída do trio, agora a seleta lista de ricaços com fortunas de 12 dígitos passa a contar com apenas 12 integrantes
Sem medo de soar repetitivo: Ibovespa mira novos recordes após indicação de Galípolo enquanto investidores esperam PIB dos EUA
Além da revisão do PIB dos EUA no segundo trimestre, os investidores aguardam os dados de novos pedidos de seguro-desemprego
Bilionários perdem R$ 185 bilhões em apenas um pregão: pânico nas bolsas volta a diminuir fortunas dos 10 homens mais ricos do planeta
Entre os dez primeiros no ranking mundial de fortunas, a maior queda foi registrada por Jeff Bezos, da Amazon, cujo patrimônio caiu US$ 5,5 bilhões
A fortuna desabou: Por que Jeff Bezos e os nove maiores bilionários do planeta perderam R$ 249 bilhões em um só dia?
Apesar da derrocada de suas riquezas no último pregão em meio à sangria em Wall Street, esse grupo seleto de ricaços ainda soma um patrimônio líquido de US$ 1,65 trilhão
A bolha estourou ou só está murchando? Ações da Tesla e do Google reagem em queda a balanços — e isso explica o momento das grandes empresas de tecnologia
Para os próximos dias, nomes como Microsoft, Visa, IBM, Qualcomm e Amazon também publicam seus dados do segundo trimestre
É o fim do multimarcas no varejo? Por que a Americanas (AMER3) decidiu encerrar os sites Shoptime e Submarino
No início de julho, a gigante do varejo, em recuperação judicial, anunciou a incorporação das duas marcas à plataforma principal. Entenda o que está por trás da decisão
Google entra de cabeça no ramo da cibersegurança com inteligência artificial e deve adquirir Wiz por US$ 23 bilhões
Se concretizada, essa seria a maior aquisição da gigante da tecnologia até o momento, superando os US$ 12,5 bilhões pagos pela Motorola em 2012
Quem são os bilionários de tecnologia que entram US$ 150 bilhões mais ricos no 2º semestre — e o homem que mais ganhou dinheiro em 2024
O bom momento das ações de tecnologia em Wall Street levou alguns dos maiores ricaços do planeta a engordarem suas fortunas desde janeiro
Netuno retrógrado na bolsa? Mercados internacionais de ações amanhecem no vermelho e desafiam Ibovespa, mas não é por causa dos astros
Temores com a inflação global seguem em pauta em dia de RTI no Brasil e PIB nos EUA e na véspera de um dos índices preferidos do Fed para decidir os juros
Obrigada, IA: Amazon dispara e se torna a 5ª empresa dos EUA a ultrapassar US$ 2 trilhões em valor de mercado
Os papéis da big tech fecharam com alta superior a 3% nesta quarta-feira (26). No ano, o ganho acumulado passa de 26%
Chegou a vez da Temu no Brasil? Mesmo com taxação, concorrente da Shein ainda tem espaço para crescer no país e ameaça até a Amazon
Empresa da PDD acirra a concorrência com outras plataformas chinesas e gigantes do marketplace
Amazon obtém licença que poderá expandir entregas com drones nos Estados Unidos
A gigante do e-commerce obteve uma autorização para operar os equipamentos além do campo de visão dos “pilotos”
Em busca de capital estrangeiro, Macron atrai gigantes como Amazon para impulsionar investimentos na França
O presidente francês garantiu investimentos da Amazon, Pfizer e Astrazeneca, enquanto Morgan Stanley prometeu adicionar empregos no país
Os 10 maiores bilionários do planeta perderam R$ 107,2 bilhões hoje — e aqui estão os motivos
Conhecidos por liderarem as empresas mais valiosas do mundo, esse grupo seleto de ricaços soma um patrimônio líquido de US$ 1,58 trilhão
Bancão dobra a aposta no S&P 500: as grandes campeãs do índice mais amplo de Wall Street em 2024
O Bank of America está entre os bancos com as projeções mais altas para o S&P 500 depois da performance das empresas que fazem parte do índice no quarto trimestre de 2023