O ano do boi será o ano dos frigoríficos, e o Credit Suisse aponta melhor ação para aproveitar o momento
Peste africana nos rebanhos de suínos chineses e demanda por alimentos devem resultar em importação recorde de carne pela China
O dia 3 de fevereiro marcou o início do ano do boi no horóscopo chinês. Segundo a astrologia oriental, as energias vinculadas ao animal estão relacionadas a superação, trabalho e empenho nas realizações do cotidiano.
Para os analistas do Credit Suisse, 2021 de fato será o ano do boi, mas não pelos mesmos motivos apontados pelo horóscopo chinês. No caso, este será o ano dos frigoríficos, e ele será particularmente positivo para as companhias brasileiras, diante da expectativa de que as importações de carne da China (olha ela aí de novo) alcançarão o maior patamar da história.
E eles apontam que a Marfrig (MRFG3) é a empresa que mais deve se beneficiar desta situação, o que os levou a elevar o preço-alvo das ações de R$ 20,00 para R$ 23,00.
Em dia de queda generalizada na bolsa, a indicação positiva do Credit Suisse está fazendo as ações do frigorífico, que divulga seus resultados nesta segunda-feira (8) após o fechamento do mercado, a registrarem a maior alta do Ibovespa.
Por volta das 14h19, as ações subiam 5,74%, a R$ 15,84. Já a JBS (JBSS3), maior frigorífico do mundo, recuava 0,07%, a R$ 27,63, enquanto a Minerva (BEEF3) subia 0,71%, a R$ 9,87, e a BRF (BRFS3) caia 0,17%, a R$ 23,53. Acompanhe a cobertura de mercados do Seu Dinheiro.
Apetite chinês
Os analistas Victor Saragiotto e Felipe Vieira afirmam que existe um déficit “substancial” de proteína na China, por conta dos efeitos da peste suína africana, que pegou em cheio os rebanhos do país.
Combinada com a melhora das condições de vida no país, eles estimam que esta situação deve levar a importação de carne de boi a atingir o patamar recorde em 2021 – 2,8 milhões de toneladas, alta de 2,8% em relação a 2020.
“Isto (peste suína e melhora do padrão de vida dos chineses) vai continuar mudando a dinâmica dos exportadores de carne e dos produtores de gado ao redor do mundo”, diz trecho do relatório.
Por que a Marfrig?
A escolha dos analistas do Credit Suisse pela Marfrig pode surpreender muitos investidores, considerando a elevada alavancagem financeira registrada pela empresa no passado e sua tradição de crescer por meio de fusões e aquisições.
Mas eles afirmam que existem muitos motivos para estar otimista com a empresa. A começar pelo desempenho da National Beef, quarta maior produtora de carne bovina dos Estados Unidos, adquirida em 2018. Para os analistas, desde a incorporação, a empresa vem apresentando resultados excelentes e ela deve novamente surpreender.
Os analistas citam, ainda, os altos níveis estruturais das operações da companhia na América do Sul, o fato de a maior parte da sua receita ser em dólar, o cumprimento das suas metas operacionais e a redução significativa da alavancagem.
Para completar, os analistas do Credit Suisse calculam que as ações da Marfrig apresentam um rendimento do fluxo de caixa livre (o FCF yield, que sinaliza o potencial de retorno aos acionistas) de 20,9% e projetam o EV/Ebitda (indicador que mostra se uma empresa está sub ou supervalorizada) em 3,6 vezes em 2021 e 4,2 vezes em 2022.
Ainda na esteira de escândalos e abalado pelo cenário econômico difícil, Credit Suisse troca de CEO após novo prejuízo bilionário
Thomas Gottstein será substituído por Ulrich Koerner, após banco suíço registrar perdas equivalentes a US$ 1,66 bilhão no 2º tri, muito superiores ao esperado por analistas
Por que as ações da PagSeguro (PAGS34) despencam 20% apesar do lucro recorde no 1T22?
O mercado enxerga além do 1T22 e pode estar precificando novamente as dificuldades que a empresa talvez enfrente nos próximos meses
Arezzo (ARZZ3), Centauro (SBFG3) ou Renner (LREN3)? Qual varejista vai ganhar a corrida dos resultados do 1T22?
O Credit Suisse espera que os números das três empresas sejam bem recebidos pelo mercado, mas uma delas vai ocupar o lugar mais alto do pódio; saiba qual
O dólar pode cair ainda mais? Veja as projeções do Credit Suisse para as cotações da moeda
Tombo recente reverte apenas uma parte da valorização do dólar nos últimos anos; saiba até quanto a moeda pode cair, segundo o banco suíço
Como os bancos de Wall Street estão driblando as sanções contra Rússia e negociando no país
Goldman Sachs, JP Morgan e Deustche Bank são os primeiros a anunciar que estão deixando o país e podem ser seguidos por outras instituições financeiras globais
Vazamento de dados do Credit Suisse expõe supostas conexões criminosas entre 18 mil contas com mais de US$ 100 bilhões em depósitos
Banco suíço debate-se hoje com o mais recente escândalo noticiado pela imprensa internacional; Credit contesta denúncia
Com presidente do Conselho fura-quarentena e perdas de clientes, Credit Suisse tem desafio de recuperar reputação
Credit Suisse volta a ser abalado com saída de presidente do Conselho que veio para recuperar a imagem do banco, mas foi pego violando as regras da quarentena contra a covid-19
CCR (CCRO3) ou EcoRodovias (ECOR3)? O Credit Suisse aponta qual a via mais rápida para o lucro na bolsa
O banco suíço tem recomendação de compra para ambas as empresas e vê potencial de alta de mais de 40% para as ações. Mas o portfólio de uma delas é visto como mais sólido no momento
Setor de maquininhas está descontado, diz o Credit Suisse, mas ausência de catalisadores inibe espaço para reação
Banco suíço corta preço-alvo da PagSeguro, da Stone e da Cielo, mas ainda vê espaço para crescimento das empresas de meios de pagamento
Credit Suisse coloca o pé no freio com a EcoRodovias: banco rebaixa recomendação para ECOR3 e corta preço-alvo; ação cai na bolsa
Alta dos juros e custos de captação mais elevados foram os principais motivos alegados pela instituição financeira para a revisão
Leia Também
Mais lidas
-
1
Show da Madonna: Saiba onde assistir e a provável lista de hits que a artista deve cantar em Copacabana
-
2
Iene barato com os dias contados? Moeda perde muito para o dólar e Japão dá sinais de sequência de intervenções no câmbio
-
3
Magazine Luiza (MGLU3) deixa o vermelho e quita R$ 2,1 bilhões em dívidas — logo após rival entrar em recuperação extrajudicial