Credit Suisse melhora recomendação para a XP, mas briga por agentes autônomos ainda preocupa
O valor atual da ação fez com que os analistas passassem a classificação para Neutra, mas disputa com o BTG Pactual deve limitar crescimento no médio prazo
Mesmo em um momento desafiador, de competição intensa envolvendo principalmente os agentes autônomos, o Credit Suisse elevou a recomendação para a ação da XP de Underperform (desempenho abaixo da média de mercado) para Neutra.
A explicação para o movimento, segundo os analistas, está basicamente na recente queda do valor da ação da XP. Depois de superar os US$ 50 em fevereiro, a ação fechou abaixo dos US$ 40 ontem. Hoje, caiu mais 2,78%, a US$ 38,75. O preço-alvo passou de US$ 40 para US$ 43.
E o “potencial limitado” de valorização de 9%, como explica o Credit Suisse, é resultado principalmente da alta competitividade no mercado de produtos financeiros e de investimentos no Brasil. O banco destaca especialmente a briga com o BTG Pactual pelos agentes autônomos.
O Credit Suisse enxerga que a perda de agentes autônomos para o BTG pode limitar o crescimento dos ativos sob custódia da XP.
Os analistas citam, como exemplo, a perda do EQI, que tinha R$ 8 bilhões sob gestão, e mais recentemente da Acqua-Vero e da Wise Investimentos, que somadas têm portfólio superior a R$ 10 bilhões.
E a competição vem de todos os lados. Enquanto corretoras menores conseguem desenvolver estratégias de crescimento, o Credit Suisse lembra que os grandes bancos dão cada vez mais atenção para suas áreas de investimentos, inclusive contratando mais profissionais para atender os investidores.
Por outro lado, os analistas enxergam um bom nível de competitividade da XP no que diz respeito a taxas.
“As tarifas de varejo se mantiveram bem resilientes nos últimos anos, na média de 1,3%, mesmo com a estratégia de zerar a taxa de corretagem da Rico”, diz o Credit Suisse.
Mesmo que a normalização do mercado após a pandemia traga mais pressão para as taxas, o banco percebe a XP bem posicionada.
Isso porque o aumento da taxa básica de juros deve compensar um eventual corte nas tarifas. E o Credit Suisse espera uma maior contribuição dos serviços bancários.
No curto prazo, o cenário para a XP parece ser mais animador. O Credit Suisse espera lucro de R$ 2,73 bilhões em 2021, o que representaria um crescimento de 20% em relação a 2020.
Para 2022, o lucro esperado é de R$ 3,31 bilhões. Os recursos sob gestão devem crescer em um ritmo médio de 31% neste ano e no próximo.
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