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Mais quatro anos de Powell à frente do Fed: o que isso significa para os mercados financeiros

Reação de Powell à pandemia e postura diante da inflação foram fatores decisivos para sua escolha por Biden

23 de novembro de 2021
6:18 - atualizado às 16:48
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, guiando os mercados

Em meio a uma semana tipicamente caracterizada por um dos menores volumes de negociação do ano no exterior, muito por conta do Dia de Ação de Graças, o presidente norte-americano, Joe Biden, brindou o mercado com uma importante decisão.

Depois de muita especulação, os investidores finalmente descobriram a escolha da Casa Branca para o próximo mandato do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA).

Quando se trata de influência sobre a economia global, poucas pessoas no mundo são mais poderosas do que o presidente do Fed. Jerome Powell, um republicano nomeado primeiramente pelo ex-presidente Donald Trump, foi indicado para um segundo mandato de quatro anos à frente da instituição.

Powell diante da pandemia

Powell é conhecido por ter conduzido a economia dos EUA durante a pandemia Covid-19 e a posterior recuperação, liberando uma quantidade sem precedentes de estímulos para ajudar a evitar uma desaceleração ainda mais profunda.

Os esforços do Fed, que incluíram o corte das taxas de juros, a compra de grandes quantidades de títulos e a oferta de recursos de crédito para empresas e governos locais, superaram em muito as respostas de emergência anteriores da autoridade monetária.

Esses esforços se encaixaram com apoio fiscal em grande escala. Com isso, as políticas monetária e fiscal ajudaram a economia dos EUA a sair rapidamente da recessão de 2020.

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Pressões inflacionárias

Hoje, porém, com a inflação subindo no ritmo mais rápido em três décadas, a nomeação ocorre em um momento em que o Fed começou a reduzir suas compras mensais de títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas, em um cronograma para encerrar o programa até junho.

Muitos também estão prevendo que o Fed possa tentar aumentar as taxas de juros ainda em 2022, enquanto tenta conter o aumento dos preços.

O movimento de Biden, por sua vez, deixou duas coisas claras:

  • i) os democratas moderados estão mais influentes que os progressistas; e
  • ii) a inflação é um problema tanto político quanto econômico, principalmente com as eleições de meio de mandato se aproximando, marcadas para o final de 2022.

Uma no cravo, outra na ferradura

Powell mostrou ao longo dos últimos meses que pode ser suficientemente dovish (expansionista) quando necessário, ao mesmo tempo que convence os mercados de que não hesita em agir para conter a inflação. Sua indicação foi uma vitória da ala moderada do partido.

Dotado de tais características, o atual presidente do Fed recebeu elogios dos dois partidos em Washington, enquanto era ovacionado por Wall Street depois de uma resposta rápida e agressiva à crise econômica causada pela pior pandemia em um século.

A felicidade do mercado financeiro se justifica pelo gráfico abaixo.

Note como Powell guarda consigo, atrás apenas de Volcker, a segunda melhor performance anualizada do S&P 500 durante o mandato no comando do BC americano desde a década de 40. Isso explica um pouco do bom humor do mercado.

Nem tudo são flores

Apesar de o mercado continuar confiante de que a inflação deverá se normalizar e ficar estável no longo prazo, muitos entendem que o índice de preços ao consumidor de outubro foi o ponto na decisão de Biden, que estava indeciso entre levar Powell para um segundo mandato ou ir em direção a um caminho solicitado pela ala mais progressista do partido Democrata, indicando a economista Lael Brainard.

Brainard era o único nome democrata presente no Conselho de Governadores do Fed. Suas opiniões dovish sobre a política monetária, o aumento da regulamentação bancária e o uso das ferramentas do banco central para combater as mudanças climáticas foram vistas como mais alinhadas à ala progressista do partido de Biden.

O último relatório de inflação, porém, foi a pior coisa que poderia ter acontecido para Brainard, que estaria muito mais preocupada com o aspecto do emprego do duplo mandato do Fed, em detrimento ao lado da estabilidade de preços.

Isso significa que ela estaria mais propensa a deixar a economia aquecer por mais tempo enquanto esperava que mais pessoas voltassem à força de trabalho. Isso poderia ser ruim em meio a um ano eleitoral como o ano que vem (a perda do poder de compra seria sentida pelo eleitorado de Biden).

O entendimento de Biden

Vale notar que, até aqui, restaurar o máximo de empregos tem sido a prioridade recente do Fed sob Powell. Nos últimos meses, o desemprego caiu para 4,6%, menos da metade de seu pico pandêmico. Entretanto, a outra metade do mandato do banco central, a inflação, é mais problemática atualmente e está se mostrando menos transitória do que pressupusemos anteriormente.

Consequentemente, considerando que o emprego já está em um patamar saudável e em uma trajetória consistentemente positiva, Biden entendeu que Powell pudesse ter um perfil frente à inflação mais apropriado.

Assim, Lael Brainard ficou como vice-presidente.

De todo modo, na verdade, as diferenças entre os dois candidatos eram marginais e os mercados teriam continuado a se concentrar principalmente nos fundamentos econômicos e corporativos.

Atenção ao valuation do S&P 500

Por falar nisso, vale prestar atenção ao valuation do S&P 500 em termos de preços sobre lucro (P/L, em português, ou P/E, em inglês) no decorrer dos ciclos do Fed. A experiência histórica em momentos de início de aperto monetário do Fed mostra múltiplos de P/L estáveis.

Como podemos ver abaixo, durante o período de 12 meses, começando seis meses antes e terminando seis meses após o início de um ciclo de aperto, o valuation do S&P 500 permaneceu, em média, notavelmente estável.

Agora, caminhamos para 2022, ano do início do aperto monetário do Fed.

Nesse sentido, já em uma dinâmica sob o comando renovado de Powell, se houver continuidade do aumento do denominador (dos lucros corporativos), a estabilidade dos múltiplos indica que ainda há espaço para apreciação dos ativos financeiros.

Não somente isso, mas o dólar deve se mostrar forte em um início de aperto monetário.

Isso porque uma das únicas maneiras de o Fed conter a inflação sem prejudicar a recuperação econômica e, mais importante, o mercado de ações, é apreciando o dólar. A retórica sobre o aumento da taxa de fundos, apoiada na aceleração da redução gradual, cumpre esse objetivo.

Powell faria isso mais rapidamente que Brainard.

Vejo espaço para mais um ano bom para a Bolsa americana, com dólar forte em meio às demais incertezas globais, como novas ondas de Covid e desaceleração chinesa. Para investidores brasileiros que ainda não investem no exterior, ainda podemos estar diante de uma janela de entrada, principalmente às vésperas do início de um ano eleitoral como o de 2022.

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