Presente sólido, futuro promissor: UBS recomenda compra para Raízen (RAIZ4) e vê 50% de alta nas ações
Para o UBS, a Raízen (RAIZ4) tem uma avenida de crescimento em energias renováveis, ao mesmo tempo em que já é forte em combustíveis e açúcar
Um dos maiores IPOs do passado recente no Brasil, a Raízen ainda não decolou na bolsa: suas ações PN (RAIZ4), amargam uma baixa de mais de 10% desde a estreia. Isso, no entanto, não tira o otimismo do UBS em relação aos papéis. O banco suíço iniciou a cobertura para a empresa com recomendação de compra e preço-alvo em 12 meses de R$ 9,60, o que representa um potencial de alta de 50% em relação às cotações atuais.
Joint-venture entre a Cosan e a Shell, a Raízen tem três grandes divisões: distribuição de combustíveis, açúcar e energias renováveis. Para o UBS, a empresa está bem posicionada em todos eles — enquanto nos dois primeiros a Raízen já é um player relevante e solidificado, o terceiro representa uma avenida importante de crescimento no futuro.
"Em energias renováveis e açúcar, a Raízen possui uma escala difícil de competir; isso permite que a empresa surfe o cenário positivo — e, em nossa opinião, estrutural — em açúcar e etanol", escrevem os analistas Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcellos, em relatório divulgado nesta sexta-feira (10); o braço de distribuição de combustíveis da Raízen é classificado como "firme e forte".
O racional do UBS para a Raízen
Em relação ao braço de açúcar da Raízen, o UBS destaca que a companhia já era um dos maiores produtores globais da commodity, mas que, com a recente aquisição da Biosev, ampliou ainda mais sua participação de mercado. "A Raízen tem conseguido melhores condições de preço que outros players, uma tendência que esperamos que se acelere com o tempo", escrevem os analistas.
Para se ter uma ideia dos ganhos de escala em açúcar, o banco suíço projeta que a margem Ebitda desse segmento deverá saltar de 13% em 2020 para 23% em 2024. A visão de um mercado mais apertado para a commodity no curto, médio e longo prazo também ajuda o desempenho e a rentabilidade da Raízen nesse setor.
Quanto à área de energias renováveis, o banco suíço afirma que, com os recursos obtidos no IPO, a companhia parece pronta para entregar um crescimento acelerado — o que, para o UBS, é uma oportunidade rara. "Com duas novas plantas [de biomassa] sendo abertas por ano, estimamos um aumento de 1% no Ebitda da Raízen em 2024, 3% em 2025 e 4% em 2026".
Por fim, a divisão de combustíveis apresenta perspectivas mais estáveis ao longo do tempo, o que não é uma má notícia para a equipe do UBS: os analistas dizem não esperar um crescimento forte desse segmento, mas uma manutenção do "confiável balanço entre margens e expansão de volumes".
RAIZ4: IPO sem brilho até agora
O preço-alvo de R$ 9,60 para RAIZ4 é o cenário-base do UBS para o papel. Mas a casa tem duas projeções adicionais:
- Otimista, com preço-alvo de R$ 10,50 (potencial de alta de 64%): nele, as cotações do açúcar sobem no mundo todo por causa de uma menor produção da commodity na Índia; esse desdobramento também faria o preço do etanol subir.
- Pessimista, com preço-alvo de R$ 5,00 (potencial de queda de 22%): nele, as safras de açúcar no Brasil e na Índia são melhores que o projetado, provocando um salto na oferta da commodity e, consequentemente, derrubando suas cotações.
Mas, independente da visão do UBS, fato é que a Raízen integra o grupo de empresas que fizeram IPO em 2021 e cujas ações acumulam desempenho negativo desde a abertura de capital. RAIZ4 e sua baixa de 13,4% no período em questão se junta a outros 24 papéis que também estão no vermelho; ao todo, 44 companhias estrearam na bolsa neste ano.
Veja a tabela abaixo:
Empresa | Código | Preço IPO | Preço 10/09 | Variação |
HBR Realty | HBRE3 | 19,10 | 11,99 | -37,2% |
Grupo Vamos* | VAMO3 | 6,50 | 15,73 | 142,0% |
Espaçolaser | ESPA3 | 17,90 | 17,76 | -0,8% |
Intelbras | INTB3 | 15,75 | 27,87 | 77,0% |
Mobly | MBLY3 | 21,00 | 9,46 | -55,0% |
Mosaico | MOSI3 | 19,80 | 12,13 | -38,7% |
Jalles Machado | JALL3 | 8,30 | 9,92 | 19,5% |
Focus Energia | POWE3 | 18,02 | 13,51 | -25,0% |
Bemobi | BMOB3 | 22,00 | 20,16 | -8,4% |
Westwing | WEST3 | 13,00 | 6,16 | -52,6% |
Cruzeiro do Sul | CSED3 | 14,00 | 8,51 | -39,2% |
Oceanpact | OPCT3 | 11,15 | 4,41 | -60,4% |
Eletromidia | ELMD3 | 17,81 | 17,36 | -2,5% |
Orizon | ORVR3 | 22,00 | 28,61 | 30,0% |
CSN Mineração | CMIN3 | 8,50 | 6,82 | -19,8% |
Allied | ALLD3 | 18,00 | 26,39 | 46,6% |
Hospital Mater Dei | MATD3 | 17,44 | 19,52 | 11,9% |
Blau Famacêutica | BLAU3 | 40,14 | 50,50 | 25,8% |
Grupo GPS | GGPS3 | 12,00 | 16,40 | 36,7% |
Infracommerce | IFCM3 | 16,00 | 17,61 | 10,1% |
Boa Safra | SOJA3 | 9,90 | 13,95 | 40,9% |
Caixa Seguridade | CXSE3 | 9,67 | 9,28 | -4,0% |
Modalmais | MODL11 | 20,01 | 17,26 | -13,7% |
Petrorecôncavo | RECV3 | 14,75 | 16,46 | 11,6% |
GetNinjas | NINJ3 | 20,00 | 15,59 | -22,1% |
Dotz | DOTZ3 | 13,20 | 8,70 | -34,1% |
BR Partners | BRBI11 | 16,00 | 23,08 | 44,3% |
3tentos | TTEN3 | 12,25 | 10,00 | -18,4% |
SmartFit | SMFT3 | 23,00 | 25,66 | 11,6% |
CBA Alumínio | CBAV3 | 11,50 | 14,06 | 22,3% |
Desktop | DESK3 | 23,50 | 22,11 | -5,9% |
Multilaser | MLAS3 | 11,10 | 8,35 | -24,8% |
Livetech da Bahia | LVTC3 | 23,20 | 22,80 | -1,7% |
Agrogalaxy | AGXY3 | 13,75 | 9,77 | -28,9% |
Unifique | FIQE3 | 8,60 | 7,29 | -15,2% |
TradersClub | TRAD3 | 9,50 | 7,97 | -16,1% |
Armac | ARML3 | 16,63 | 20,94 | 25,9% |
Brisanet | BRIT3 | 13,92 | 11,52 | -17,2% |
Clear Sale | CLSA3 | 25,00 | 27,25 | 9,0% |
Raízen | RAIZ4 | 7,40 | 6,41 | -13,4% |
Viveo | VVEO3 | 19,92 | 25,99 | 30,5% |
Oncoclínicas | ONCO3 | 19,75 | 16,72 | -15,3% |
Kora Saúde | KRSA3 | 7,20 | 8,10 | 12,5% |
Grupo Vittia | VITT3 | 8,60 | 9,71 | 12,9% |
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