As três crises do momento e como elas podem mudar a sua vida para sempre
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Quase 5 milhões de casos e mais de 324 mil mortos. Os números em torno da pandemia da covid-19 não param de crescer e foram gatilho para uma crise econômica sem precedentes.
Mas não foi só isso. Desde o começo de 2020, outras variáveis, descoladas da epidemia também alteraram o cenário e colaboraram para o agravamento da situação mundial: tensões geopolíticas, guerra de preço do petróleo e conflitos políticos em Brasília.
Todos esses fatos desempenharam o seu papel para que agora, no meio de maio, estejamos vivendo três crises simultaneamente: sanitária, política e econômica (com riscos fiscais e cambiais).
No Brasil, ainda estamos longe de atingir o pico da doença, mesmo já tendo registrado quase 18 mil mortos. Muitos, como o Wall Street Journal já consideram o país como o novo epicentro mundial da doença.
Enquanto países na Europa começam a reabrir sua economia, ainda não sabemos onde isso tudo vai parar. A única certeza é que nossos indicadores econômicos irão sofrer. Podemos estar diante do maior tombo já registrado no nosso PIB. As estimativas do J.P.Morgan é de uma queda de 7%.
Reflexos também no nosso câmbio, com um dólar cada dia mais próximo da faixa dos R$ 6.
O expansionismo fiscal que estamos vivendo para tentar enfrentar a crise do covid-19 também preocupa e pode trazer a uma deterioração dramática da relação dívida/PIB.
E não é só no Brasil que os problemas se avolumam.
A economia global está altamente combalida e sendo sustentada por estímulos artificiais de ordem monetária e fiscal. Estamos só começando a ver a conta dos estragos deixado pelo coronavírus e de suas consequências. É possível que no futuro tenhamos que enfrentar altos índices de endividamento, baixa capacidade estrutural de crescimento e bolhas de ativos.
O mercado de commodities também sofre, com os preços cada vez mais baixos - uma má notícia para países emergentes como o nosso.
A combinação de todos esses fatores tem um potencial devastador pior do que a crise de 2008. Tem quem compare a situação atual até mesmo com a Grande Depressão de 1929 ou a Gripe Espanhola de 1918.
A verdade é que ainda não sabemos onde essa crise vai nos levar e o resultado pode ser ainda pior…
No Brasil, temos um bônus: o agravamento diário da crise política, onde não sabemos as reais chances de um impeachment ou de um governo que apenas busca chegar até o fim, mas sem conseguir governar.
Estamos diante de uma 'tempestade perfeita': um cenário desfavorável que pode se transformar em um verdadeiro desastre.
Não há como fugir dos desdobramentos da crise. Os problemas políticos-sanitários irão atingir 100% dos brasileiros e não há como fugir.
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