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Fernando Pivetti
Fernando Pivetti
Jornalista formado pela Universidade de São Paulo (USP). Foi repórter setorista de Banco Central no Poder360, em Brasília, redator no site EXAME e colaborou com o blog de investimentos Arena do Pavini.
Por conta própria

Por custo e sustentabilidade, empresas retomam autoprodução de energia

empresas de diferentes segmentos passaram a investir ou firmar parcerias para viabilizar a construção de novos empreendimentos eólicos e solares

Fernando Pivetti
Fernando Pivetti
27 de dezembro de 2019
14:01 - atualizado às 18:46
Taesa
Imagem: Shutterstock

Os investimentos em autoprodução de energia elétrica voltaram ao radar das grandes indústrias. Incentivadas pela redução nos custos das fontes renováveis de energia, pelo aumento dos preços da eletricidade e por compromissos ambientais para tornar as suas operações mais sustentáveis, empresas de diferentes segmentos passaram a investir ou firmar parcerias para viabilizar a construção de novos empreendimentos eólicos e solares.

O movimento retoma uma tendência registrada entre a segunda metade dos anos 90 e o início dos anos 2000, quando indústrias eletrointensivas investiram na construção de novas hidrelétricas para ter acesso a uma fonte de energia mais barata. Foi nesse contexto que grandes empresas de mineração e siderurgia do País, como Vale, Votorantim, Alcoa e CSN, participaram da implementação de empreendimentos como Machadinho (RS/SC), Estreito (TO/MA) e Igarapava (MG/SP).

Restrições ambientais para a construção de novos projetos hidrelétricos, até então a fonte de energia elétrica mais barata, e o surgimento do mercado livre reduziram drasticamente os investimentos em autoprodução nos últimos 15 anos. A promessa de reduzir a conta de luz em 30% "da noite para o dia", por meio da negociação direta com geradores ou comercializadores, fez com que as indústrias optassem pela migração para o ambiente livre de contratação.

Com o advento de novas tecnologias e modelos de negócio, o investimento em autoprodução tem atraído, desta vez, não apenas os eletrointensivos, mas também indústrias que desejam uma pegada mais sustentável e eficiente para as suas operações. É o caso da cervejeira Ambev. A empresa definiu duas metas até 2025: consumir 100% da sua energia elétrica de fontes renováveis e reduzir em 25% as emissões de carbono em toda a sua cadeia de valor.

Um dos primeiros passos para o cumprimento da estratégia foi a parceria com o fundo de investimento Casaforte para a construção de uma usina eólica de 80 MW de capacidade na Bahia. A cervejeira firmou contrato de R$ 600 milhões para compra de energia por 15 anos para viabilizar o projeto, que vai atender a 100% da demanda das fábricas da Budweiser e 100% das unidades fabris no Nordeste. "O projeto vai representar 35% da nossa meta de consumo", afirmou o vice-presidente de Sustentabilidade e Suprimentos da Ambev, Rodrigo Figueiredo.

Para cumprir os outros 65%, Figueiredo afirmou que a Ambev aposta em usinas solares e em outros projetos eólicos. Além dessa frente, a Ambev também anunciou a construção de 31 usinas solares, no modelo de geração distribuída, para abastecer os seus quase 100 centros de distribuição pelo Brasil. A cervejeira firmou contratos de dez anos no valor de R$ 140 milhões com quatro empresas, que investirão R$ 50 milhões nas 31 plantas.

Unipar

Fruto dos ganhos de escala e do aumento de eficiência das turbinas, o preço da energia eólica teve uma queda substancial nos últimos dez anos. Em 2009, quando a fonte entrou com mais força nos leilões de energia nova, os investidores vendiam a oferta entre R$ 130/MWh e R$ 150/MWh. Hoje, esses valores variam entre R$ 80/MWh e R$ 100/MWh. Essa expressiva redução chamou a atenção da Unipar Carbocloro, que foi o primeiro consumidor livre do País a firmar um contrato de migração para o mercado livre em 1999 com a estatal Copel.

No começo de novembro, a Unipar constituiu uma joint venture com a geradora AES Tietê para a construção de um parque eólico de 155 MW na Bahia, um investimento total de R$ 620 milhões. Quando estiver operando em 2023, a usina fornecerá energia suficiente para 30% da demanda por energia elétrica do grupo. Os outros 70% serão adquiridos no mercado livre, mas a ideia é ampliar a participação da autoprodução.

"Se existirem novas opções de projetos, vamos considerar a possibilidade", afirmou o presidente da Unipar, Aníbal do Vale. Hoje, a energia elétrica representa em torno de 40% dos custos variáveis da empresa química.

A Braskem também demonstra interesse em projetos de fontes renováveis. A empresa firmou um contrato de 20 anos com a francesa EDF no valor de R$ 400 milhões, que está viabilizando a construção de uma usina eólica de 33 MW na Bahia do Complexo Folha Larga.

O diretor de Energia da petroquímica, Gustavo Checcucci, disse que a Braskem também avalia investimentos em fontes renováveis. Com 25% da demanda suprida por autoprodução, a empresa tem intenção de ampliar o porcentual, mas sem cravar uma meta. "A autoprodução é um modelo diferente. A expectativa é que você seja mais competitivo do que em um contrato no mercado livre, mas o risco também é maior porque a indústria assume a gestão do ativo."

*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.

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